quarta-feira, 13 de março de 2013

ARACAJU/SE - 1 A 3/3/13

Os Peregrinos e Forasteiros João e Maria fizeram-nos um convite e nós, além de aceitarmos, estendemos ele até outros amigos, mas apenas Robson Wolf aceitou. Ah, o convite? Em mais um final de semana sem eventos na Bahia e nem nas proximidades fomos para Aracaju/SE, aqui pertinho da gente.
Nos encontramos no posto após o pedágio da Linha Verde. Aliás, a Linha Verde além de ser uma deliciosa rodovia, com belas paisagens, empolga e tendemos a apertar o acelerador. É preciso ter muito cuidado por causa das curvas e das depressões, afinal "a velocidade que empolga é a mesma que mata".
Mas a empolgação não é só nesse aspecto, ela nos traz inúmeras possibilidades de achar lugares, em várias entradas por todo o seu percurso. Em uma delas, bem defronte à Conde/BA, chegamos a um recanto verde, com muita água, o Rio Cachoeirinha. Naquele dia estava fechado, mas o gestor do local nos disse que fica entupido de gente a saborear os deliciosos petiscos e se refrescar nas piscinas do rio. Um bonito lugar para se ficar o dia inteiro e quem sabe até ficar por lá...
Prometemo voltar lá! Bem, seguimos o nosso destino e passamos pela primeira vez pela recém inaugura Gilberto Amado, sobre o Rio Piauí, que liga localidade de Terra Caída - Indiaroba/SE a Estância/SE. Também passamos pela Joel Silveira, essa sobre o Rio Vaza Barris, para chegarmos em Aracaju. Essas duas maravilhosas obras da engenharia facilitou em muito a viagem.
 
Nos hospedamos num camping em Atalaia, bem próximo à praia. Muito bem estruturado, limpo e cheio de árvores e conqueiros que permitem sombras e, quem sabe, ainda consigamos pegar uns cocos, mas isso seria para a manhã seguinte. O momento era de armar barraca, trocar de roupa e procurar um local para o almoço. Antes da saída a Super Ténéré, de nosso amigo João, deu piti e precisou de um empurrãozinho. Sabemos bem o que é isso, nada que dois pares de mãos, boas pernas e muita reza não resolvam.
 Depois do almoço, nada de descanso, a ideia de nossos anfitriões era passear. Mais uma ponte, a Construtor João Alves, chegamos em Pirambu/Se, que tem esse nome tirado de um peixe bastante comum por aquela região. Se tem nome de peixe, tem mar por perto, se tem mar por perto, tem praias e era para lá que estávamos indo. Passagem obrigatória por Japaratuba/SE nos brinda com algo bonito de se ver: o parque da usina eólica.
Mais uma pequena ponte, toda pintada de motivos marinhos, de onde se pode ver a foz do Rio Japaratuba e chegamos a Pirambu, cidade pesqueira e bem calma às margens do Oceano Atlântico. O calor era muito e aproveitamos a brisa marinha e o belo litoral e paramos para dar uma relaxada.
 Muitas das prais de Pirambu ainda estão nativas e são preservadas pelo Ibama. Fomos até a Reserva Ecológica de Santa Isabel, mantida pelo Projeto Tamar para estudar as tartarugas marinhas. Nos aquários poemos ver algumas espécies e filhotes. A reserva ainda é composta por dunas, manguezais e lagoas, boa para o turismo e lazer. Encontramos uma estagiária de Biologia que nos informou sobre as espécies Tartaruga de Pende, bem esperta, e Cabeçuda, mais preguiçosa, ambas de 25 anos e nos mostrou uma tartaruguinha ainda na casca do ovo que não conseguiu sair e estava sendo levada para o berçário. Que fofo!!!
Quando voltamos o sol já estava se pondo e foi bonito vê-lo descer por entre os esteios da ponte. Paramos para fotografar no parque eólico e terminamos por enfrentar a hora do rush na capital sergipana. Um engarrafamento  leve bem diferente do nosso de cada dia. De resto foi tomar banho, rocar de roupa e ir até a orla de Aracaju. Descobrimos o Rei da Sopa com uma variedade enorme de sabores, caldos e caranguejo.
 
Sábado pela manhã, Robson empreendeu um enorme esforço para abrir um coco que depois de muito tentar deu certo e dividimos um delicioso "coco da paz"... rsrsrsr. Saímos com a intenção de ir a Praia de Abais, em Estância - uns 56 km, mas antes tomamos um bom café na Trigos, vale a pena passar lá.
 
Um gostoso percurso até a Praia de Abais, atravessamos a ponte de Mosqueiro a Caueira e chegamos a uma grande extensão de areia branquinha e ondas fortes, muito comuns nas praias sergipanas e com uma boa estrutura de bares e barracas.
Apesar de paradísiaca, o seu arredor está um pouco abandonada pela prefeitura, mas mesmo assim é possível desfrutar da praia e dos quitutes que são oferecidos.
 
Provamos a moqueca de aratu (uma espécie de caranguejo), que mais parece apenas um catado, enrolada na folha de bananeira. Quem provou, gostou! Almoçamos no restaurante de frente à praia, o Oásis, que nos preparou uma moqueca de peixe, com pirão e arroz e um peixe frito, com vinagrete, feijão e arroz. Tudo muito gostoso e com um preço bem em conta.
O passeio do sábado não terminava na praia, mas sim num prometido banho na Lagoa dos Tambaquis com direito a alimentar os peixes com a ração vendida no próprio local.
A grande expectativa deu lugar a um decepcionante surpresa: a lagoa estava seca..., nem água para um banho doce e nem peixes para alimentar..., nos fez lembrar os açudes secos do sertão. Segundo um dos funcionários do local, onde funciona um camping e restaurante, não chove desde o ano passado e o que vimos é uma grande área de areia e mato e uns poucos pontos de água. Os peixes que agonizavam com a falta de água foram levados para um tanque. Entristecidos, ficamos só a imaginar todo aquele espaço invadido por água, o quão bonito não deve ser.

 O jeito era voltar e arrumar outro canto para passearmos. Na estrada paramos para comprar mangabas, docinhas e suculentas. Seguimos de volta para Aracaju e fomos até o final da orla de Atalaia.
Retornamos para o nosso camping, descansamos e à noite fomos dar um passeio pela orla que, diga-se de passagem, é uma das mais bonitas, estruturadas e tranquilas que já conhecemos. De um lado, o extenso areal que nos separar do mar e do outro, uma diversidade incontável de bares, botecos e restaurantes para satisfazer a todos os gostos, estilos e bolsos, além de várias opções de lazer como pista de patins, quadras, ciclovia, quiosques. Nos restaurantes e bares a grande atração são os caranguejos e nós, é claro, não perdemos essa oportunidades de chupar as deliciosas perninhas desses crustáceos.
 
A noite terminou, o sono chegou o dia amanheceu e já estávamos nós desarmando a nossa moradia temporária. Foi um gostoso final de semana à moda sergipana e compartilhado com companheiros, parceiros de estradas. Não faltou nada, talvez uma estrada de barro, mas a gente desconta na próxima viagem. Valeu, João, Maria e Robson!!!
E por falar em próxima viagem, quando chegamos em casa Rogério já começou a se preparar, ou melhor, preparar Açucena para a nossa viagem a Prado/BA. É muito legal ver ele mesmo manutenindo aquela que nos leva para achar caminhos e proporcionar grandes e belas aventuras.

Nenhum comentário:

Postar um comentário