quarta-feira, 30 de maio de 2012

LAGARTO/SE - 26 E 27/5/12

Ir a Lagarto/SE mais uma vez em menos de quinze dias não seria nenhum sacrifício... Sair mais uma vez sob ameaça de chuva também não é... Participar de mais um evento motociclístico, na mesma cidade em tão curto espaço de tempo, muito menos, afinal temos que fortalecer a irmandade... Sacrifício mesmo é em cada parada deixar de comer os quitutes, salgadinhos e besteiras que vendem pela estrada... rsrsr. A cada parada é um abastecimento no tanque da moto e no nosso, não tem dieta que suporte.


Chegamos em Lagarto/SE ainda cedo, mesmo depois de tantas paradinhas... A recepção estava bem animada com o pessoal da organização oferecendo água gelada e colocando-se à disposição para nos levar até o camping.

Uma vez no camping, encontramos o pessoal do MC Araras, de Aracaju/Se, já instalados e mais outras barracas. Escolhemos o nosso cantinho e armamos nossa casa itinerante. Mário e Helena, do Aranhas do Asfalto, que nos acompanhou nessa viagem também se instalaram no camping e foram s nossos vizinhos de porta.

Do camping direto para a feijoada sergipana que já acontecia. |Fomos recebidos com muita simpatia por Valéria, da organização e por outro amigo, Rafael, do Pégasus. Em seguida fomos juntos colocar a bandeira no "varal"..., mal imaginávamos que seria a última vez que faríamos isso com a bandeira do Vírus da Liberdade.


Durante a feijoada nosso amigo Sóstenes, do Justiceiros, nos convidou para um churrasquinho em casa de outro amigo, o Allan. Por lá encontramos outros amigos como Tuninho - Santo Amaro/BA, Fábio e Márcio - Lagarto/SE e outros.

Na verdade já fomos tantas vezes em Lagarto/SE que perdemos as contas. Uma cidade pequena, com poucos atrativos, porém tem uma Barragem que, além de ser ponto de encontro com barzinhos e restaurantes, tem uma beleza natural que nos oferece um belo cenário para admirar e fotografar. Com o nível de água alto, o lago da barragem estava quase sangrando, mais um pouquinho de chuva e... shuaaaa...



O cenário da barragem teve um protagonista a mais, o por do sol, um presente da mãe natureza.


À noite, antes de irmos para o evento, nos reunimos para degustar um "macarrão ao vivo", uma delícia, vale a pena conferir e saborear!

No evento o movimento começava a aumentar e encontramos muitos amigos, ainda que a maior presença tenha sido da população.



A organização cuidou de tudo e tudo que programou aconteceu, mas, de fato algo não deu certo, o quantitativo motociclístico foi muito pequeno no 1º Lagarto Cycle. A Banda Calibre fez o show da galera presente, tocando mpb e rock, com uma excelente seleção de músicas e uma bela apresentação. Também teve o show do Motoqueiro Fantasma animando a todos e chamando a atenção para a sua performance na moto e no palco.


Domingo pela manhã arrumamos a bagagem, nos despedimos do camping e seguimos para o café da manhã.

Mais uma vez, a organização nos deu o que programou. O café da manhã bem regional, inclusive ao som de um toque de azabumba, com um pé de serra bem de leve. A parte chata ficou por conta do sumiço da nossa bandeira e de mais três moto clubes. Esperamos e ninguém da organização sabia o que de fato havia ocorrido. Mais tarde, já em casa, soubemos que um motociclista havia levado algumas bandeiras e que a organização se comprometera em nos dar outra bandeira... não é o caso... não é o que queremos. Queríamos aquela bandeira, não por ser pura e simplesmente a bandeira do nosso moto clube, mas pela forma como ela foi confeccionada, pintada a mão por Carmen, deixando nela todo o carinho pelo MC.


Sem querermos entrar no mérito de questões e contendas entre moto clubes e a associação motociclística do estado, a bem dizer parece ter havido uma represália... Aprendemos que toda relação tem que ter uma base forte, que essa base não pode ter alicerces frágeis e que se ocorrer alguma ruptura na relação ela precisa ser revista para não provocar sequelas... Não podemos deixar que eventos, encontros sejam prejudicados... Não podemos deixar que a irmandade seja enfraquecida... O sacrifício não é viajar e enfrentar alguns obstáculos, isso é o maior prazer! O sacrifício é deixar os brios de lado, dialogar, superar as diferenças e pensar na base da irmandade.

terça-feira, 22 de maio de 2012

SALGUEIRO/PE - 18 a 20/5/12

A noite de quinta-feira foi de muita chuva em Salvador/BA e quando saímos de casa, na manhã de sexta-feira, parecia que não haveria trégua. Mas, depois de um pequeno trecho sob chuva, enfim alcançamos o sol nas imediações de Euclides da Cunha/BA e seguimos assim até chegarmos em Salgueiro/PE. Lá o sol estava castigando!

É a quarta vez que vamos a Salgueiro para participar do evento do Andarilho. Quando chegamos por volta das 14h30 fomos direto para o ginásio, local do camping destinado aos motociclistas. Um espaço amplo, arejado, bem estruturado com banheiros e uma cantina. Ainda havia poucas barracas, apesar do evento ter começado na noite anterior, e armamos nossa nova mansão azul. Isso mesmo, a segunda, porque a primeira queimou na descarga da moto naquela viagem de volta de Paulo Afonso/BA e nos deixou "sem teto" por duas semanas... Ninguém merece!

Depois da folia com a barraca fomos para a praça do evento. A recepção do VII Salgueiro Moto Fest estava um show de beleza com o grande baner do evento e do Andarilho, água, picolé e melancia para abrandar a sede. A inscrição foi imediata juntamente com a entrega do troféu que, diga-se de passagem, de grande versatilidade de cores para ser escolhida ao seu dispor.


Além disso, uma das coisas boas que nos levam anualmente a Salgueiro é desfrutar logo na recepção do carinho de amigos pernambucanos como o pessoal do Andarilho, Mariney e Mariano - do Livres Para Voar, Os Cobras, Lula - Kavaleiros de Aço e amigos de outros estados a exemplo de Wellington e Risalva - Velociraptor, de Sousa/PB e, da nossa Bahia, Paulo Barros - Aranhas do Asfalto, Nengo e Nadia - Dissidentes.


No sábado de manhã o café foi na cantina do ginásio: cuscuz com ovos, pão com queijo na chapa e café. Na área externa a concentração se formava para onde iríamos desbravar: 8 km de chão até a Barragem da Boa Vista (DNOCS).


O espelho d'água é um açude rodeado por vegetação rasteira e arbustiva bem característica do sertão. Usado em épocas de estiagem, o açude também oferece uma pequena estrutura de restaurante para atender ao visitante. Chegando lá o dono do restaurante, Pedro Baiano, um senhor muito simpático e conversador lhe dá um atendimento simples e atencioso em um ambiente típico do sertão.




A conversa com Seu Pedro nos fez conhecer um pouco da sua vida: baiano de Abaré está em Salgueiro há 51 anos e hoje com 70 anos está em lua de mel, pois tem 15 dias que se casou. Esse baiano não é fraco não!! rsrsr... Não bastasse o "conversê" fomos surpreendidos por três crianças fantasiadas de caretas em pleno mês de maio..., o faz de conta alimenta os sonhos de crianças de qualquer lugar do mundo.

De volta a zona urbana retornamos ao evento para a concentração para o passeio por Salgueiro. Enquanto isso mais e mais amigos chegavam: Sandro e Janaina - Paulo Afonso/BA, Jonga - Cabrobó/PE, PH - Conceição/PB, os meninos do Tribo de Davi - Petrolina/PE, Carioca - Paulista/PE.





Quando o carro de som posicionou-se na rua fomos convocados para o passeio e o que se via a cada buzinada era um mar de motos ruidosas pelas ruas de Salgueiro.




O final do passeio foi na chegada para o tão divulgado 0800, ou melhor, o maior e melhor 0800 do Nordeste. A chamada de divulgação do evento lhe intimava a procurá-lo e quem foi a Salgueiro naquele final de semana achou!




Foram cinco horas de cerveja gelada e churrasco sem qualquer restrição de repetição e contando sempre com a simpatia dos meninos e meninas do Andarilho. Vamos combinar? Eles arrebentam mesmo, sempre!!!!



Final de dia, final de 0800 o melhor era voltar pra barraca e dar uma descansada para a noite que se iniciava. No camping a resenha inevitável ficou por conta do 0800 e tai uma das vantagens do camping, é o lugar de maior integração dos motociclistas. Nos dê licença aos que preferem os hotéis e pousadas, nós também gostamos, mas nada se compara a esses momentos que compartilhamos com nossos amigos, estreitamos amizades, interagimos mais. Conhecemos casais que depois da primeira experiência se tornaram usuários dos campings. É claro que nos referimos a campings bem estruturados, com limpeza e segurança como o de Salgueiro e os oferecidos pela grande maioria dos eventos.

Na área dos shows o movimento era bem grande da população. Durante as duas noites cinco bandas se revezaram para a galera do motociclismo e da cidade. Acertadamente, não sabemos se intencionalmente, a organização colocou as bandas de pagode logo no primeiro horário, das 7 as 9 e no horário de maior chegada dos motociclistas as bandas tocaram rock e MPB. Agradou de forma democrática a todos.



Na volta pra casa no domingo Ferreira e Alda nos acompanhou e na nossa primeira parada em Bendegó/BA pra abastecimento Paulo Barros e Nengo se juntaram a nós e também Sinho e Queiroz. Em Euclides da Cunha/BA a moto de Sinho deu problema e ele e Queiróz ficaram pra resolver. Seguimos juntos até Serrinha/BA onde Nengo e Nadia se despediram e foram para Catu/BA.


Chegamos à BR 324 - Feira de Santana/Salvador e a chuva nos pegou de jeito e percebemos a grande contradição pela qual passamos. Vivenciamos um cenário de sol forte, terra seca, açudes sem água, gado tentando tirar da terra seu alimento..., é triste ver a seca, é triste ver de tão perto a realidade que a televisão mostra, é triste ver caminhos de areia onde passavam rios. Saímos com muito sol e chegamos com muita chuva... e o sertão ficou pra trás mas está presente na nossa memória. ("Riacho virou caminho. De pedras ardendo em fogo. No poço secou a água. Menino morreu sem nome. Na Caatinga o homem chora. O boi que morreu de sede. A roça que era verde. A seca torrou garrancho..." A Seca - Alceu Valença).