domingo, 26 de setembro de 2010

SÃO FIDÉLIS/RJ - 24 A 26/9/10

Depois de um dia frio nada pior do que outro dia tão frio quanto. A manhã nasceu fria e sair da cama era muito difícil, mas já era hora de dar continuidade a nossa viagem. O jeito foi levantar e se refestelar num reconfortante café da manhã oferecido pela nossa amiga Josi.


Depois das despedidas de praxe, seguimos em direção a Além Paraíba/MG. Nosso próximo encontro é em São Fidélis/RJ, acerca de 200 km de Miracema, pertinho dali. Mas quando planejamos nossa viagem, objetivamos aliar os encontros de motos ao turismo por cidades. Todo mundo sabe que encontros de motos só acontecem nos finais de semana, assim, traçamos nosso roteiro tendo uma semana para chegar a cada encontro e mesmo que São Fidélis fosse pertinho de Miracema, teríamos uma semana para chegar até lá.
Partimos na segunda-feira, 20/9/10, por mais uma estrada em boas condições de tráfego ainda que em alguns trechos estivessem sendo recapeadas.

Logo chegamos em Além Paraíba/MG, a primeira cidade em que nos encontraria com o Rio Paraíba do Sul. Esse rio corta toda a localidade e forma algumas ilhas transformadas em bairros da pequena cidade.



Dia seguinte, terça-feira (21/9/10), depois de um rápido café e com um dia ainda frio seguimos de volta para o Estado do Rio de Janeiro, mudando de relevo, em direção a Serra de Teresópolis para depois chegar em Duque de Caxias/RJ. Uma estrada difícil, perigosa, sinuosa, com pouca visibilidade e muita serração, tudo isso nos deixou tensos até que chegamos em Cachoeiras de Macacu.




Foi um frio intenso de doer os ossos e, num piscar de olhos, o sol se abre a nossa frente e vislumbramos o mais lindo azul celeste, que doravante nos acompanhou todo o tempo. Chegamos enfim a rodovia da Serra do Mar, a mais ou menos 1500 m de altitude. Daí foi só decida! Pegamos o primeiro dos seis pedágios para entrar e sair do Estado do Rio de Janeiro. É, não estamos acostumados com isso... No nordeste não é assim, será que vai virar moda???




Depois da tempestade vem a bonança... E foi assim que chegamos em Duque de Caxias que entrou na nossa rota de forma a podermos nos encontrar com nosso amigo Gonçalves, do Tico e Teco/RJ que fez questão em nos receber em sua casa de forma acolhedora, alegre e nos deixando muito à vontade.



Descansamos um pouco e nos juntamos aos nossos anfitriões para jogar conversa fora e colocar camarão pra dentro, rsrsr... Um agrado a Carmen que adooooooora camarão! E teve mais: churrasco, inicialmente capitaneado por Rogério. A carne estava no ponto e aos poucos outros amigos foram chegando e juntando-se a nós.




Amanheceu, hora de fazer as malas e seguir, mais uma vez, viagem. Nosso anfitrião nos deu um atendimento de primeira e o café da manhã foi só mais um agrado a nós. Nos sentimos super-mega-hiper acolhidos, acarinhados. Valeu parceiro!



Descobrimos que em toda cidade grande o movimento nas ruas começa cedo. Às 8 h o trânsito já estava intenso. Pegamos a Linha Vermelha, seguimos a saída 119 a caminho do Rio de Janeiro.

Chegamos ao Rio de Janeiro em uma quarta-feira (22/9/10) ensolarada e fizemos o tour mais rápido na Cidade Maravilhosa. Em Copacabana, Carmen não se contentou em não chegar próximo daquela areia branquinha... ("Copacabana, princesinha do mar...")









Foi bom passar pelo Rio e ver que é tal qual mostra na TV... ("O Rio de Janeiro continua lindo, o Rio de Janeiro continua sendo, o Rio de Janeiro, Fevereiro e Março...")
Foi bom passar e ver de perto uma cidade erguida, espremida e respirando entre o Cristo Redentor, o Pão de Açúcar, a Lagoa e o Mar...
Bem, passamos e passamos também pela Baía de Guanabara vista do alto da Ponte Rio-Niterói. Uns 12 km de concreto sobre o mar e demos adeus ao Rio de Janeiro.




Rapidinho chegamos em Rio Bonito/RJ, uma pequenina cidade entre as serras e o Rio Bonito, que deu o nome a cidade. Com muito verde entorno é uma típica cidade do interior. Na praça, a calmaria da cidade dá lugar ao burburinho dos jovens estudantes que fazem da praça da matriz um animado ponto de encontro. Conhecemos o Parque Municipal que tem como curiosidade a Pedra do Índio que Chora. A pedra parece mesmo a figura da cara de um índio que "chora" quando a água da chuva desce por sua face. Um breve passeio e seguimos para o alto da serra. Uma subida bastante íngreme e sinuosa, numa estrada de barro, em meio a muito calor paramos para nos refrescar numa fonte de água puríssima, vindo do mais alto ponto da serra. Mais um pouco e chegamos no maior cenário da cidade de Rio Bonito. Do alto vimos a cidade que ocupa quase toda a parte plana das serras. Do alto percebemos que aos poucos a mata virgem dá lugar às áreas de pasto e de plantio... Do alto nos sentimos leves, livres e soltos...






O sol continuava a brilhar e nos aquecer na manhã de quinta-feira (23/9/10) quando partimos em direção a Casimiro de Abreu/RJ. Obviamente que o nome da cidade é uma homenagem ao poeta, seu filho ilustre.

Mais 1000 km percorridos e já era hora de trocar o óleo novamente. Dessa vez foi o próprio Rogério que fez o serviço, rsrsrs... Também trocou o filtro, mas aí ao apertar um pouco mais o parafuso... Track!!! O parafuso quebrou lá dentro... Depois de uma avaliação, ele verificou que o problema não causou dano. Tá ficando fera em XT!!!



Ahhh... E a corrente? Nada aconteceu... Intacta, nem mesmo uma folgazinha. Após essa rápida revisão fomos conhecer a Cachoeira do Sana, numa localidade entre Casimiro e Macaé, formada pelo Rio Sana e o Macaé.

Em Barra do Sana tudo tem um apelo turístico e ecológico. A cachoeira fica dentro da mata na subida do Pico Peito do Pombo. Um belo lugar para quem quer curtir a tranquilidade... A subida não é nada fácil, principalmente pra quem já não tem mais a disposição física, rsrsrs... Mas bem que tentamos, chegamos até a entrada da Cachoeira das Sete Quedas... Até a entrada! Depois tínhamos que descer uma pirambeira e já pensando na volta, desistimos e retornamos para a primeira cachoeira... Afff! Mas valeu andar e respirar ar puro...




Já de volta, chegamos na cachoeira do escorrega e logo, logo, Carmen iria desfrutar disso. A água mais do que gelada não animava mesmo. Mas como chegar num paraíso desse e não usufruir? Rogério, mais corajoso, entrou e sentiu na pele o gelo... Mas coragem pra se molhar ele não teve não, rsrsrs. Carmen não só se molhou como desceu no escorrega, que, segundo os usuários, estaria bem maior não fosse a falta de chuva. Ainda bem!!! kakaka




Voltamos a cidade. No meio do caminho nos chamou a atenção uma placa de um moto clube da região convidando o irmão motociclista a uma paradinha... Providencial e criativo!

Depois de reabastecer as nossas energias na cachoeira, demos um passeio pela praça, tomamos um açaí, comemos pastel com caldo de cana. Estávamos muito bem, obrigado.


Lá vem mais um pedágio e mais uma paradinha na estrada. Seguimos, enfim, para São Fidélis/RJ, na sexta-feira (24/9/10). E mais uma vez o caminho que fizemos foi o diferente de todo mundo, afinal queríamos descobrir coisas novas... As vezes esse nosso comportamento nos traz alguns "esparros" e intempéries, mas nada que as belas paisagens nos alivie aos olhos e a alma.



O caminho que escolhemos foi ir por Santa Maria Madalena, cidade de Dercy Gonçalves, e de lá partir para São Fidélis. O Google Maps não nos informou que o trajeto escolhido era de barro e como não queríamos mudar o planejado, resolvemos continuar...


Foram 80 km de subir e descer a serra, poeira subindo e o calor esquentando. Nada que dois "achadeiros" não suportem... Chegamos ao nosso destino com o estômago colando nas costas, rsrsr. Almoçamos e fomos ao local do evento. Lá fomos muito bem recepcionados pelo filho do Bigode, organizador do evento, e levados ao hotel.



Recuperados, tiramos o couro e com vestes mais leves retornamos ao evento que apenas estava começando. Colocamos nossa bandeira por lá e fomos dar uma volta. Passeamos pela velha ponte que liga os dois lados da cidade e atravessa o Rio Paraíba do Sul, aquele que encontramos lá na cidade de Além Paraíba/MG, lembram? Pois é, esse rio atravessa todo o município e nas épocas de estio formam pequenas ilhas fluviais onde alguns criativos se arriscam.




Enquanto desfrutávamos da brisa do rio e molhávamos a garganta, observávamos o movimento que se iniciava a cada segundo. Chegaram alguns amigos como Gonçalves/Tico e Teco e Gau/Nostolere e a praça logo estava cheia de motos e triciclos. Era o início do grande evento, o V Encontro de Motociclistas e Triciclistas de São Fidélis/RJ. Fizemos a inscrição, pegamos o troféu e fizemos muitas amizades. Muito interessante nesse encontro foi ver tanto triciclo e tanto estradeiro juntos! Durante toda a noite a animação ficou por conta das bandas de rock.




Sábado (25/9/10), dia de turismar. Seguimos para Itaocara, "casa de pedra"em tupi, uma alusão ao penhasco que fica na margem oposta do Rio Paraíba do Sul e foi fundada pelo Frei Tomás no século XIX.

De volta a São Fidélis fomos direto para o evento e encontramos com Bigode, organizador do evento a quem entregamos o Troféu Vírus da Liberdade 2010. A essa altura o evento já estava mais do que cheio e durante todo o tempo bandas se revezavam para alegrar a quem chegava e aos que já estavam por lá. Houve distribuição de amendoim e de camisinhas, rsrsrs, preparação e cuidado!




Para nossa alegria encontramos com alguns amigos que já estiveram nos nossos lados e fizemos outras tantas amizades. Aliás, a troca de adesivos é um momento muito interessante pra se fazer amizades e falar um pouco da nossa aventura...




A noite continuou movimentada, no vai-e-vem das máquinas ruidosas... Haja música pra deixar essa galera animada!



Final de evento... Domingo (26/9/10), dia de voltar pra casa, para a imensa maioria... Para nós, mais um dia para sair, registrar e conhecer. Antes, porém, fomos ver o local de camping que estava abarrotado de motos e triciclos. Uma superestrutura, com tudo o que se precisa pra acampar, local amplo, arejado, com banheiros limpos e segurança. O café da manhã, que foi oferecido nos dois dias, sábado e domingo, foi uma fartura e para todo motociclista. Muito bom!



Enquanto eles iam embora, nós seguimos para Cambuci. No trajeto uma paradinha para o peculiar romantismo de Rogério e para fotografar a pedra da Nossa Senhora do Egito, parece mesmo ter sido entalhada ali...

Em Cambuci, também as margens do Rio Paraíba do Sul, vimos a Igreja de Nossa Senhora da Conceição, em estilo gótico.

Conhecida por lá como "Cidade Simpatia", Cambuci possui alguns balneários, cachoeiras e serras. Numa delas, a qual subimos, está a rampa de voo livre. Umas das mais difíceis subidas da viagem, mas tal qual as outras, nos favoreceu com uma visão belíssima e panorâmica de todo o vale do Rio Paraíba do Sul, uma beleza!!!





A beleza da paisagem era tão grande que a vontade de sair de lá quase não existia, mas... Descemos de volta e verificamos que se a subida foi difícil a descida não seria fácil... e não foi! Tombamos quando a roda da XT caiu numa greta e perdemos o equilíbrio... ("Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima...").



Graças a Deus o tombo foi pequeno, sem danos físicos apenas o retrovisor ficou virado para baixo... Seguimos caminho abaixo.

Também fomos ao Mirante de Nossa Senhora da Conceição que dá uma visão privilegiada de toda Cambuci.


Final de tarde e já estávamos em clima de despedida e até voltamos a ser crianças... ("Piui, piui, piiui, abacaxi...").

Descansados, acordamos para dar início ao fim das nossas férias. Essa segunda-feira (27/9/10) estava diferente. Começamos a voltar pra casa, pegar o caminho de volta. Se há algo pra agradecer nessa nossa viagem são as estradas em ótimas condições de tráfego. Saímos para Campos de Goitacazes onde nos despedimos do Rio Paraíba do Sul que nos acompanhou margeando a estrada durante todo o trajeto.


Mais um pedágio e logo atravessamos a quinta divisa: RJ/ES, da Rota das Seis Divisas, o final da rota já se aproximava ainda mais.

Já em estradas capixabas Rogério surpreendeu Carmen em querer entrar em Cachoeiro de Itapemirim, que não estava no roteiro. Fã incondicional de Roberto Carlos, Carmen ficou emocionada ao ver o portal da entrada da cidade em homenagem ao Rei e, mais ainda, ao conhecer a casa da sua infância e juventude. Ficou toda boba só de imaginar que ali seu cantor mais-do-que-favorito nasceu e viveu. Apenas lamentou estar fechada, sua visitação é de terça a domingo. Mas nem por isso a emoção foi menor! ("Meu pequeno Cachoeiro, vivo só pensando em ti, ai que saudade dessas terras, entre as serras, doces terras em que nasci...")



Foram muitas emoções!! Voltamos para a estrada, trânsito intenso e fomos para Vila Velha/ES e nos hospedamos numa delícia de lugar a Pousada Praia da Costa. Instalados, saímos para passear. Uma orla limpa, organizada, um areal dourado, mar de ondas fortes e águas geladas, assim é a Praia da Costa.




Desfrutamos um pouco a brisa marinha e saboreamos uma moqueca capixaba, bem diferente da nossa baiana, mas muito gostosa.


Menos um dia pra voltarmos pra casa. Tomamos um delicioso café e seguimos o nosso caminho. Atravessamos a ponte que liga o continente a capital Vitória, localizada numa ilha e pagamos mais um pedágio. Vitória é pequena e bonita, seu calçadão lembra o Rio de Janeiro e como toda cidade grande, mesmo cedo, já enfrentávamos trânsito lento e na estrada mais paradinhas...





Pronto, missão cumprida! Fizemos a sexta e última divisa: ES/BA. Saímos pelo leste do estado e entramos pelo sul baiano, BR 101 e pela porta da frente em Teixeira de Freitas. Pernoitamos em casa de Minho, irmão de Carmen.


De manhã (quarta-feira, 29/9/10), Minho nos acompanhou tipo "carro de apoio", rsrsrs. A sempre movimentada BR 101 nos levou até Porto Seguro, à casa de Zé, outro irmão de Carmen.

"Aqui tira sapato"! É isso mesmo, pra entrar na casa dele é preciso tirar o sapato e calçar sandálias disponibilizadas ali mesmo na porta. É, em Roma como os romanos...

Essas férias nos proporcionou rever familiares, tanto os de Rogério quanto os da Carmen.



O mais gostoso da nossa curtíssima estadia em Porto Seguro além dos familiares e de brincarmos de vídeo game foi estrear, fazer um test drive na churrasqueira do casal... heheheheh




Saída pela direita... Quinta-feira (30/9/10) nos encaminhamos para Valença, nosso segundo maior trajeto nessa rota, depois de Brasília. Percorremos uns 430 km de Porto a Valença. Almoçamos em Camamu e chegamos em Valença às 15h.

Em Valença, mais uma vez, dispomos da hospitalidade e acolhimento de Dea/Companheiros do Asfalto. Em grande estilo nos ofereceu uma lasanha de camarão. Aí já viu, né? Carmen encheu os olhos e estava mesmo uma delícia! Quem nos acompanhou nesse almoço foi Júnior, também do Companheiros.

Pela segunda vez que estivemos na casa de Dea/Alex presenciamos a reunião semanal do MC. Dessa vez a pauta foi a avaliação do encontro de motos realizado pelos MC de Valença, no final de semana. Coisa séria é assim que se faz!

Fim de férias... Final da Rota das Seis Divisas... Dia 01/10/10, sexta-feira, ferry boat tranquilo, de volta a Salvador/BA... ("Ah, que saudade que eu tenho da Bahia...")

Em casa, bagagens ao chão, troféus guardados... Ponto final! Foram 6767 km entre as seis divisas.
Agradecemos a Deus a tranquilidade, a oportunidade e as emoções sentidas. Voltamos com a bagagem cheia de lembranças, de imagens e de amigos. Fizemos do jeitinho que planejamos. Vimos de tudo um pouco... Vimos vegetações sofridas e também vimos matas resistentes... Vimos rios que existem apenas nas placas e também rios que percorrem caminhos sinuosos... Conhecemos o jeito mineiro, acolhedor, e o carioca também... Sentimos a natureza em diversas formas: campos, cachoeiras, rios, mares. Subimos bem no alto das serras e sentimos a magnitude da natureza... Só temos a agradecer!! ("Eu vou seguir uma luz lá no alto eu vou ouvir. Uma voz que me chama eu vou subir. A montanha e ficar bem mais perto de Deus e rezar... Por isso eu digo: Obrigado Senhor por mais um dia. Obrigado senhor que eu posso ver. Que seria de mim sem a fé que eu tenho em você... Mais uma vez. Obrigado Senhor Pela Natureza. Obrigado Senhor Por tudo isso. Obrigado Senhor agradeço Obrigado Senhor")