segunda-feira, 23 de maio de 2011

SALGUEIRO/PE - 20 A 22/5/11

Por sorte a estrada é conhecida e está em ótimas condições, pois ultimamente nossas viagens começam sempre com chuva, chuva, chuva e chuva! ("... Se o meu corpo virasse sol. Minha mente virasse sol. Mas só chove, chove... chove, chove...").
Não bastasse a água que ensopava as luvas e botas, o frio era quase insuportável. Isso só nos dá certeza de que nosso couro natural não foi feito para suportar esse clima..., o jeito é ir se acostumando.

Enfim, foi assim mais uma vez que saímos, dessa vez para Salgueiro/PE. A chuva nos acompanhou até um pouco depois de Euclides da Cunha/BA, em Bendegó. Se a chuva não persistiu, o sol, também não. O céu se manteve carregado de nuvens ameaçadoras, que, graças a Deus e às nossas preces, ficaram só na ameaça...

Bem, chegamos em Salgueiro/PE por volta das 13h30. Chegamos e fomos direto para a praça do evento, o VI Salgueiro Moto Fest. Até podem perguntar porque ir de novo a essa pequena cidade para participar desse evento? A resposta é simples: o Andarilho MC. O carisma desse moto clube, a receptividade pessoal e calorosa dos seus membros, a mobilização de todos para que o evento ocorra de forma a oferecer uma festa de motociclista para motociclista.




Água gelada, picolé de frutas, muito carinho e sorriso. Depois disso tudo, já no final da tarde, saímos para o nosso camping. Ainda era o primeiro dia do encontro e, normalmente, a participação ainda é tímida. No Ginásio Poliesportivo a calma ainda reinava com poucas barracas armadas.

Quando nos demos conta da hora já era noite e saímos para a praça. Encontramos com alguns amigos e a nossa bandeira já estava tremulando ao vento. A nossa grande surpresa foi ver nosso amigo Lucience que, naquele dia pela manhã, havia se acidentado com a sua moto, porém, sem sérias consequências, apenas alguns arranhões ficarão como lembranças. No palco, o locutor, o próprio Lucience, anunciava o início dos festejos noturno com apresentação de bandas locais.




A claridade logo anunciava que já era sábado. Ao sair da barraca nos surpreendemos com a quantidade de barracas já armadas. Durante a noite ouvimos muito barulho do pessoal que chegava, na euforia de armarem logo as barracas, mas só quando acordamos percebemos que já tínhamos muitos vizinhos e um deles era o nosso grande amigo Índio Pajé, do MC Tribo Atroari.

Brincando, brincando..., ou melhor, viajando, viajando..., completamos mais 1000 km e mais uma vez Rogério trocou o óleo da XT... Tudo na maior limpeza! Esse moço está virando um especialista...


O pessoal da cantina do ginásio já havia preparado um café. Nos juntamos a quem já estava lá e comemos cuscuz, com queijo e ovo e um cafezinho... huuuuuummmm, estava bom demais!

Poucas vezes vamos a uma cidade e participamos apenas só do encontro. Foi o que aconteceu dessa vez. Do café fomos a praça e o movimento de chegada dos motociclistas já estava se iniciando. A cada momento chegavam mais e mais e, o que para nós é mais motivador em estar em Pernambuco, é a possibilidade de reencontrar amigos tão queridos da terra.
Enquanto víamos o movimento de vai-e-vem de motos, no microfone era anunciada a lavagem gratuita de motos. Azuleica estava de dar pena e resolvemos entrar na fila..., até o rapaz da pistola do lava a jato observou que aquela não via água há um bom tempo... Tadinha!!! A quatro mãos, masculina e feminina, a XT tomou um bom banho, não foi nenhuma grande lavagem, mas deu pra tirar a poeira e ela ficou uma princesa!


XT lavada e limpa voltamos os olhares e a atenção de novo para quem chegava e mais amigos apareceram. Amigos de Petrolina/PE, Cabrobó/PE, Triunfo/PE e até de Cajazeiras/PB e Ouricuri/CE.





Os que chegaram e queriam ir para o camping nós os escoltamos até lá. Os nossos amigos, motociclistas de primeiro acampamento, estavam mais enrolados que arame e nós, já mais experientes... rsrsrs, os ajudamos.
Mais uma vez retornamos para a praça, dessa vez com mais participantes que chegaram. O Papa Popó anunciou a concentração e saída para o passeio pelas ruas de Salgueiro/PE. Uma oportunidade de a gente conhecer um pouco a cidade e mostrar as nossas ruidosas e curiosas máquinas.









O passeio findou no clube onde já estavam alguns motociclistas nos aguardando par dar início ao "maior 0800 do nordeste" - churrasco e cerveja de graça! O baião de dois com churrasco caiu muito bem, sem restrição a repetições e com grande fartura e simpatia das meninas que serviam.







A confraternização foi geral. A irmandade se fazia em peso presente nas pessoas dos protagonistas da festa: os motociclistas, cada um no seu jeito, no seu estilo, ostentando seu brasão, brincando e se divertindo, tudo junto e misturado, como se diz! Após a Oração do Motociclista ser declamada pelo Papa Popó, uma banda tocando música pop embalou a nós todos.







A noite chegou e a temperatura baixou. Na cantina do camping estavam servindo uma sopa, nada poderia ser melhor para rebater o frio. E, aqui pra nós, estava uma delícia!!! Na praça a agitação já era bem diferente da noite anterior. A cada minuto o movimento de motociclistas e da população aumentava mais. Bandas se apresentaram animando o pessoal e esquentando aquela noite fria. A noite pode ser uma criança, mas nós é que dormimos cedo pois no outro dia temos que enfrentar a estrada de volta.






Domingo bem cedo nos despedimos de nossos amigos e vizinhos. ("Todo dia quando eu pego a estrada. Quase sempre é madrugada, E o meu amor aumenta mais, Olho o horizonte e vou em frente, Tô com Deus e tô contente, O meu caminho eu sigo em paz..."). Apesar de o dia ter amanhecido frio as nuvens se mantiveram apenas ameaçadoras.

Pra variar, temos que falar da temperamental Azuleica. A danada estava dando um estalo na corrente e Rogério ficou cismado que de uma hora para outra ela deixou de estalar, ele estava até gostando disso... rsrsrs. Mas não é que a danada, quando já nos aproximávamos de Serrinha/BA, arrebentou a corrente. Pois é, como é que se explica uma corrente com retentor e blindada partir? Não sei, só sei que foi assim! Enquanto nos ajeitávamos do outro lado da pista, surgiu um motociclista que parou para ver se precisávamos de ajuda. Não soubemos seu nome mas a placa da moto era de São Francisco do Conde. Apesar de não ter precisado da sua ajuda, ficamos bastantes gratos pela sua atenção, valeu!

Rogério, que já está um especialista em XT, após ter colocado a moto em local seguro, sacou suas ferramentas e a corrente reserva do baú para resolver o problema. Foi uma mão-de-obra, mas deu tudo certo e em 45 minutos estávamos na estrada novamente. Aff!



Faltavam acerca de 180 km pra chegarmos em Salvador/BA e já na BR 324 a chuva finalmente resolveu aparecer. Nada que prejudicasse a viagem... Mais uma etapa vencida, mais uma viagem concluída, chegamos! A cada viagem, ida e volta, conhecemos mais, vivemos mais e aprendemos mais! ("Toda pedra no caminho. Você deve retirar. Numa flor que tem espinhos. Você pode se arranhar. Se o bem e o mal existem. Você pode escolher. É preciso saber viver...").