sexta-feira, 14 de outubro de 2011

CARIRA/SE - 7 A 9/10/11

Lá vamos nós de novo pra estrada após um merecido descanso da viagem das férias, apenas a XT ficou no "spa de Santos" e viajamos com a Ténéré, enfim entregue pronta após 3 meses de arrumação. Seguimos então para Carira/SE uns 390 km de Salvador/BA. Nessa viagem se juntaram a nós Ferreira e Alda, do Motriz e na tarde de sexta-feira pegamos a BR 101.


Era a oportunidade para amaciar o motor da Ténéré. Tudo corria bem quando, já em terras sergipanas, por volta das 15 horas, saindo de Arauá/SE a moto simplesmente apagou... (será que foi Azuleica que cochichou algo??? rsrs), fala sério!! O que foi dessa vez??? Depois de 3 meses e mais problemas... O desânimo tomou conta de Rogério, que meio sem graça retirou o banco da moto e foi aí que percebemos que o protetor de poeira havia despencado e o pneu comeu a peça e nisso o CDI que fica presa na peça teve os fios partidos... Que problemão!!!!

E se fosse o CDI que tivesse danificado??? O jeito era procurar uma oficina para verificar. Perto de onde paramos havia uma e Ferreira foi até lá e trouxe até nós um eletricista. Luiz, o eletricista, desconectou os cabos do CDI e nos levou até a oficina. Mais uma vez lá fomos nós de capacetes na mão, toda no couro. Carmen teve a companhia de Alda e Ferreira, encarnado da solidariedade motociclística, também empurrou sua moto ao lado de Rogério... Valeu o apoio moral, Ferreira!!!


Nos restou rezar pra que o problema fosse mesmo só os fios partidos. O Luiz emendou tudo, cobriu com fita isolante e colocou novamente na moto. Na primeira tentativa a moto funcionou. Affff! Problema resolvido, dos males graças a Deus foi o menor. Após dar uma encapada no CDI e prendê-lo, pegamos a estrada de volta, faltavam uns 130 km para chegarmos e a tarde já caía dando espaço para a noite que chegava.


O escuro nos alcançou ainda na estrada para Riachão do Dantas quando, novamente, a moto apagou... Ahhhh, de novo, não!!!! Rogério já havia ouvido que o pneu estava arrastando no banco... Pronto, agora estragou tudo, foi o que pensamos! Paramos pra ver o que havia acontecido... No escuro tudo ficou mais difícil, mas com a ajuda de Ferreira que pôs sua moto com a luz encima da Ténére e a de Deus, que mesmo na escuridão, guiou a mão de Rogério para encaixar novamente um fio... que sufoco!!! Amarramos o CDI na lateral da moto, com o cadarço de um sapato dado por Ferreira e continuamos o caminho, já nos aproximávamos de Riachão do Dantas.

Uma viagem que tinha tudo para ser tranquila e rápida se transformou em demorada e preocupante. Chegamos por volta das 20h em Carira. A praça do evento ainda estava deserta, afinal era sexta-feira e a festa só iria acontecer mesmo no sábado e domingo..., mas quem segura esse povo??? Quando chegamos em outra praça o "furdunço" estava era lá e encontramos vários amigos que também se anteciparam à festa.


Na verdade a festa quem faz somos nós e, naquele momento, para nós o I Moto Fest de Carira já estava começando. Enquanto aguardávamos a liberação da escola que iria servir de área de camping, o pessoal da organização estava suando para deixar tudo limpo para nós... é, quem sabe como é acampar, faz melhor ainda! Tudo pronto e entregue, armamos o nosso cafofo e fomos dormir, relaxar para aproveitar o dia seguinte...

A primeira providência no Sábado era procurar o ponto turístico mais visitado por nós ultimamente, a oficina. Conhecemos na vinda, em Simão Dias, o Adelmo que, depois de ouvir nosso comentário sobre o ocorrido com a moto, se identificou como motociclista e que tinha uma oficina de motos em Carira, não podia ser melhor. Assim, fomos até a oficina para, além de dar um reforço na amarração do CDI, prender a descarga que estava solta..., não é possível, tudo nessa moto parece que despenca...


Enquanto o serviço era feito, mais amigos chegavam e o point foi ficando animado, rsrsrs. Mas além de nós, Mônica, do Tribo Atroari, também deu uma olhada na sua bateria e Mário, do Aranhas do Asfalto, também chegou com o farol despencando... ahhhhhh! Tá vendo que não somos só nós??? kakaka

O jeito era levar tudo na alegria e na satisfação de estarmos juntos e quando estamos juntos tudo é motivo para brincar e dar muitas risadas.



Tudo pronto, saímos a passear. Uma das coisas de que mais um motociclista, que pega a estrada para ir a um encontro, gosta é ter uma recepção na entrada da cidade. Adriano, do Catingueiros do Asfalto, que não é bobo, sabedor disso montou uma big recepção. A cada momento a gente percebia o cuidado dele com os convidados ilustres do seu evento.


Com todos os percalços conseguimos um tempinho para passear. Carira/SE está localizada no sertão sergipano, não há pontos turísticos, daí que seguimos a dica de Mônica em ir conhecer o Museu do Cangaço a uns 40 km, mas precisamente na cidade de Frei Paulo, no Povoado de Alagadiço que nos proporcionou belas paisagens.

O Povoado é uma localidade bem humilde, bem como o museu e carregado de história por ter sido lá onde um dos cangaceiros mais violentos do grupo de Lampião foi morto, o Zé Baiano.


Tão humilde como o povoado também é o museu. Mas lá encontramos peças, fotos, registros que marcam a história do cangaço nordestino. A aventura do conhecimento nos possibilitou mais uma vez uma imersão na história brasileira.




A área externa do museu também é bastante enriquecida por objetos usados pelo povo da localidade além de ser arborizado com espécies da região como a graviola e o caju. Apesar de não sermos tão famosos como o bando de Lampião, rsrsrs, também causamos alvoroço entre os moradores próximos do museu.

Com a "bagagem" cheia de saber, voltamos para Carira e, logicamente, para as comemorações do I Moto Fest. Beirando o meio dia, a farra fica por conta da feijoada 0800 e não é qualquer feijoada é a feijoada sergipana que, além de tudo que uma feijoada tem, lhe brinda com verduras cozidas no caldo do feijão.




Os pratos cheios e a repetição são inevitáveis. É um momento de confraternização e integração que também é um ponto forte nos encontros nordestinos. As brincadeiras são constantes e a solidariedade na hora da limpeza também... (puxa saco!!!).




Depois de um bom descanso pra deixar a feijoada assentar, participamos do passeio pela cidade que normalmente já movimenta tudo e na pequena Carira não seria diferente, fizemos o maior sucesso!



Quando o passeio terminou já era noitinha. Uns foram degustar a feijoada oferecida pela organização, outros, como nós, ficamos ouvindo a banda de música pop. Gradativamente os motociclistas chegavam e lotavam a arena do palco e ao redor da pista montada de Willing. Esse show de acrobacias sempre movimenta e chama a atenção de todos.



A grande expectativa ficou por conta do troféu. Ao ser entregue, o artefato causou alegria e orgulho. O troféu foi de grande criativiade, feito de peças de sucata de moto. Impossível não querer ter um daqueles!




No domingo o movimento no camping ficou por conta do vai e vem de motociclistas arrumando suas máquinas para voltarem para casa.

O I Moto Fest ainda não tinha terminado, mais uma forma de integração foi promovida pelos Catingueiros do Asfalto, de Carira. O café da manhã foi um banquete nordestino: mungunzá, suco, café, frutas, pão, ovo mexido, rodelas de calabresa..., e ainda teve distribuição de brindes ufa!! Quem foi, voltou pra casa satisfeito. Satisfeito em ver um pequeno grupo se esforçar para promover um evento verdadeiramente de motociclista para motociclistas, como se costuma dizer. Satisfeito em ter ido a uma pequena cidade que só tinha a oferecer seu carinho e ofereceu muito mais, ofereceu um evento que certamente deixou a todos satisfeitos. Valeu Adriano e Daiane, valeu Catingueiros do Sertão, valeu Carira!!!

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