Em Lavras nos hospedamos no Hotel Califórnia. Logo trocamos de roupa e saímos para ver alguns pontos que destacamos em pesquisa pela net: o Parque Quedas do Rio Bonito e a Velha Estação.
Infelizmente o Parque estava fechado. Seu funcionamento é de terça a domingo e chegamos numa segunda... Falhou! De fora pudemos perceber o quanto bonito é o local entre serras e o quão deve ser atrativo.
A corrente da XT continuava a preocupar Rogério pelo barulho que ela fazia e pelo número de vezes que ela teimava em folgar dois estágios a cada meros 400km, é mole? De volta do Parque, encontramos uma Loja/Oficina de Motos Pudim e, por sorte, tinha uma corrente para a moto... Ô coisinha difícil de achar... A corrente que estava na moto foi desenganada pelo mecânico... rsrsrs. Serviço feito e a Azuleica estava numa maciez digna de uma lady.
Felizes por ter resolvido o problema da corrente fomos almoçar uma comidinha mineira, bem caseira, no centro de Lavras e descobrimos uma parede com caricaturas de diversos artistas, dentre eles Roberto Carlos, Raul Seixas e Ivete Sangalo.
Continuando nosso tour por Lavras, seguimos em busca da Velha Estação. A Estação já inativa ostenta uma arquitetura do Século XVII e a locomotiva a vapor 233, de 1920, fica exposta numa praça.
Lavras vai nos deixar lembranças por ter sido a cidade onde resolvemos o problema da corrente da XT nos porporcionando uma viagem ainda mais tranquila. Enfim terça-feira, 14/9/10, saímos rumo a São João Del Rei/MG. O percurso que fizemos nos deu algumas surpresas como ver a passagem de um trem de cargas e o Rio Grande, rio que fomenta a Usina de Furnas.
São João Del Rei é detentora de um vasto patrimônio histórico, com ruas compostas por casarios coloniais e seu nome é em homenagem a D João V.
A cidade de São João Del Rei faz parte do Roteiro da Estrada Real do Rio de Janeiro às Minas Gerais. Curiosos, resolvemos fazer uma parte dessa estrada. Mais uma vez, dentre as diversas, esperamos no bloqueio de estradas que estão sendo reparadas. Uma pichação nos chamou a atenção fazendo uma alusão de que alí haviam "só buracos". Ainda bem que o problema estava sendo resolvido...
O marco da Estrada Real indica o caminho a percorrer. O trecho foi: Caquende/Capela do Saco/Carrancas, acerca de 88km de estrada de barro. Mal sabíamos o que nos esperava... a nossa expectativa era de encontrarmos surpresas paisagísticas, rios, cachoeiras, morros ou alguma coisa que fizesse alusão a passagem da realeza, rsrs... Nada! Todo o trajeto tem aqueles mata-burros que irritam qualquer motociclista. A vegetação seca predominava e o calor só piorava a irritação e o arrependimento por ter escolhido esse passeio (???). Mas, ajoelhou...
Salvação da lavoura!!! Chegamos ao final do povoado de Caquende e nos deparamos, mais uma vez, com o Rio Grande. A travessia é feita por uma pequena balsa, por R$2,00, que se encontrava no outro lado. Segundo informação de uns policiais no local, era só buzinar que o cabra viria nos pegar. Deu certo! Lá veio a balsa e os policiais aproveitaram para fazer uma fiscalização... Tudo certo, fizemos a travessia pelo Rio Grande. Único prazer desfrutável ali e chegamos do outro lado à Capela do Saco. Nada a declarar, nem mesmo um local para beber água. Dali por diante ficamos por conta da sorte...
O sol apertou, o calor também e a sede idem! Passamos por um riacho de água clara e Rogério não se fez de rogado. Desceu uma pequena pirambeira e encheu uma garrafinha de água. Foi um deleite!
O chão da estrada começou a piorar e nos vimos passando por pedras, areal e subidas íngremes... Foi um alívio quando divisamos a localidade de Carrancas. Chegamos lá e soubemos que esse trecho se chamava "cruz das almas", rsrsrs, entendemos o porquê.
Graças a Deus, voltamos ilesos para São João Del Rei, não sem antes amargarmos de novo a espera no bloqueio da estrada. De volta ao hotel, nos banhamos, descansamos e depois nos deliciamos com um jantar bem mineiro. Merecidamente!!!
O Hotel de Trânsito nos atendeu muito bem. Após o café, seguimos para a cidade de Rio Pomba/MG. As manhãs mineiras continuavam frias e naquela quarta-feira, 15/9/10, parecia estar mais frio. O percurso seria de 146 km de curvas, subidas e descidas. Foi o percurso mais veloz e até assustador, pois os caminhões e carros passavam em grande velocidade por nós. Os atrativos nesse trajeto ficaram por conta de uma bica que saía das pedras jorrando uma água cristalina e gelada e dos pés de bambuzinhos, que servem para fazer caniços de pesca.
Chegamos a Rio Pomba/MG com mais 1000 km rodados, hora de trocar o óleo. Depois de nos instalarmos demos providência à troca. A cidade recebe esse nome por causa do Rio Pomba que abastece a região.
Hora também de se aventurar e descobrir a Cachoeira do Passa Cinco. Foram 16 km de estrada de terra até chegar a cachoeira e vamos adiantar que valeu muito a pena chegarmos a um pequeno paraíso escondido numa área de propriedade particular, aberta ao público, com custo zero, além de nos deliciarmos com docissímas jabuticabas retiradas diretamente dos galhos da jabuticabeira... Nos lembramos das histórias do Sítio do Pica-Pau Amarelo. ("marmelada de banana, bananada de goiaba, goiabada de marmelo, Sítio do Pica Pau Amarelo...")
Voltamos para a cidade e fomos conhecer o de praxe em pequenas localidades: a igreja matriz, a praça mais animada, o chafariz... Pronto! Entardeceu e retornamos ao hotel para já imaginar o dia seguinte...
Após um simples e gostoso café da manhã saímos em direção a nossa próxima parada: Leopoldina/MG. A quinta-feira (16/9/10) continuava fria... afff! Ansiávamos por dias mais quentes... Sem erro chegamos em Leopoldina e nos instalamos no Sítio Pato Rouco. Sempre que planejamos a rota de férias já saímos de Salvador com as reservas dos hotéis e pousadas todas feitas a partir de informações que a net nos proporciona. Algumas vezes nos deparamos com locais muito simples, porém limpos e arejados que nos serve muito bem para um pernoite. Em outras vale a pena mostrar e poder recomendar lugares aprazíveis como esse em Leopoldina, o Sítio do Pato Rouco. Simplesmente maravilhoso!
Leopoldina ostenta esse nome em homenagem a filha de D Pedro II, que esteve na localidade por volta de 1883. Inserida em um relevo montanhoso e de clima temperado, saímos para conhecê-la.
No portal da cidade nos deparamos e ficamos emocionados com um pórtico em homenagem aos motociclistas. Um reconhecimento da cidade ao incentivo e valorização do turismo local pelos grupos de motociclistas que realizam eventos na cidade. Ficamos sabendo mais tarde que esse é o único pórtico na América Latina em homenagem aos motociclistas. Da nossa parte, valeu Leopoldina!!!
Seguimos morro acima para ver a cidade do alto do Cruzeiro. O caminho todo em terra, de subidas íngremes, nos leva até uma visão panorâmica de toda a cidade. Lá no alto o frio e o vento são insuperáveis!!!
Leopoldina nos encantou do inicio ao final da nossa curta estadia. É um lugar que podemos voltar, até porque realiza um grande evento de motociclismo... Quem sabe ela não volta ao nosso roteiro futuramente????
Deixamos Leopoldina em 17/9/10, direto para Miracema/RJ.
O início da estrada já nos avisa da nossa próxima divisa a ultrapassar. Não demoramos muito, apesar das contínuas paradas em bloqueios de recuperação da estrada. Rapidamente saímos do estado de Minas Gerais e estávamos no Rio de Janeiro. Assim, passamos a nossa IV divisa: MG/RJ, da Rota das Seis Divisas...
Chegamos em mais um local aprazível para nos hospedarmos e dessa vez pudemos desfrutar dele por três dias. O Sítio Santa Rita, recém transformado em pousada, é uma tranquilidade de recanto localizado entre pequenos morros. O casal Lelo e Jô é de grande simpatia e agradabilíssimos, deixando-nos o tempo todo a vontade.
Do Sítio, depois do almoço, direto para o local do evento, o VI Encontro Nacional de Motociclistas de Miracema. Miracema foi o único lugar que não conseguimos fazer reserva. Nos colocamos em contato, por e-mail, com um dos organizadores do evento, Ulisses, do Stradas MC que nos conseguiu esse lugar. Só temos realmente a agradecer!!!
No evento fomos muito bem recepcionados por Muleta, do Stradas MC que já sabia da nossa chegada e das nossas aventuras desde o dia 3/9/10. Muleta nos apresentou a outros membros do MC e nos levou para conhecer a sua sede. O evento ainda estava começando...
À noite o burburinho dos motociclistas e o barulho das motocicletas que chegavam já mudava todo o cenário. Dessa vez nos encontramos com Ulisses e Muleta e os presenteamos com o Troféu Vírus da Liberdade 2010, que prontamente foi colocado na galeria de troféus da sede do Stradas MC, onde também colocamos nossos adesivos e o boton. Fizemos a inscrição do Vírus da Liberdade e recebemos o troféu do evento. Por lá tivemos uma gratificante surpresa, nos encontramos com nosso querido amigo Gonçalves, do Tico e Teco/RJ.
Além dos organizadores do evento, Gonçalves foi o nosso grande mestre de cerimônias nos apresentando a outros motociclistas locais e percorrendo conosco todo o evento. Através dele conhecemos Renato Rio Blues, com quem já havíamos trocado e-mails e elogios de ambas as partes.
Seguimos Gonçalves até o local de camping (nota dez!!) e aí foi ele que nos surpreendeu... Deu a Rogério um quadro em homenagem a amizade firmada entre eles. Coisa rara isso, viu??? Rogério ficou sem palavras e Carmen, de espectatora, ficou orgulhosa... Em seguida, continuaram as supresas e dessa vez em dose dupla: presenteou aos dois com botons do Vírus da Liberdade e dois distintivos personalizados... Ficamos emocionadíssimos!!! Obrigado querido e grande amigo, Gonçalves!!!
Depois de saborearmos batatinha e calabresa e de muita rasgação de seda, rsrsrs, dos dois lados, ou melhor, dos três, deixamos o nosso amigo e fomos ver um pouco mais do evento. O movimento tinha aumentado e o shhow de rock já começava a animar a galera.
Dia seguinte, sábado (18/9/10), cafezinho tomado, nos arrumamos para fazer o nosso tour pela cidade de Laranjal/MG. Antes, porém, fomos até o camping ver o café da manhã oferecido lá a todos os motociclistas participantes do evento. Legal isso!
Laranjal é um pequeno município mineiro que recebeu esse nome obviamente em virtude de um grande laranjal que existia na sede do distrito, a época em que começou a ser povoado. Por lá vimos a igrejinha e ficamos curiosos em conhecer a comunidade do cristal, que por total falta de indicação, não a encontramos. Dessa vez os achadeiros nada acharam... Demos com os burros n'água, rsrsrs. Valeu pela bela paisagem do alto do morro.
De volta a Miracema, de volta ao evento. Diante de tantas máquinas, normalmente as loucas e criativas chamam a atenção, como um triciclo-caixão... Tem maluco pra tudo!!!
A programação do evento, além das bandas de Rock, incluía o churrasco 0800, com apresentação de Renato Rio Blues. Pensem em uma fila organizada, sem confusão, com uma distribuição farta de churrasco e seus acompanhamentos, assim foi esse momento. A maior tranquilidade.
A tarde a programação ficou por conta do show de freestyle, motos e seus pilotos em acrobacias em uma rampa. Lindo de se ver, um verdadeiro espetáculo! O locutor anunciou e chamou alguns motociclistas para encararem subir no caminhão... Não satisfeito convocou as mulheres... Ahhh, Carmen não se fez de boba e quis participar do show... Parecia criança, kakakak.
Também teve as artes em miniaturas de motos e triciclos, cachacinha na recepção, diversas bandeiras, show de rock e, pra finalizar a noite de sabado, o javali no rolete.
Domingo (19/9/10), dia frio. Não podíamos imaginar um Rio de Janeiro tão frio no seu interior. Nossa, tava difícil sair da cama e encarar o vento frio na estrada. Mas achadeiro que é achadeiro não teme as intemperies do tempo, kakaka, até parece! Pura pressão!! Saímos para conhecer a cidade de Itaperuna/RJ, terra natal do Sr Jorge, pai de Rogério. Passamos antes em Laje do Muriaé/RJ e vimos por lá uma igreja no mínimo esquisita com suas torres ocas, a Igreja de Nossa Senhora do Bom Sucesso. A igreja estava sedo restaurada e parecia ser bem antiga. Seguimos viagem.
Itaperuna/RJ é uma cidade de porte médio, bem desenvolvida. Tem uma rampa de voo livre e um Cristo Redentor, a segunda maior réplica. Do alto do seu morro dá pra ver toda a cidade. Itaperuna quer dizer "caminho da pedra preta".
Ao sair de Itaperuna/RJ, passamos por São José de Ubá e pegamos o caminho "errado" pra voltar pra Miracema. Até parece que fazemos de propósito, mas não é. Dentro da cidade de São José de Ubá seguimos uma placa MIRACEMA. Ora, era para onde queríamos ir... Mas ninguém nos avisou que era um acesso secundário, de estrada de barro, e lá fomos nós até chegar em Miracema.
Assim terminou nosso tour. Chegamos ainda com muito frio e ficamos o resto da tarde e a noite confinados. Só Rogério enfrentou o frio para colocar a moto mais acomodada no quiosque. A nossa expectativa agora era de pegar dias mais quentes, afinal estamos no Rio de Janeiro. Até São Fidélis/RJ!
Valeu encontrar vocês, estão fazendo falta!!!
ResponderExcluirBeijos, Lelo e Josi.