quinta-feira, 22 de outubro de 2009

De Caruaru/Pe a Petrolina/Pe

Saimos de Caruaru na segunda-feira, 28/09, em direção a Petrolina passando pelas cidades de Belo Jardim, Sanharó e Pesqueira até chegar em Arcoverde.

Sanharó nos chamou a atenção pelos seus dois postais: um chafariz com uma abelha e o outro uma vaca sendo ordenhada. Em conversa com moradores descobrimos o porquê dos dois postais. Sanharó é uma especié de abelha e a cidade é grande produtora do mel dessa abelha, o outro postal é por que a cidade é também grande criadora de gado leiteiro.

Seguimos para Pesqueira. Lá fotografamos o curioso castelo que há 15 anos está sendo construido. Uma construção ostentosa se pensarmos que ele está situado na região do sertão pernambucano. Ainda em Pesqueira visitamos o Santuário de Nossa Senhora, um lugar que inspira paz no alto de um morro de onde vemos toda a cidade.



Chegamos em Arcoverde as 11h40. Depois de fotografarmos no portal, um grande arco verde e, pra variar, nos cactos, seguimos para a Pousada Riacho do Mel, uma graça de lugar.

Fomos ao centro da cidade e um morador nos indicou um passeio para o Vale do Catimbau, no distrito de Buique, a 25 km de Arcoverde. De Buique, ninho de cobra na língua indígena, seguimos mais 11 km de estrada de barro, com trechos de pura areia, dificultando um pouco o trajeto mas deixando um ar de aventura a cada acelerada e derrapadas. No meio do caminho encontramos o mascote do Vírus da Liberdade, um urubu, degustando uma enorme cobra. Durante o caminho a natureza nos mostrou toda sua diversidade nas paisagens que vimos, nas flores e plantas locais.


Mais ou menos às 14h chegamos ao Parque Paraíso Selvagem. Fomos recepcionados pelo cuidador do local um índio da Tribo Fulni-ô, Jurandir. Isso nos lembrou outros episódios não tão agradáveis com esses índios. Mas ali era outra situaçao e tudo correu muito bem. Jurandir nos deu uma verdadeira aula sobre o sitio arqueológico que compõe o Vale do Catimbau. Não pudemos visitar o parque por que a Policia Militar estava fazendo exercícios no local. Tiramos fotos do que podíamos e degustamos uma deliciosa e doce cana.


Retornamos por volta das 16h e a estrada continuou nos surpreendendo com belas paisagens.

O Morro de São José foi um espetáculo à parte com o show do pôr-do-sol. Maravilha!!
Dia seguinte, terça-feira (29/09), hora de zarpar. Tomamos café, fizemos pose para mais algumas fotos com o pessoal da pousada que foi muito prestativo e simpático, principalmente pela maisena... rsrsrs... mas isso é outra história!

Pegamos a estrada para Belém do São Francisco, uma pequena cidade às margens do São Francisco com singelos encantos, como a orla que separa Pernambuco da Bahia.


No Porto da Barra pegamos uma lancha para a Barra do Tarrachil, no município de Chorrochó, já na Bahia... tomamos banho no lado baiano do rio. A travessia no barquinho é R$1,00 por pessoa. Pegamos a lancha Navegante da Boa Esperança, guiado pelo barqueiro Adriano. Esses tipos de lanchas costumam também atravessar motos por um preço mais barato que as balsas.

Na volta da travessia, já em terras pernambucanas, nos encantamos com um pavão lindo que, derepente, abriu em leque o rabo... e o pavão só abre o rabo em leque quando vê uma fêmea e quer chamar a atenção dela.

Paradinha básica no caminho de volta pra um refresco numa deliciosa sombra.

De noite passeamos pela cidade, fazia muito calor e tomar água de coco foi uma agradável saída.

Quarta-feira, 30/09, arrumamos a bagagem, tomamos café, tiramos fotos com D. Nina, uma simpática senhora da Pousada Novo Horizonte onde pernoitamos em Belém do São Francisco, e seguimos para Cabrobó.


Chegamos a Cabrobó muito antes do previsto e tivemos que esperar a arrumaçao dos quartos da Pousada Limarques. A pousada é toda caracterizada com temas do cangaço e com Luiz Gonzaga. O mais curioso é que em cada porta de quarto há uma música do Rei do Baião. No nosso quarto a música foi Respeita Januário.

Cabrobó é uma cidade bastante quente, uma das mais quente para nós... ufa!!! Resolvemos dar uma volta para o tempo passar até que os quartos estivessem prontos. Chegamos na feira e lembramos de procurar patapata (um pente arredondado que fica preso no dedo e na palma da mão) pois Rogério havia deixado o dele lá no rio em Belém... e como ele não vive sem esse objeto... rsrs... e achamos mais uma curiosidade, patapata por ali é chamado de TABACA. Compramos duas tabacas azuis... rsrsrs... outra coisa engraçada é a forma como os barraqueiros se dirigem aos compradores: "entra mulhê" , "diga home"... bem, passeamos mais um pouco pela feira, pela igrejinha e o cruzeiro, mas o calor exaustivo e a roupa de couro esquentando, dava sinais de incômodo e aí, nao deu outra, corremos de volta para a pousada crentes que já tava tudo arrumado... ledo engano!Porém, ao retornarmos tivemos uma surpresa e tanto!! Costumamos quando nos hospedamos já pagar a nossa diária, só que ao querer fazer isso o recepcionaista nos informou que alguém havia ligado e feito o pagamento.Bem... o que aconteceu foi o seguinte: quando chegamos em Cabrobó avisamos a Cheldon e dissemos a ele que já havíamos chegado à sua cidade natal e estávamos hospedados na Pousada Limarques e aí foi que o danado, enquanto estávamos dando uma volta, ligou pra pousada e pagou a nossa estadia, nos dando esse presente... só nos restou agradecer muito !

Depois de horas de espera enfim nos instalamos e corremos pra rua... rsrsr. Atravessamos a ponte e fomos para a Ilha de Assunção habitada por indios da tribo Trucá. Percorremos 18 km de ida e mais 18 de volta. A ilha tem poucas habitações e grandes e pequenas áreas de plantação de arroz. Queriamos fotografar o rio e o único acesso que achamos foi um caminho de barro, havia uma casa e o morador era um índio. Pedimos educadamente permissão e fotografamos.

De noite jantamos no restaurante Sarapó, sugestão de Cheldon, nosso amigo de Petrolina e nascido em Cabrobó, para provarmos uma carne de bode assada. Sarapó é o nome de um peixe e o apelido do pai, já falecido, do dono do restaurante.

Vou abrir um parêntese para falar sobre a presença do Exército em terras pernambucanas, o que eles chamam de Operação Polígono. Até entrar e sair de Cabrobó passamos por alguns bloqueios e em um deles, próximo da entrada da cidade, nós fomos parados e abordados , educamente, por um soldado que nos questionou de onde vinhamos e para onde iríamos. Sem nenhum problema seguimos viagem... Ficamos sabendo, e vimos em alguns lugares pela estrada, que o Exército está fazendo a segurança das obras da transposição do Rio São Francisco. Manhã do dia 01/10, quinta-feira, após um farto café saímos às 7h45 a caminho de Santa Maria da Boa Vista.

Da estrada avistamos um mirante e resolvemos subir. Estávamos em Orocó. Um cenário espetacular... aliás mais um de muitos que vimos!

Chegamos a Santa Maria da Boa Vista por volta das 9h de uma quinta-feira (01/10) ensolarada e quente e nos instalamos na Pousada Choupana do Rio, na entrada da cidade. Dessa vez não fizemos reservas pois não tinha qualquer informação na internet. Mas o receio de não encontrar uma pousada deu lugar a uma boa surpresa: era superaconchegante. Nos instalamos e fomos conhecer a Igreja Matriz, a casa rosa com fachada de 1934 e a gruta de pedras. A padroeira da cidade é N. Sra. da Conceição, descobrimos isso com a informação de uma moradora que estava na janela a nos olhar... curioooosa!

Seguimos para a orla e descobrimos um museu: Museu Coripós, que tem esse nome porque ali eram terras dos índios Coripós. No museu encontramos peças do cangaço, antiguidades e um pouco da história e cultura local. Santa Maria se tornou surpreendente para nós pela sua organização e limpeza das ruas, o cuidado com a cultura e o orgulho pela história local, como a professora no Museu Coripós que nos acompanhou.
Connhecemos a Casa de Farinha Municipal... muito interessante!

O calor era incessante e quisemos logo ir para a praia do rio pois nos informaram que lá haviam barracas e um bom lugar para tomar banho e nos refrescarmos do calor, ansiavamos por beber algo bem gelado. Novamente a natureza nos brindava com um lindo cenário, um espelho d'água azul. A água não estava fria... a água estava gelaaaaaaada! O paraíso era ali!

Depois de nos refrescarmos bastante, hora de encher a pança... rsrsr. Subimos para o Bar do Peixe e saboreamos um gostoso tucunaré assado com baião de dois... de dar água na boca... o tucunaré e a bela vista do restaurante!! Depois caminhamos para conhecer a Serra do Serrote.

A Serra do Serrote é facinho de chegar lá: a esquerda do Banco do Brasil, segue por uma estrada de barro até o Povoado de Monte Carmelo, o qual tem uma subida toda de pedra até o alto da Serra. São 18km de estrada de barro, de subidas e descidas até o povoado, margeada pelo Rio São Francisco e por pequenas vilas.

Subindo o Monte Carmelo nos encantávamos com a beleza que a natureza nos presenteava... cada pedacinho era um flash! Sentimos no pé a sensação de estarmos soltos no ar à medida que subíamos a Serra... as pedras são sobrepostas umas nas outras como que formando degraus irregulares, daí o nome de Serrote... pelo menos foi o que nós achamos!

No ponto mais alto da Serra está fincada uma grande cruz pintada de branco com tiras de panos amarradas balançando ao vento, não há qualquer inscrição nela. A visão daquele ponto é a mais bela de todas... a magnitude da serra, a paz que soprava do vento e a vastidão das águas do São Francisco nos proporcionou contemplar um dos mais belos cenários de toda nossa viagem. Fotografamos exaustivamente o espetáculo que se abriu aos nosso olhos... inesquecível!

Havia ainda no Monte Carmelo uma pequena capela toda de pedra. Resolvemos voltar pelo encaminhar das horas e pela sede intensa, o calor era voraz.

Ao retornar, descobrimos uma bica que saía água diretamente do rio... rrsrrs... não deu outra, com a sede que estávamos paramos para amenizar a secura na boca... "'agua da fonte bebida na palma da mão"!
Mas ao chegarmos na cidade o calor continuava e resolvemos gelar a goela: sorvete e picolé. No mínimo foi refrescante, ainda que momentaneamente!

À noite, para variar, comemos pizza e presenciamos a passagem de uma procissão.

Pela manhã resolvemos antes de sair passearmos um pouco pela feira para depois arrumarmos a bagagem a caminho de Petrolina.

Chegamos em Petrolina na sexta-feira, 02/10, às 10h15 e fomos recepcionados por Jean logo na entrada da cidade. Depois de abraços, agradecimentos e boas vindas Jean nos levou até Cheldon que também ficou muito contente em nos ver novamente em Petrolina.

Saímos para nos instalar na Pousada Lima Candeias e à noite nos reunimos na sede do Moto Clube Cabras de Aço, de Cheldon. Lá reencontramos outros amigos, conhecemos o Point dos Motoiclistas e presenteamos a Cheldon e a Jean com a camisa do Amigos Vírus da Liberdade. Não sabemos qual dos dois ficou mais surpreso, ambos ficaram realmente emocionados.
Dos Cabras fomos para a sede dos Kavaleiros de Aço, local para comemoração do seu aniversário de três anos. A festa já acontecia e fomos ao encontro do amigo Uilton para parabenizá-lo pelo niver do Moto Cube, para presenteá-lo com a camisa Amigos Vírus da Liberdade e, enfim, para entregar-lhe o segundo trófeu Vírus da Liberdade e Motriz.

No dia seguinte, 03/10, Manu e Jean nos levaram ao Balneário das Pedrinhas, um lugar encantador, uma praia as margens do São Francisco, com areia branquinha e pedrinhas arredondadas... acho que por isso o nome de Balneário das Pedrinhas... um cenário de incrível beleza natural. A água estava um gelo, mas a vontade de entrar nela foi geral, ainda que rapidinho até porque a correnteza não nos deixavam quietos e na areia as formiguinhas de fogo teimavam em saborar os tornozelos de Rogério... rsrsrs... Havia um barquinho ancorado à beira do rio, nele algumas cebolas que Rogério fez questão de saborear... hum! Almoçamos um delicioso peixe lá na Peixada do Gilmar e Maiza: tambaqui assado recheado na farofa, simplesmente uma delícia... Aliás, uma curiosidade, todas as barracas novas, limpas e bem organizadas recebem o nome de Peixada. No caminho do balneário para o centro da cidade, paramos no povoado de Serrote do Urubu, e como tudo que tem urubu lembra-se logo do Vírus da Liberdade, paramos para fotografar todos em pose clássica do "urubu secando"... rsrsr

No final da tarde seguimos para o churrasco dos Kavaleiros, fizemos a inscrição, pegamos o trófeu e fomos curtir a festa que estava bastante animada com apresentação de bandas. Dançamos, brincamos de trenzinho e fotografamos até o anoitecer quando decidimos acompanhar Cheldon, Cida e Santynna até uma pizzaria. Saboreamos uma meia Margherita e Portuguesa lá no Bodódromo e, diga-se de passagem, a melhor pizza que iríamos saborear na viagem!!!

Domingo, 04/10 - Café da manhã na sede dos Kavaleiros e lá fomos nós para mais um dia em Petrolina. Após nos abastecermos nos encontramos com Cheldon e Santynna, Jean e Manu, Caetano e Socorro, Ferreira e Alda. Seguimos todos juntos para um extenso e gostoso passeio. O destino final seria a Ilha do Rodeadouro, mas até lá muita coisa foi vista... primeiro fomos à praia de Chico Periquito, em Sobradinho/Ba... não deu pra aproveitar muito, era domingo e a praia estava muito cheia, além disso tínhamos um caminho enorme a seguir.


Seguimos, então, para a Chesf e mais uma vez admiramos o mundo de água do maior lago artifical da América Latina. Fomos também ao cruzeiro da Chesf que nos dá uma vista em todos os ângulos da Barragem de Sobradinho. E vamos ao Rodeadouro...

Resolvemos todos ir pel0 lado de Pernambuco para a Ilha... mal sabíamos o que nos esperava: um inusitado desvio, que se tornou numa pequena trilha com algumas surpresas... rsss... ao final, nós adoramos a aventura!

Antes de chegarmos à Ilha, e como disse Santynna - "que lugar longe de chegar!", mais paradinhas.... E foi verdade, mas eram tantos lugares a ir que a a Ilha se tornou bastante longe. Bem, depois da trilha, pegamos o asfalto e Caetano nos deu uma grande surpresa. Fomos até um sítio com uma plantação de parreiras, as uvas estavam em cachos no parreiral. Saboreamos o que podíamos, foi mesmo uma deliciosa surpresa!

Enfim, para alegria de todos, chegamos à travessia para a Ilha do Rodeadouro, um delicioso paraíso, mas como era domingo... a ilha estava lotada! Mas passeio é sempre passeio e serve para nos divertir e foi o que fizemos nas deliciosas águas do Velho Chico!!!

À noite a surpresa quem fez fomos nós. Em retribuição a receptividade que tivemos, nessa e em noutra vez que estivemos em Petrolina, convidamos os nossos amigos para um pizzaria, mas até chegarmos lá eles não sabiam de nada... de cara fizemos uma pegadinha, bem de leve. Marcamos na sede dos Kavaleiros, no Bodódromo. A pizzaria era ali mesmo no Bodódromo, aonde fomos com Cheldon na noite anterior, mas não dissemos a ninguém e na hora de sairmos demos uma volta até chegarmos de volta no mesmo lugar... foi uma paródia!

E aí tudo terminou em pizza... kakak..de Margherita e Portuguesa, uma delícia!!! Teve discurso de agradecimento, declaração de amor e de amizade, votos de uma tranquila viagem, beijos, choro, abraços, risos e depois de muita comilança nos despedimos porque, afinal de contas, no outro dia sairíamos a caminho de Assu/RN.

Um comentário:

  1. Corrigindo, Sanharó não é grande produrota do mel dessa abelha cujo o nome é o msm da cidade. Nem é tão grande produtora de leite, ja foi. Nossa cidade se chama assim pq as margens do rio ipojuca tinha uma arvore q tinha um grande enchame dessa abelha e os viajantes q passam por saqui iam para a sombra dessa arvore... VAMOS DESCANSAR lá em 'Sanharó', ai ficou o nome, mas a maioria de nós nunca viu essa tal especie de abelha, muito menos o mel.... rsrsrsrsrsrsrs .

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