quarta-feira, 25 de abril de 2012

PENEDO/AL - 20 A 22/4/12

A noite estressante e chuvosa nos deixou cheios de expectativa com a nossa saída, mas quando amanheceu a chuva deu uma trégua e dela só nos lembrava pelo chão molhado. Nós, que normalmente viajamos sós, tivemos a companhia de Paulo (Aranhas do Asfalto), Ferreira e Alda (Motriz), Moleiro, Flávio Coelho, Braga e Su (Vírus da Liberdade).


Pela Linha Verde cruzamos a divisa BA/SE e por volta das 14h estávamos chegando em Neópolis/SE para pegarmos a balsa que nos levaria para Penedo/AL

Uma pequena embarcação faz a travessia do Rio São Francisco que de forma majestosa banha as duas cidades e se torna divisa natural dos estados de Sergipe e Alagoas.


A invasão das motos quase não deixa espaço para os veículos de quatro ou mais rodas na pequena balsa. A travessia é rápida, uns oito minutos e paga-se R$4,00. Aos poucos começamos a ver a pequena Penedo, tal como o significado do seu nome "a pequena pedra".

Logo no desembarque fomos recepcionados com alegria e água gelada pela turma do MC Falcões do Baixo São Francisco para o II Penedo Moto Fest. O cais é uma das três entradas da cidade e em todas elas houve o cuidado da organização em montar uma recepção que, além das boas vindas, nos orientou e encaminhou para a nossa hospedagem.


Não fomos os primeiros a chegar no ginásio, nosso acampamento, mas ainda estava bem vazio.

O calor estava forte e logo saímos para fazer o reconhecimento da cidade. Almoçamos, trocamos o óleo da Azuleica e fomos andar pelo Centro Histórico de Penedo.

O centro histórico guarda um patrimônio preservado de casarios e prédios. Nos sentimos bem familiarizados com as ladeiras calçadas de paralelepípedos, nos remetendo ao nosso Pelourinho. Ganham destaque a Igreja Matriz, o Teatro Sete de Setembro (o primeiro de Alagoas), a Associação Comercial com um relógio na sua torre que ainda marca as horas. Seu acervo lhe garantiu ser chamada de "Ouro Preto do Nordeste", uma alusão à cidade mineira.



Penedo é uma das cidades ribeirinhas do São Francisco e também uma das mais antigas. Ao chegar na orla é que nos demos conta do final da tarde e fomos brindados com um belíssimo por do sol.

Depois da imersão na cultura panedense seguimos para a nossa cultura a qual Penedo estava sediando: o II Penedo Moto Fest. A vasta área verde na orla da cidade foi o palco para motos, exposição, motociclistas, shows e muita animação durante os dois dias de festa. Na primeira noite do evento encontramos muitos amigos como Miranda (Abutres), Mario (Aranhas do Asfalto), Marilson e Sandra (Sebastianense), Gilsone Santana (Suzukeiros do Atacama), Zerado (Águias Livres). Foi muito bom tê-los em nossa companhia.




No camping tudo correu as mil maravilhas, sem zoada, sem zoeira, arrumação, limpeza, segurança e organização. O pessoal primou mais uma vez no cuidado com os motociclistas. E quando tudo vai bem a alegria de estar tão próximos de amigos é bem maior, a integração é melhor, a resenha do dia anterior e a organização para o passeio se faz logo presente. Uns saíram para o passeio de barco pelo Rio São Francisco e nós tomamos outro rumo...


Na rota que Rogério idealizou para o nosso passeio motociclístico pela região iniciamos por Piaçabuçu. Seu nome se origina de palavras indígenas e significa palmeira grande.


A cidade tem na foz do São Francisco o seu grande atrativo e do cais saem diversos barcos com passeio para a foz e tem um marco do fim do caminho do Rio São Francisco, nosso rio brasileiro. Em outra oportunidade iremos...


De Piaçabuçu para Feliz Deserto, mais precisamente na Praia do Maçunim, uma praia tranquila com uma grande faixa de areia e o caminho até a praia ladeado de coqueiros. A areia dourada mostra o contraste da mistura do rio com o mar com pedrinhas típicas de rios.



Saindo da Praia de Maçunim fomos para o Pontal do Peba, outro paraíso de areia fica e escura e águas tranquilas. Depois de uma breve avaliação, por causa das motos mais baixas, resolvemos passear pelas areia da praia e tal como crianças brincando de carrinho nos deliciamos na mais pura sensação de liberdade.





O êxtase do passeio associado ao intenso calor nos deu muita sede e antes de sairmos daquele paraíso paramos para saciar a nossa sede. A saída da praia estava um pouco tenebrosa, tivemos que passar por uma pequena faixa de areia fofa. Sabidamente depois que um carro passou deixando uma trilha, passamos pelo mesmo lugar, todos com êxito.



Nosso passeio ainda estava na metade e seguimos de volta a Piaçabuçu para pegarmos a balsa, agora para a Ilha das Flores, do outro lado do rio, em Sergipe.




A viagem tranquila durou cerca de 20 minutos e enquanto a pequena balsa deslizava pelo São Francisco a emoção de estar passando por aquele paraíso tomou conta de todos. Admiramos cada canal por qual passávamos, a mata ciliar, casas ribeirinhas e a brisa fluvial.



Quando todos pensavam que não haveria mais surpresa, surpreendemos a todos. Aproveitamos a oportunidade para realizar o batismo de dois membros do Vírus da Liberdade, Braga e Su. Sem que nenhum dos presentes soubesse convidamos a todos para ficarmos mais próximo do majestoso São Francisco e Rogério, presidente do Vírus da Liberdade, anunciou o batizado.

Simbolicamente, Rogério molhou a cabeça dos novos membros com a água do São Francisco e com pasta branca ele batizou Braga e Carmen batizou Su: "As águas do Velho Chico que aqui estão morrendo, renascerão em seu batismo, assim como nasce um espírito motociclístico. Que vocês levem esse momento em todo seu caminho até a sua nascente como um Vírus da Liberdade!".




Emoções à parte, chegamos até o pequeno cais da Ilha das Flores/SE. Paramos no Restaurante Carapeba e saboreamos um delicioso pastel de camarão e refrescamos a garganta.


Nos apressamos em voltar para Penedo pois mais coisas boas nos aguardavam. A multidão de motociclistas do II Penedo Moto Fest já se fazia presente no Clube da Cidade para a feijoada 0800, um dos momentos mais aprazíveis e de grande integração, não há como deixar de ir. Por lá encontramos amigos de outros estados como Pache e Monica, de Aracaju/SE; El Loko, de Poço Verde/SE, Márcio e Tati,de Lagarto/SE, dentre muitos outros.





O almoço foi animado por uma banda de forró e também teve uma apresentação humorística, tudo para deixar a todos bem a vontade.





Quando retornamos ao camping, a população havia aumentado consideravelmente e tínhamos mais vizinhos. À noite voltamos para o evento para curtir a segunda noite. Na área do evento uma exposição de carros antigos chamou a atenção dos que passavam, aos pouquinhos os amigos se reuniam novamente e para finalizar a noite, o Papa Popó "abençoou" o novo casal do Vírus da Liberdade.







Na manhã do domingo a resenha ficou por conta das desarrumações do acampamento e arrumações das motos para fazer o caminho de casa.

Foi uma viagem de grandes surpresas e emoções espalhadas a quatro ventos e acalentadas pelo Rio São Francisco. Tranquila na ida e tranquila na volta mas com mais uma surpresa: a Azuleica zerou!!! Nas imediações da Praia de Guarajuba, na Linha Verde, já nos aproximando de casa, a XT completou 100.000 km rodados, dos quais 87 mil nos levando para diversos e belos lugares, nos dando grande prazer em estar em sua companhia. Valeu, Azuleica!!!