sábado, 4 de agosto de 2012

BRASILIA/DF - 25 a 30/7/12

"Se o rádio não toca a música que você quer ouvir; não procure dançar ao som daquela antiga valsa, não, é muito simples, é muito simples, é só mudar a estação, é só girar o botão..." (Se o Rádio Não Toca - Raul Seixas).
A dúvida é algo que persegue o ser humano... Mas, o livre arbítrio é uma dádiva... Entre ser ou não ser, ir só ou acompanhado, ir ou não ir escolhemos ir e nós fomos mais uma vez ao Moto Capital. Com fatos, dúvidas e escolhas à frente é preciso planejar, mas é preciso também "dobrar os joelhos" e reconhecer que é preciso mudar e superar os obstáculos... Afff, chega de filosofar e vamos à história!

O fato é que resolvemos ir à Brasília/DF e nos planejamos para isso da mesma forma do ano anterior, dois dias pra ir, dois pra ficar e dois pra voltar, participar do Moto Capital, passear por Brasília e rever os pais de Rogério. Mas, os imprevistos surgiram, as surpresas apareceram e tudo mudou... Primeiro, saímos na quarta e não na quinta, saímos de manhã e não à tarde, iríamos parar em Itaberaba e seguimos até Ibotirama.


Seguimos por uma BR 116 com ótima pavimentação, poucas ultrapassagens apesar de bom fluxo de caminhões de carga. Fora uma parada no PARE/SIGA, nada mais nos atrasou a viagem. A escolha pela BR 116 incluía passar pela ostentosa beleza do Morro do Pai Inácio e por belíssimas paisagens.


Chegamos em Ibotirama ao entardecer. Arrumamos um hotel simples, mas bem jeitoso, Hotel Pacific, com um preço bem legal (R$ 40,00, por casal) e um atendimento muito simpático do Vitor John. A cidade de Ibotirama fica às margens do Rio São Francisco e, apaixonados pelo velho Chico como somos, não poderíamos deixar de fotografá-lo de perto e admirar a engenharia da alta ponte por sobre suas águas.


A pequena orla de Ibotirama fica colorida pelos barquinhos e canoas atracados por toda sua extensão... Pense num pãozinho quente da hora, pensou? Foi só alegria o nosso café da manhã, com pão quente, queijo e manteiga derretendo, na Panificadora Só Alegria é assim, bom demais!

Dali para Bom Jesus da Lapa escolhemos ir pela BA 160, por Paratinga..., não foi a melhor escolha, a estrada está cheia de buracos parecendo um queijo suíço mas deu pra passar com tranquilidade. Em Bom Jesus da Lapa a religiosidade paira no ar, nas ruas, movimenta o comércio e atrai centenas de romeiros e crédulos em busca de paz, oração e milagres. A gruta da Lapa é carregada de misticismo, espiritualidade, contemplação, vale a pena dar uma passadinha por lá.




Já nos aproximando mais do cerrado, saindo do sertão mas ainda na Bahia, a estrada voltou a ficar boa porém mais deserta, nos sentimos uns verdadeiros solitários do asfalto... rsrsr, apesar de acompanhado por Ferreira e Alda, do Motriz, parecíamos mesmos sozinhos na estrada, nenhuma moto passava por nós... por aquele caminho ninguém mais seguia para Brasília. A ideia era chegar em Correntina e encontrar com Braga e Su, do Vírus da Liberdade, pois bem, era. Enquanto apreciávamos a beleza das flores do cerrado eles nos encontravam ali mesmo na estrada e como o sol ainda estava alto resolvemos não mais pernoitar em Correntina e seguir até o anoitecer.


Deixamos de ser mais solitários, mas continuamos nos sentindo os "Últimos dos Moicanos"... rsrs. Mais uns 200 km de um retão interminável, estrada vazia, muitas queimadas e uma delicada plantação de algodão e chegamos à divisa BA/GO.




Quando o sol começava a se pôr foi o sinal para o sagrado descanso dos incansáveis motociclistas. A essa altura estávamos em Alvorada do Norte/GO e paramos para descansar e esperar o outro dia... ("Mas é claro que o sol vai voltar amanhã... Mais uma vez, eu sei" Mais Uma Vez - Renato Russo).
O frio da manhã nos fez tremer e resolvemos seguir estrada. Até então havíamos adiantado o relógio e estávamos no lucro do tempo, faltando um pouco mais de 250 km para chegar em Brasília, mais uma vez mudamos os planos...



Mudamos os planos e foi espetacular! O Salto de Itiquira, na cidade de Formosa/GO, é um presente do divino. Localizado no Parque de Itiquira, a maior queda livre de água, acerca de 165 m, te eleva até a mais pura emoção. A caminhada até o Salto já é recheada de cantinhos para a admiração à natureza e chegar próximo á queda d'água é conquistar uma das mais belas visões da natureza, a magia do arco-íris, o canto dos pássaros..., molhar-se é inevitável e a emoção chega ao êxtase!




Saímos de Formosa com os couros encharcados, certos de que tudo valeu, que havia sido uma boa escolha e em pouco tempo estávamos à frente do IX Moto Capital, na Granja do Torto, sendo recepcionados por Paulo barros, do Aranhas do Asfalto, que nos encaminhou até a baia 11 onde já estavam outros amigos como Flavio Coelho, Julia, Bete, Pitanga, Da Hora, Cabo Lau, o pessoal de Tabira/PE, Dalva, Primo e Lyu, dentre outros. Cantinho reservado, cantinho ocupado.


Estando em Brasília, nosso primeiro compromisso foi ir ver a mãe de Rogério, D Célia, artesã que tem uma banca na Feira da Torre. Mais tarde mais um compromisso em família, dessa vez com todos: D Célia e Seu Jorge - pais, Regina, Ericson e Pedro - irmã, cunhado e sobrinho e cheios de animação comemoramos um triplo aniversário: Rogério, D Celia e Ericson, com direito à bolo e cantar Parabéns Pra Você.



Depois da confraria familiar retornamos ao Moto Capital. Há de se fazer uma grande ressalva a esse encontro pela sua grandiosidade. Em uma área imensa, uma quantidade incontável de motocicletas e pessoas se cruzam num incessante vai-e-vem.


Um grande diferencial do Moto Capital, sem dúvida, são as tendas dos moto clubes que são preparadas para receber qualquer visitante, cheios de simpatia em nos deixar à vontade, sem distinção, apenas com a responsabilidade de fortalecer a irmandade e mostrar o quanto você é bem vindo.


Em algumas delas revimos amigos como Beto Sampa, fomos até a tenda do Patolino mas dessa vez não o vimos, conhecemos o pessoal do Estradeiro da Fé e Missionários e a tenda do Brazil Riders onde encontramos com Reinaldo, Gargamel e Nilzo.



À noite na baia foi congelante, beirando os 9 graus ansiávamos para que o dia amanhecesse e que o sol logo viesse a nos esquentar, o que só acontece mesmo lá pras 1o horas... argh! O café da manhã é oferecido todos os dias na área do evento, de forma bem organizada, todos se reúnem para compartilhar a refeição matinal e ouvir a resenha da noite anterior.




Por tem morado por 20 anos em Brasília, Rogério conhece o avião de nariz a cauda. Sabedores disso os amigos logo se organizaram para um passeio por Brasília tendo como guia o carioca-brasiliense-baiano Rogério e fomos fazer um turismo muito diferente do qual fazemos, um turismo mais urbano e previsível. Afinal, uma vez em Brasília... ("As ruas têm cheiro de gasolina e óleo diesel. Por toda plataforma, toda a plataforma. Por toda a plataforma você não vê a torre..." Música Urbana - Capital Inicial)





Ao final do extenso passeio retornamos ao Moto Capital e o movimento começava a se intensificar. O evento é tão grande e de tamanha diversidade que não dá pra ver tudo de uma só vez, alguns cantos ficarão para o próximo ano... (que desculpa!!!), mas os stands de produtos motociclisticos são bem concorridos, bem como o da troca gratuita de óleo e o de massoterapia.


As curiosidades se sucedem por cada passo, cada stand, cada tenda. Em tendas que fomos no ano anterior encontramos nossa marca, dá uma emoção, nos tornamos um pouco tiete..., é assim que o moto Capital se torna diferente.



Para nós, Rogério e Carmen, o Moto Capital terminou no final da tarde de sábado. Uma forte dor de garganta e febre derrubaram o motociclista, nada que o ano que vem não recompense. na manhã de domingo alguns amigos escolheram sair mais cedo, nós que tínhamos ainda um compromisso a cumprir seguimos mais tarde.

Na contramão da história e da saída de Brasília uns 26 km seguimos para o Recanto das Emas. Nossa missão era rever Nilton, amigo de Rogério que não se viam a uns 10 anos, que fez questão de nos receber para um almoço especial: carne de jacaré e frango desossado recheado... Delícia!! ("Amigo é coisa pra se guardar, debaixo de sete chaves, dentro do coração..." Canção da América - Milton Nascimento).


De lá esticamos a estrada e apertamos o relógio... Mais uma vez o sol se despediu da gente na estrada e no início da noite estávamos em Correntina onde pernoitamos. Tudo diferente do planejado, voltamos no domingo e não na segunda, fomos acompanhados e voltamos sós e ficamos assim até que nos encontramos em Itaberaba/BA com a turma que saiu mais cedo e continuamos a viagem com Dalva, Paulo Barros, Primo e Lyu. Escolhemos assim e tudo correu bem. Planejamos e fomos impulsionados a mudar. Mudamos e desfrutamos de momentos inesquecíveis a sós, com amigos e com familiares. Dessa vez nossa melhor escolha foi participar, ir e ver de perto esse grande evento, foi muito bom mais uma vez ter feito parte do IX Moto Capital.

Um comentário: