quinta-feira, 16 de agosto de 2012

CABROBÓ/PE - 10 A 12/08/12

Até onde uma estrada pode nos levar? Até onde uma amizade pode fazer você ir? A resposta é única: a muitos lugares! Uma bela estrada e uma grande amizade nos levaram mais uma vez a Cabrobó/PE, dessa vez para o I Cabrobó Moto Fest. Saímos muito cedo, nós e Paulinho (Tribo Atroari), sob uma chuva fina e intermitente que quase nos fez sumir na estrada...

Atravessamos a BR 324 - Salvador/Feira e quando chegamos nas imediações de Santa Bárbara estávamos ensopados e parar foi inevitável para tomar um café e esquentar o corpo.
Mais pra frente, já em Bendegó, encontramos com Nengo e Nadia (Dissidentes) e mais um casal amigo de Paulinho que logo se tornou nosso amigo. Seguimos todos, paramos em Ibó, almoçamos e depois continuamos a viagem até Cabrobó.

Quando chegamos ainda era muito cedo e o movimento bem pouquinho na recepção. Sabíamos que Cheldon e Cida (Cabras de Aço) já haviam chegado e fomos até lá, para a nossa surpresa ele havia preparado uma recepção para os amigos nos deixando emocionados e à vontade com um gostoso churrasco de bode. Por ali encontramos com Índio Pajé (Tribo Atroari) e Júnior D'Bia (Salgueiro/PE).



Aos pouquinhos foram chegando mais amigos, como o pessoal do Kavaleiros de Aço (Petrolina/PE) e do Bofes do Asfalto (Maceió/AL). A animação correu solta até a noitinha quando decidimos ir até a área do evento.


Na área do evento, naquela sexta-feira, o frio do sertão estava cortando a pele, o movimento era bem fraco, poucos motociclistas e um quantitativo bem tímido de populares, ainda assim o som gostoso de uma banda local tentava fazer os participantes se animarem.


Sábado é dia de feira, dia de passear, de achar e a feira de Cabrobó é bastante animada e grande, fomos atrás de forrar a barriga. Achamos um local bem simples com refeição a R$ 3,99, a seu gosto e quantidade pra tomar um café bem do jeitinho nordestino.

Os motociclistas sempre chamam a atenção nos encontros seja pelas motos ou pelas vestes de couro e isso percebemos em quase todos os lugares a que vamos. Em Cabrobó, por duas vezes ali mesmo na feira fomos a atração: uma moça que vendia rifa para ajudar a eleger sua filha rainha da igreja fez questão de tirar uma foto com a gente, uma demonstração ingênua da nossa celebridade; quando saíamos da feira, um animador de vendas na frente de uma loja também se interessou por aquele pequeno grupo que por ali passava. Foi um sucesso!!!

Comemos, brincamos e saímos para o nosso costumeiro passeio a fim de achar esse sertão tão cantado em prosa e verso. Saindo pela esquerda, seguimos primeiro até Orocó e subimos o morro até o seu mirante de onde nos presenteamos com uma visão panorâmica de uma dicotomia natural: a seca convivendo com o belo e velho Rio São Francisco.




Mais à frente chegamos em Santa Maria da Boa Vista, mais uma cidade ribeirinha do São Francisco, cidade antiga que já sofreu com a enchente do rio em tempos idos, hoje, tem no rio um grande atrativo turístico.


A prainha do São Francisco é um verdadeiro deleite com suas areia brancas, barracas rústicas, crianças a brincar e uma água que convida a um delicioso mergulho..., é a magia do São Francisco..., inevitável e imperdível!!!

Na Barraca do Boca Piu os rapazes degustaram o que por lá chamam de enraizada, cachaça com raízes, pra abrir o apetite e comer uma deliciosa tilápia, com salada, farofa e arroz branco (R$ 25,00), uma delícia.



Para muitos o sertão não tem beleza, é só tristeza, melancolia, sofrimento e é tudo isso sim, mas tem uma história de resistência, de superação, desde as conquistas dos boiadeiros na tocada do gado quanto da sua natureza exótica de galhos secos e retorcidos, de mandacarus, cactos e funcheiros. De um povo apaixonado pela sua terra, com raízes fortes na terra seca sempre a espera de água que caia do céu... ("A vida aqui só é ruim. Quando não chove no chão. Mas se chover dá de tudo. Fartura tem de montão. Tomara que chova logo. Tomara, meu Deus, tomara. Só deixo o meu Cariri. No último pau-de-arara. Só deixo o meu Cariri..." Último Pau de Arara - Luiz Gonzaga).



Retornamos a Cabrobó no início da tarde e a feijoada 0800 já rolava no clube da AABB, onde estava sendo feita a inscrição e a entrega do troféu do I Cabrobó Moto Fest. Por lá encontramos com o amigos do Andarilho, do Tribo de Davi, do Estradeiros de Cristo, do Abutres e muitos outros.





À noite a expectativa era para ver se o evento ia ter mais motociclistas. A área estava com uma aparência mais animada, mais motociclistas chegaram, os populares resolveram aparecer na festa, a banda tocando, as bandeiras hasteadas, tudo pronto pra festa.


Os stands promocionais faziam a festa dos motociclistas com distribuição de brindes e brincadeiras para animar a galera. Nos arriscamos até numa dança da maçã... rsrsr. A alegria estava por conta de quem estava presente fazendo a festa. Enquanto o frio ardia na pele a gente se divertia na companhia de amigos. O primeiro evento sempre traz muitas expectativas, como o primeiro filho, o primeiro beijo, o primeiro dia de aula, a primeira motocicleta mas também nos traz a oportunidade de melhoria para o próximo, se por um lado houve pouca participação dos motociclistas, por outro reuniu grupos de amigos, mostrou que com organização e parceria é possível fazer um bonito encontro..., valeu muito ter ido!


Valeu ter voltado ao sertão, voltado a Cabrobó, terra de amigos, de irmão, terra de "irmigo", do nosso irmão Cheldon, cabra bom, cabra de aço e do meu pequeno amigo Sombra. Mais do que mais uma viagem essa foi uma viagem de homenagem, consideração e estima. Valeu muito ter ido!!!