terça-feira, 24 de janeiro de 2012

AFOGADOS DA INGAZEIRA/PE - 20 A 22/1/12

Se a distância excede os 500 km o jeito é mesmo sair bem cedinho de casa. Ainda era madrugada quando nos rumamos para Afogados da Ingazeira/PE. O gostoso de sair de madrugada é acompanhar o dia nascendo, as cidades acordando, as luzes apagando, a vida acontecendo... É muito lindo ver o dia amanhecer e o sol romper a massa das brancas nuvens.
Quando já era bem claro paramos para tomar aquele cafezinho de beira de estrada e percebemos algo estranho na traseira da moto. O bagageiro da moto estava empenado bem no encaixe ameaçando partir. Nem pensem que o problema era a bagagem... rsrsr, porque essa é mais do que compactada, é coisa de idade mesmo, da moto é claro!

Esse probleminha nos fez parar por mais duas vezes para darmos uma arrumada até que chegássemos em Cícero Dantas/BA para Jaciro, amigo nosso motociclista e mecânico, dar um jeito.
Problema resolvido voltamos para a nossa amiga estrada e tivemos uma desagradável surpresa. A estrada naquele trecho até perto de Paulo Afonso/BA estava de matar. Passamos por aqui meses atrás e a estrada que era um tapetão agora o seu asfalto divide o espaço com enormes buracos..., pelo menos já começaram a arrumar...
A mesma estrada que nos trouxe essa desagradável surpresa nos deu uma outra bem mais agradável. Ao nos ver passar, Mancha, do Bulldogs no Asfalto, de Camaçari/BA, veio ao nosso encalço acompanhado de mais três amigos: Gal, Irritantes MC, Jonny e Ronny, do Nos Tolere, todos de São Paulo/SP e juntos, atravessamos as divisas de Alagoas e Pernambuco até a cidade de Afogados.

A catinga exerce uma atração que vai além do problema social que provoca. O fascínio pela resistente plantação que mesmo em terra seca se mantém firme nos faz lembrar das aulas de Geografia dos tempos de escola. E se é intrigante para nós nordestinos que estamos acostumados, para os paulistas foi muito mais surpreendente chegar perto de tais espécies.

Mais uma vez a estrada nos deu outra desagradável surpresa, dessa vez em terras pernambucanas, no trecho entre Floresta e Serra Talhada. Não houve quem não tivesse caído em um buraco... aff! Difícil de entender como um governo deixa uma estrada ficar em condições tão precárias.
O alívio veio quando entramos na PE 320. A boa estrada favoreceu para adiantarmos e ainda chegamos com o dia claro em Afogados.

É mesmo impossível não ir a Afogados da Ingazeira... A receptividade de Fio, do Dragões de Aço e de outros companheiros foi, no mínimo, refrescante com a oferta de água gelada e picolé.
Já na sexta-feira, primeira noite do evento, recebemos o troféu que causou entusiasmo pelo seu aspecto futurista, uma moto estilizada, em pedra, comemorativo ao XII Encontro de Motociclistas do Sertão do Alto Pajeú.

É impossível não ir a Afogados... É a primeira oportunidade no ano de rever vários amigos pernambucanos como João Cabelo, do No Limit - Tuparetama; Cabo Lau, do Tigres do Agreste - Toritama; Vovô, do Filhos do Vento - Recife. Aí é só abrir o sorriso, aumentar a alegria e correr pro abraço!!!

No sábado, seguimos para o nosso mototurismo e fomos subir a serra para Triunfo/PE. Na entrada encontramos com Carlos Jorge e Stela, do Bodes do Asfalto, de João Pessoa/PB. Quem acha que o sertão nordestino é só calor infernal e seca precisa conhecer as serras nordestinas que escondem pequenas e graciosas cidades de clima frio, como Triunfo e mostram um cenário contraditório de frio, baixas nuvens, cactos de diversas espécies, uma vegetação seca rasteira e muito verde espalhado.
Já fomos diversas vezes a Triunfo e todas as vezes fazemos o dever de casa e passeamos no teleférico. Um passeio aprazível por cima do lago em que é possível ver toda a cidade, principalmente o secular Theatro Guarany.
Ainda demos uma puxada até a pequena Serra Talhada e voltamos a tempo para participar do tradicional churrasco 0800.

Já nos pergutaram muito e ainda nos perguntam bastante qual a graça dos encontros motociclísticos e a resposta é imediata e de possível evidências: a emoção de rever amigos, de ver as motos de diversas marcas, cilindradas e estilos juntas e de compartilhar, dentre outras atrações de tudo que um evento proporciona. É tanta gente que fica até difícil enumerar..., mas revimos amigos como Carcará, de Mossoró/RN, Alberto, do SemFronteiras - Tuparetama, Jonga, de Cabrobó/PE.



A fila já estava formada para o churrasco 0800, tudo bem organizado ao som de música regional e MPB. Esse é um momento muito gratificante, tanto para o estômago quanto para a troca de adesivos, para conhecer novos moto clubes e seus integrantes e rever mais amigos como Ivo, de Feira de Santa/BA e Fátima, de Pé na Estrada - Recife,

No final da tarde saímos para um passeio na praça da Catedral do Senhor Bom Jesus dos Remédios e das ruínas do antigo coreto, lá mesmo em Afogados.
A noite do evento continuou movimentada, com o entra e sai de motociclistas e de pessoas que também queriam participar da festa. A área externa do Ginásio, onde acampamos, ficou pequena para tanta gente. Saiu do tradicional local de realização e isso provocou uma grande diferença pra melhor. A mistura deu certo, o povo foi nos ver e encheu toda a área de curiosos que participaram juntamente com os motociclistas nas duas noites de apresentação das bandas até quase amanhecer o dia! Por tudo isso, é impossível não ir a Afogados da Ingazeira!