quarta-feira, 27 de março de 2013

POÇO VERDE/SE - 15 A 17/3/13

Animação e muita vontade é o que não faltam a pessoal do El Loko. Pela terceira vez eles. Incansavelmente, convidaram amigos motociclistas para a sua festa, o 3º Moto Fest de Poço Verde. A cidade pequena, com quase nenhum atrativo, está ficando pequena para receber tanta gente. De um pequeno poço coberto por uma vegetação em uma fazenda se originou a pequena cidade sergipana de Poço Verde. Com muita alegria, simpatia,cordialidade e muita água o pessoal do El Loko recebe a todos sob um calor enfervescente!


De cara encontramos com amigos que chegavam no mesmo instante que a gente: Fátima Rivi - Santa Cruz, Tatui - Invasores, Marcelo - Cachorro Louco, Paulo - Aranhas do Asfalto, Ferreira e Alda - Motriz, Tanaka - Busca Estrada, João e Maria - Peregrinos e Forasteiros e muitos outros, além do pessoal em viagem de férias do Rota do Mar, de Vila Velha/ES.
 
A culinária nordestina é imperdível, assim, deve ser degustada por qualquer um que se aventure por terras nordestinas e viajar por sabores da cultura de um povo forte e resistente. 


Em Poço Verde, um bom local para provar dessas delícias é no Mercado Central, um espaço bem arrumado ao lado do espaço das barracas. Os mais pedidos são os ensopados de galinha, bode e carneiro, feijão, mandioca, cuscuz, beijú de tapioca e, sem esquecer, o cafezinho. É um festival de cores, aromas e sabores!

A culinária sergipana e nordestina além de encher a barriga e os olhos, provoca uma onda de calor inigualável..., o jeito é correr dali e conseguir uma brisa para facilitar a vida da gente. Voltamos à praça do evento e o vento resolveu se fazer presente. No sertão tem disso, se a tarde o sol queima e arde á noite o clima cai e a brisa nos envolve como a pedir desculpas pelo mal estar da tarde.
No sábado, saímos à procura de um local para um café da manhã que não fosse aquela comilança da noite anterior, porque o nordestino já amanhece o dia pra comer forte e aguentar a labuta debaixo do sol quente. Como não é o nosso caso..., queríamos mesmo era um café, pão, ovos, bem básico. Depois de muito rodar pela cidade achamos uma padaria que se encaixou muito bem no nosso desejo.
 
Da padaria para a feira. Passeio imperdível em toda cidade do interior e a de Poço Verde estava ali, logo em frente. As possibilidades de se divertir, comer e comprar bugigangas e utilidades são muitas. Tudo chama a atenção, o colorido das tiras de sandálias vendidas separadamente (quem nunca quebrou as sandálias e teve que se desfazer delas por falta dessas tiras?), tudo para bicicletas, cadeados variados, de todos os tamanhos, vassouras de palha (as amigas adoram... rsrsr), chapéus curiosos, artigos de couro muito usados por vaqueiros da região e um colorido maravilhoso de frutas que chamam a atenção dos olhos e narizes e enchem a boca de vontade... Não se enganem, fazer essa caminha, dá uma canseira...
Fomos "caçar" o que fazer na cidade, mas o único lugar para ir era o grande açude, porém já nos avisavam que estava seco, a estiagem estava sendo radical... Um sofrimento que resiste ao tempo... Na estrada a poeira subia e um trecho de areia fez as motos darem uma sambadinha, mas todas resistiram apesar de Maria - Peregrinos e Forasteiros, quase preferir ir andando. O sol quente, a terra seca, árvores com galhos retorcidos, animais a fuçarem o chão em busca de alimento, um cenário meio sem cor, meio cinza que forma a paisagem por todo o caminho até o açude. Ao chegarmos a pergunta era: cadê o açude?? A terra rachada pela falta de água era o cenário atual, um resto de água com aspecto de podre ainda se via ao longe.

O sol a pino no alto nos dava conta que já era perto do meio dia e fizemos a nossa retirada. Voltamos à praça para beber uma água, tomar uma gelada, trocar ideia e ver quem estava chegando. De forma corajosa, com um sorriso motivador, Everaldo - El Loko, já divulgava o 4º Moto Fest, a acontecer em 2014. Isso que é vontade, nem bem começou o 3º já propagando o 4º!!!.
Seguimos para o colégio, onde provisoriamente era a nossa casa, ao chegarmos observamos que a população havia aumentado assustadoramente. É muito bom esse convívio no camping, melhor ainda é quando se respeita quem está lá, nesse aspecto o pessoal do El Loko também está de parabéns. E foi no camping/colégio que também foi servida a feijoada 0800, tradicional momento de integração dos eventos nordestinos. A feijoada já estava pronta para ser servida, o pessoal da cozinha todo cheio de sorriso e cortesias, a fila já formada, pratos na mão... Mas nada a fazer a não ser provar, comer, saborear e lamber os dedos. Tudo isso na maior alegria, com uma música ao fundo e muita conversa e brincadeiras, numa grande harmonia que só foi quebrada por uns desavisados e desrespeitosos a bordo de suas motos esportivas que chegavam fazendo a irritante e insistente zoeira... Ninguém merece! Mas ainda bem que se tocaram e eles foram embora e a paz voltou a reinar no "reino das barracas".
No evento à noite encontramos com mais amigos como o pessoal do Via Brasil - Rambo e Fran, do Arujá/SP, Índio e Rita - Tribo Atroari, Clézio - Amantes do Motociclismo, Netinho e esposa - Inajá/PE, Melque - Rio Real/BA, Professor - Feira de Santana/BA, Ivan e Sida - ADR, Vitor, Daiane e a pequena Letícia - Sebastianense. A noite prometia ser boa, muita gente na praça, muita moto chamando a atenção da criançada, as bandeiras dos moto clubes colorindo as tendas, tudo saindo a contento.
Domingo é inevitável, é hora de voltar pra casa. Nos arrumamos cedo e nem ficamos para o café da manhã que seria servido no campig. Paramos para tomar café em Itapicuru e seguimos viagem na tentativa de alcançar Paulo Barros que saíra mais cedo. Por falta de sorte não encontramos Paulo, pois nas imediações de Inhambupe passamos por uma situação que achávamos que tão cedo ou nunca mais seríamos protagonistas: a corrente da Ténéré quebrou! Não dava pra acreditar naquilo, como pode??? Parados, meio atônitos, a chuva se aproximando, a única coisa a fazer era empurrar a moto até uma porteira de um sítio para esfriar o juízo e pensar no que fazer, pra quem ligar naquele dia de domingo... Apesar de o improvável ter acontecido, nessas horas o cara lá de cima sempre coloca um anjo em cena. Enquanto nos ajeitávamos embaixo do pequeno telhado da porteira o dono do sítio saía de carro a caminho de Lauro de Freitas. Nada poderia ser mais providencial, além de deixarmos colocar a Açucena em local seguro nos deu carona até Salvador. Sr Júlio, nosso anjo da vez, do Sítio Toá, esse tem espírito de estradeiro...
 Essa foi a parte fácil e menos cansativa da história... Ainda bem que Rogério tem um estoque de correntes da XT 600, a esperança era que pelo menos uma servisse. Pegamos o carro e voltamos os 200 km até o sítio e a esperança deu lugar a decepção, a corrente precisava ser cortada, tirar uns elos para caber na Ténéré. O jeito era ir até Inhambupe e conseguir em um dia de domingo uma oficina, uma borracharia, qualquer um desses abertos. Andando pelas ruas, achamos uma oficina aberta, mas não em funcionamento, os homens estavam jogando cartas, mas diante das súplicas de Rogério, com as mãos sujas de graxa e a corrente na mão, o dono cedeu e foi esmerilhar a corrente. Agradecidos voltamos mais uma vez ao sitio e a corrente foi colocada em Açucena. Tudo pronto nos despedimos de Marise, deixamos muitos agradecimentos a Sr Júlio e seguimos os 200 km que nos separavam de Salvador, Carmen no carro e Rogério na Ténéré. Tivemos mais uma vez uma lição: quando tudo parece que não vai dar certo, o cara lá de cima muda tudo e nos ajuda a sair da "encrenca". Chegamos em casa por volta das 21h, chegamos bem. Graças a Deus!!