segunda-feira, 13 de setembro de 2010

ARCOS/MG - 10 A 12/9/10

Km 0, da BR 030 e iniciamos nossa aventura por estradas ainda não percorridas por nós. Saímos no domingo, 5/9/10, rumo a Bom Jesus da Lapa/BA, nosso primeiro destino até o próximo evento motociclístico em Arcos/MG.

A estrada muito boa e o pouco fluxo de veículos fez a viagem ser a maior tranquilidade apesar do intenso calor. A paisagem que se descortinava a cada quilometro não nos surpreendia a não ser pelas cores desbotadas das áreas desmatadas, de outras acometidas pela seca e de outras tantas com sinais de queimadas. Aliás, o que era noticiado na tv, presenciamos por diversas vezes no nosso trajeto.


Chegamos por volta das 14h em Bom Jesus da Lapa e o calor continuava forte. Após nos instalarmos fomos dar uma volta pela "Capital Baiana da Fé" e rapidamente comprovamos o porquê desse título. A cidade respira a devoção ao Bom Jesus. A gruta de Bom Jesus foi a moradia de um fazendeiro que abdicou de sua fortuna e se tornou monge indo morar nessa gruta depois de uma longa peregrinação por devoção ao Bom Jesus. Ao redor da gruta a cidade se desenvolveu tendo o Rio São Francisco ás suas margens.







O sol já despontava quando pegamos a estrada na segunda-feira, 6/9/10. Cumpriremos nosso maior percurso dessa Rota: 589 Km até Brasília.

Aos poucos a vegetação da seca se misturava à influência do cerrado goiano. Ainda em solo baiano já começamos a ver as cores das flores do cerrado, como a caliandra ou cigana que encontramos solitárias em meio a vegetação seca. Também vimos as flores do ipê roxo.



Nessa região, deixamos para trás as subidas e descidas e iniciamos nosso percurso em estrada absolutamente plana, quase sem curvas e ladeadas por plantações de soja, milho e algodão. Passamos na época da colheita e vimos a amplitude, a abrangência das áreas de plantio, em substituição a vegetação do cerrado.



Momento histórico para nós: ultrapassamos a primeira divisa da nossa Rota das Seis Divisas, Bahia/Goiás. Saimos do nosso solo baiano em busca da aventura do conhecimento, do novo, das aprendizagens. É interessante como informações da época da escola retornam às nossas lembranças... É o cerrado, a planície, a queimada, a vegetação, o relevo...

Em meio a devastação do cerrado vimos os primeiros ipês amarelos, lindos!!

Em meio às queimadas a vegetação resiste firme e forte. Por vezes vimos numa área completamente queimada pés de ipês amarelos e roxos e um verde que teima em se manter vivo.


Essa foi a paisagem que nos acompanhou durante todo o nosso percurso até Brasília. Aliás Brasília entrou na nossa rota por dois motivos oportunos: o primeiro, para Rogério rever familiares (pais, irmãos e sobrinhos) que não via há 3 anos e, o segundo, para que Carmen conhecesse a todos eles. Passada toda formalização das apresentações a simpatia foi mútua e um clima de descontração e espontaneidade, capitaneado pela D Célia deixou a todos à vontade.


Nada mais patriota do que estar em Brasília no dia 7/9/10. Apesar do sol as manhãs em Brasília foram muito frias e naquele dia comemorativo à Independência do Brasil não foi diferente. Mesmo assim, apesar de já conhecermos Brasília, saímos para ver o movimento e, quem sabe, encontrar novos cenários, novos ângulos.



Hora de fazer uma manutenção básica: troca de óleo e apertar a corrente.

Moto pronta, fizemos um passeio bem turístico: Palácio da Alvorada, Ponte JK, Barragem do Lago Paranoá, Lago Paranoá e a Praça dos Orixás.




Depois de turismar pela capital federal, fomos até a feirinha da Torre de TV e encontramos com Jorge, irmão de Rogério, e sua família além de ver D Célia em plena atividade na sua barraca de artesanato.

Quarta-feira, 8/9/10, mais um dia em Brasília e saímos para dar umas voltas pelas cidades-satélites de Taquatinga e Guará. De volta a Brasília Rogério reviu um de seus grandes amigos , Assis.

A viagem a Brasília vai ficar marcada pelo carinho, alegria e reciprocidade entre todos nós. Foi muito gratificante dividir e compartilhar momentos com todos eles. Finalizamos Brasília com um típico jantar em família, uma passada rápida na exposição de carros antigos e uma volta pela recém inaugurada fonte na Praça da Torre de TV que estava toda absolutamente iluminada. Luz para todos, não poderia ser melhor!!!






Manhã de quinta-feira (9/9/10), manhã fria, um leve seremo marejava nossas viseiras. Quando o dia clareou já estávamos prestes a cruzar a segunda fronteira da nossa rota: DF/GO. A viagem continuava tranquila em estradas boas ou sendo recapeadas. A vegetação continuava fria, sem cor...


Tínhamos mais 464 km pela frente até chegarmos a Patos de Minas/MG e mais uma vez pegamos o Km 0 de uma BR, a 040 e atravessamos a terceira divisa da rota: GO/MG. Ao abastecer saboreamos o mais típico sabor mineiro: o pãozinho de queijo, que delícia!


Chegamos a Patos de Minas e logo fomos almoçar, o estômago já estava reclamando, rsrsrs. Almoçamos e fomos conhecer o Parque Mocambo, a Igreja Matriz, a ponte sobre o Rio Parnaíba e a Lagoa Grande. Na Lagoa Grande presenciamos uma espécie de piracema, peixinhos subindo contra a correnteza.





A nossa expectativa dessa parte da viagem ficou por conta de conhecer o jeito mineiro de fazer eventos motociclísticos. Seria o primeiro evento fora do circuito nordestino aos quais estamos acostumados. Assim, seguimos no dia 10/9/10, uma sexta-feira fria, para a cidade de Arcos/MG. A estrada continuava boa, a paisagem cinza e as surpresas ficavam por conta dos pequenos acidentes e dos enormes caminhões que ultrapassávamos e que passavam por nós.




Quanto mais nos distanciávamos das terras goianas nos aproximavamos de um relevo mais próprio de Minas Gerais: serras e morros. As estradas passaram a ser mais sinuosas e as subidas e descidas se intensificaram. Surgem as grandes áreas de plantação de café e não resistimos em "invadir" uma delas.


A extensão territorial de Minas possibilitou a criação de 36 circuitos turísticos "que vão desde cidades históricas à estâncias hidrominerais, das grutas às montanhas". Desde que entramos em terras mineiras passamos por alguns deles como o Grutas e Mar de Minas.

Durante o caminho nos surpreendemos com a placa da primeira cidade banhada pelo Rio São Francisco e todos sabem que esse rio nasce na Serra da Canastra, em Minas Gerais. Pois bem, ao nascer e descer banha a cidade de Iguatama, que em tupi quer dizer "lugar em que o rio se abre em curvas". Uma cidade pequenina e calma. Fotografamos na igreja local de Nossa Senhora da Abadia.

Chegamos enfim em Arcos/MG. Nos instalamos e logo conhecemos um casal motociclista, Jaqueline e Fábio, de BH, do MC Comando Águia. Muito simpáticos e acolhedores nos convidou para compartilhar a mesa no almoço e aproveitamos para estreitar a amizade.

O evento só iria iniciar à noite daí que resolvemos dar nossas voltinhas pela redondeza, afinal iriamos ficar três dias na cidade e precisavamos ter o que fazer. No nosso plano estava para conhecermos a cidade de Formiga, a 12 km de Arcos. A cidade de Formiga atribui seu nome ao Rio Formiga que corta a cidade.

Subimos o morro e fomos ver o Cristo Redentor. Do alto vimos toda cidade e nos chamou a atenção uma pequenina estação de trem. Descemos e vimos de perto a estação que se tornou museu. Aliás, o trem passa por toda a cidade.






Voltamos a Arcos e fomos direto para o evento. Lá já se reuniam alguns motociclistas, dentre eles Fábio e Jaqueline que nos convidou a s juntar-nos a eles. Começou aí nossa inserção no meio célebre, rsrsrs... Todos queriam saber da nossa história, rota, distância... A partir daí fizemos o que Carmen mais gosta em evento, trocar adesivos.


A noite o evento já dava mostras de grande movimentação. Conhecemos o pessoal do Mandrax, moto clube responsável pela organização do evento e mais uma vez experimentamos o jeito mineiro de receber e acolher os que estão na sua cidade. Aproveitamos a oportunidade para presentear ao Lucimar, do Mandrax com o Troféu Vírus da Liberdade 2010.




Manhã muito fria de sábado, 11/9/10, saímos para turismar e a cidade escolhida foi Pedra do Indaiá acerca de 30 km e cercada por morros. Visitamos a igreja de pedra, a Capela de São Miguel, do século XVIII, que depois de ficar em ruinas foi restaurada em 1982 guardando características originais das portas, janelas, altar e um confessionário em madeira.



Da igrejinha seguimos para conhecer a prainha, um areal a beira de uma cachoeira que fica numa propriedade particular mas que é aberta ao visitante que queira pagar R$5,00, por pessoa. Isso nós só descobrimos depois, pois não há qualquer indicação disso. Mas nada a fazer, voltamos para Arcos.


Para nossa surpresa, no evento encontramos com um velho conhecido de outros encontros, o Jerimum, que nos apresentou a outros motociclistas e mais uma vez nos tornamos celebridades.


Hora de fazer a inscrição e receber nosso primeiro troféu mineiro: VI Encontro Nacional de Motociclistas de Arcos. Tudo transcorreu na maior tranquilidade e organização.



Enquanto isso a praça do evento estava se enchendo de motociclistas e suas motos.



Não podemos deixar de registrar que a XT se comportou muito bem, porém deixou cair o parafuso que segura o protetor esquerdo de mão, rsrsr, o jeito foi fazer uma gambiarra com arame.

Segunda noite do evento e a praça estava entupida. O globo da morte era maior atração para todos, nos deixando boquiabertos com aquelas acrobacias. As bandeiras, em maior número a noite, tremulavam os brasões dos mais diversos motoclubes.


E mais uma vez nos tornamos celebridades. O problema vai ser pegar gosto por isso, rsrsrs. O Lucimar, já sabendo da timidez de Rogério, pediu ao locutor que fosse até nós e o entrevistou. Rogerinho se saiu muito bem!!!! Trocamos de novo mais adesivos e tiramos muitas fotos.


Uma noite de clima frio mas de grande calor humano. Grupos diversos, cada um a sua maneira curtindo as músicas de rock seja através do som maravilhoso no palco ou produzidos por sons mecanicos nas motos. Restaurantes e barracas cheias, os mineiros bebem, dançam e brincam num jeito comportado com respeito e simpatia... Ficamos encantados!



Domingo, 12/9/10, último dia do evento que já sabíamos iria terminar por volta das 15h. Assim, saímos para mais um passeio pela redondeza, não sem antes Rogério dar uma olhada numa mancha embaixo da moto que pareceu ser de gasolina, devido a esta não ser pura.

Seguimos o caminho para a cidade de Pimenta. Paramos para calibrar o pneu e apertar a corrente... Fala sério!Que correntinha é essa???


Após passar pelo pedágio (R$1,90) chegamos a cidade de Pimenta, que tem esse nome em homenagem ao sobrenome dos costrutores da antiga ingreja maatriz. Será que foi aqui que o nosso amigo Pimenta, do Ninjas nasceu? A cidade fica às margens do Lago de Furnas, formado pelo Rio Grande. Chegamos até a Iha de Cabaçal, formada por um extenso lago de águas azuis. Vimos também as ruinas de uma antiga fábrica de cal. E mais uma vez Azuleica aprontou. Será que ela vai desmontar até o final da viagem??? Ave Maria que não!!! Simplesmente a lanterna de sinal começou a ficar folgada. Rogério, então, passou uma fita colante e segurou a bichinha. O jeito é se tornar um pouco Magaiver, rsrsr...





Hora de comer e aproveitar a cortesia de um almoço que recebemos do Mandrax. De volta a Arcos fomos ao Restaurante Pulo do Gato e por lá encontramos todo o pessoal do Mandrax que nos convidou a sentarmos à mesa.

Após o almoço Sílvia e Guilherme nos levou para conhecer a área que fora reservada para camping. Que lugar lindo, viu??? Deu uma saudade da mansão azul...



Voltamos para a praça, pegamos de volta a nossa bandeira e aproveitamos mais alguns momentos com nossos novos amigos... Fim de festa, fim de evento, som tranquilo, tudo organizado... Nos despedimos da mesma forma como chegamos e fomos recebidos com a maior simpatia. Agradecemos emocionados todo o acolhimento e carinho recebidos. Parabéns Mandrax! Grande evento, bela festa. Perfeito!!!


Voltamos para o hotel gratificados e agradecidos a Deus pela oportunidade. Amanhã é dia de continuar a nossa rota. Nos veremos em Miracema/RJ. Um abraço.

Um comentário:

  1. Legal!!! Tô babando. 2012, quem sabe? Comprarei uma moto e viajaremos juntos. Irei fundar meu moto-grupo tb. Depois direi o nome a vcs. Legal, mto legal!
    Tio Dindo

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