terça-feira, 17 de novembro de 2009

MATA DE SÃO JOÃO/BA

Seriam simplemente 59 km a serem percorridos de Salvador a Mata de São João não fosse nosso costume de sempre fazer roteiros diversificados, nem que seja daqui pra alí... e assim foi dessa vez também, oportunidade que iríamos comemorar o 4º aniversário do ADR - Amigos Em Duas Rodas. O roteiro escolhido foi: Salvador - Abrantes - Camaçari - Açu da Torre - Imbassaí - Costa do Sauípe - Porto de Sauípe - Subauma - Imbé - Itanagra - Mata de São João - Salvador. Era um roteiro com algumas estradas de barro, segundo mapas e pesquisas pela internet. Até fomos alertados por alguns amigos motociclistas de que esse não era um bom roteiro, mas mesmo assim seguimos determinados a cumprí-lo. Queríamos novidade!!! Porém o inusitado nos acompanhou desde o início...

Seguimos no sábado, 07/11, às 8 h rumo a Estrada do Côco, pagamos o pedágio e... nos demos conta que já começamos errando... passamos batido por Abrantes e erramos também a entrada para Camaçari depois do pedágio, pode? Pode... aí o jeito foi retornar para entrar em Camaçari, porque para Abrantes não teria mais como, e passar novamente pelo pedágio, mas sem ter que pagar de novo (é claro!). Pegamos o caminho para Camaçari, sem entrar na cidade, seguimos para uma avenida à procura de Açu da Torre, nosso próximo ponto do roteiro. Fizemos nosso trajeto e desembocamos na Linha Verde. Achávamos que iríamos passar por Açu da Torre, antes de pegar a Linha Verde, mas não foi bem assim... nada de Açu da Torre!! A essa altura, um pouco aborrecidos, também passamos sem tomar conhecimento por Imbassaí... aff, tava desandando... mas não desistimos. Entramos na primeira praia: Barra do Pojuca. Ainda contrariados, tiramos uma fotinha meio sem graça... seguimos em frente...

Passamos pela entrada da Costa do Sauípe (um resort superchique aberto a visitações, mas não entramos) e vimos, temos certeza disso, uma placa indicando a entrada para Porto Sauípe à esquerda, cruzando a estrada. Entramos e nos deparamos com um conjunto de residências, que nos informaram ser alojamento dos empregados do resort e que Porto Sauípe seria mais adiante na Linha Verde. Havia alí uma estrada de barro que daria na Vila Sauípe com saída paraa Linha Verde e Porto Sauípe. Essa estrada nos trouxe algumas belezas naturais da mata que margeava todo o caminho. As árvores, como bambus, se encontravam no alto formando um túnel, semelhante ao caminho de entrada do nosso aeroporto.

Chegamos de volta a Linha Verde e acerca de 5 km chegamos enfim a Porto Sauípe. Cidadezinha que nos lembrou as vilas da Ilha de Itaparica. Demos uma volta pela cidade. Aí, tinhamos, pelo roteiro, que achar um caminho de barro que beirava a praia para chegar em Subauma. Um morador local nos informou que era uma estrada difícil, mas, se queríamos aventura... teríamos que pegar a estrada principal, entrar a direita no quiosque Viola Vadia e pegar uma estrada de barro. Chegamos no tal quiosque e nos informamos de novo. O dono nos disse que a estrada da qual falávamos não existia porque foi tomada pelo mar e por um condomínio particular e que a estrada que substituíra a outra era muito difícil e que só bugueiros conseguiam fazer o trajeto... não vimos isso como um sinal... não nos demos por vencidos e colocamos a moto no barro!! Não imaginávamos que algo daria errado.

Logo início começamos a perceber que não seria fácil, o terreno era uma mistura de barro e areia... mais areia do que barro... e a moto começou a afundar naquele areal. Conseguimos, com muita insistência, andar mais ou menos uns 7 km, quando, depois de forçar a saída da moto de mais um areal, ela perdeu a embreagem... nossa senhora que sufoco! Sem ferramentas adequadas, sem sinal de socorro próximo e sem saber o que encontraríamos pela frente resolvemos voltar... detalhe: empurrando a moto, porque sem embreagem ela não tinha força. Retornamos todo o caminho, trechos de descida na moto, trechos de subida andando e outros trechos planos também andando porque o areal era intenso. Agora imaginem fazer isso tudo vestidos com roupa de couro, num sol quente, com sede, com fome, de botas, atolando no areal... estávamos chegando a exaustão!!!

Quase já sem fôlego, chegamos no último trecho, e graças a deus, plano... sentamos na moto e devagarzinho conseguimos alcançar a pista principal e chegar até uma oficina de carros.
Enquanto se dava um jeito na embreagem, que parecia ser uma questão de regulagem (e foi isso mesmo), Carmen começou a passar mal... a pressão baixou, mas nada de muito sério... respira fundo, bebe uma água, descansa um pouco... pronto!

Foi um sufoco de verdade... mas depois da tempestade vem a bonança, né mesmo??? Pegamos o caminho para Mata de São João, a essa altura , com tanto contratepo, desistimos de seguir para Itanagra, estávamos cansados, com fome e a hora já se estendia. Nos indicaram um caminho passando por Malhada e, enfim, Açu da Torre... achamos!!! Pegaríamos uma outra estrada de barro que nos ofereceu belas paisagens. As fontes naturais nos encantou e como sempre acontece paramos para beber direto dela.

A estrada foi aberta para dar acesso ao transporte de eucaliptos, por todo o percurso o que vemos é o caminho sem fim formado por eles. Parece um labirinto!

A natureza continuou a nos surpreender com suas composições... tinham também pinheiros. Pinheiro??? kakaka Olha só os dois pinheiros juntos... qual será o que ela prefere? rsrsr... brincadeirinha....
Pois bem, continuamos pela estrada, que não nos trouxe nenhuma suspresa desagradável, ao contrário, tudo era muito bonito, silencioso e com uma leve brisa.

Chegamos enfim a um vilarejo São José do Avena, que soubemos estar a 14 km de Itanagra e 34 km, de Mata de São João. Almõçamos por alí mesmo. Podíamos ir até Itanagra, conhecer, já que estava no roteiro mesmo, mas não quisemos arriscar por causa da hora adiantada e seguimos para Mata de São João.

No meio da estrada tivemos que esperar uma grande e bela boiada passar... são mesmo umas gracinhas, tudo juntinho, agitadas, uma atrás da outra.

Enfim, já no final da tarde chegamos em Mata, achamos o local reservado para o acampamento dos motociclistas, o pátio de uma escola. Desarrumamos a bagamem e montamos a barraca... mas quem é que monta a barraca??? Quem enche os colchões??? Quem enche os travesseiros??? rsrsr... tudo é sempre uma brincadeira, é uma animação, mandando o estresse para o espaço!

Tudo arrumado o jeito era dar uma relaxada e a pracinha era logo alí na frente do acampamento e que lugarzinho arrumado e animado, viu? Ficamos por alí e foram chegando mais e mais amigos.

Na praça, o anfitrião da festa, Ivan, nos mostrou o portal recém inaugurado que figura algumas culturas e pontos turísticos da cidade.

Manhã de domingo, 08/11, acordamos cedinho pois o sol pegou de jeito a nossa barraca nos obrigando a sair do casulo... rsrsr

Essa é a fachada da Escola Getúlio Vargas, local do nosso acampamento.

Como era muito cedo saímos para dar uma voltinha e pegamos uma estrada secundária na saída da cidade... a estrada era de um asfalto liso e foi aberta para escoar os produtos da Estação São Roque, da Petrobras, aliás essa estatal está presente em todo o recôncavo baiano... a estrada também nos ofereceu algumas paisagens bonitas e deu até pra expressar um pouco do romantismo..."receba as flores que te dou, em cada flor um beijo meu...".


Retornamos do passeio e nos dirigimos para o local do café da manhã promovido pelo ADR e logo colocamos a bandeira do Vírus da Liberdade ao lado de outras que já estavam por lá. Fizemos a inscrição, pegamos o trófeu, compramos a camisa do evento e colocamos o nosso adesivo no painel dos colaboradores... afinal, nós também colaboramos para fazer dessa festa a maior animação.

Café da manhã servido hora de forrar a barriga... rsrsr... um delicioso café tipicamente do interior... e o suco de acerola aestava especialmente gostosso, muito bom!!! E hora também de tirar mais fotos com amigos que já estavam e que chegavam.



Muita música e calor resolvemos dar uma arejada e mais um passeio. Fomos até a igrejinha azul (linda!), a ponte da divisa do município com Dias D'Ávila, o rio que passa por baixo dela nos presenteando com cenários lindos.

Passeio feito, voltamos para o aniversário e nos deparamos surpresos com a quantidade de motos estacionadas... é muito bom ser querido, né Ivan? Entramos e encontramos com mais amigos... e aí, não deu outra, mais fotos, e dentre todos os encontros teve um que tem sido esperado há muito tempo: Elly Teixeira, enfim depois de muito tempo transformamos uma amizade virtual em realidade... muito legal isso!

Churrasco saindo, pratinho na mão, é hora de comer.

Enquanto a festa rolava, Ivan promoveu uma surpresa emocionante para os motociclistas que compareceram na Ação Social do ADR, em maio/09. A surpresa foi um certificado de participação pela solidariedade... ele chamou os motociclistas ao palco e um-a-um entregou o certificado... Parabéns Ivan, pela Ação Social e pela iniciativa em reconhecer e agradecer a nossa contribuição.
Passada a emoção, cantamos parabéns e comemos o bolo, claro!

Bom, hora de voltar pra casa, afinal essa viagem deu cansaço e deu também o que comentar... rsrsr... e o que ficou foi a certeza que todo planejamento é passível de surpresas e imprevistos e assim, aprendemos a ser flexíveis e superar obstáculos, bem como, a agir estrategicamente para pensar e escolher a melhor alternativa de solução... aprendemos que fazer o bem é sempre bom, independente de reconhecimento, mas que o reconhecimento enobrece a todos.
Enfim, até a próxima postagem, ou melhor, ao próximo evento... rsrsr... melhor ainda, aos dois!

Um comentário:

  1. Que aventura heim!!! Itanagra conheço muito bem, tenho uma roça por lá e conheço todos os caminhos para se chegar lá, inclusive pela Linha Verde.
    Vejam lá no meu blog.
    Abraços.

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