quarta-feira, 6 de março de 2013

CAMASSANDI/BA - 8 A 11/2/13

Muito antes de fevereiro chegar só se ouve falar em Carnaval. A cidade fervilha de gente vindas de todos os cantos que se encantam por nossa terra, nossa música, nossa alegria. ("Alegria, alegria é o estado que chamamos Bahia. De Todos os Santos, encantos e Axé, sagrado e profano, o Baiano é carnaval..." Chame Chame - Moraes Moreira)
Pelos quatro cantos ecoa carnaval e as músicas são convites à folia e para saudar a praça e o poeta... ("Por isso chame, chame, chame, chame gente. Que a gente se completa enchendo de alegria a praça e o poeta..."). Ainda que pareçamos estar sempre fantasiados, declinamos do convite e fomos atrás de outras praças e de sermos autores e atores das nossas próprias poesias.
A ideia era fugir da folia momesca e curtir os dias do prolongado feriadão. Sob um sol forte o sexteto do Vírus da Liberdade MC seguiu em harmonia para mais um encontro e como em um arrastão de carnaval, arrastamos conosco Mario e Helena - Aranhas do Asfalto MC.
Voltamos à estrada. A boa condição da BA 522 nos assegurou uma tranquila viagem enquanto o sol já se preparava para dormir. Quando atravessamos a Ponte Imperial que liga as cidades de Cachoeira e São Félix a noite caiu acompanhada de uma leve brisa nos aliviando do calor daquela tarde.
 
Depois de passar por uma blitz nas imediações de Maragogipe/BA, que nos alertou sobre o perigo de rodar à noite apesar de conhecermos a região, chegamos em fim no nosso destino, na nossa sede temporária, Camassandi/BA. Cansados, a alegria deu lugar ao sono...

Acordamos com aquele pique tipo "atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu...", tomamos um energizante café da manhã, com muita água de coco para desintoxicar o corpo, demos um passeio pelo quintal entre pés de cacau, coco, jambo, laranja, limão, aipim. goiaba, mamão, banana e até um tanque de criação de alguns guaiamuns (hummmm... esses bichinhos depois de cozidos com pirão são uma delícia!!).
O sabor direto do pé da fruta, a lembrança da infância, a sombra fresca, as descobertas, os cheiros das frutas..., tem coisas que hoje a gente só encontra no interior. Essa é a maior lição, dar valor as coisas simples, a natureza.

Uma vez renovados, formamos o bloco e saímos em busca do nosso caminho, seguimos para a Praia do Garcez. No meio do caminho tem algumas paradas obrigatórias: a Fonte de Gonçalo, a Ilha d'Ajuda e o Rio do Castro. Por estratégia deixamos a fonte por último e como o Rio do Castro é passagem, foi o primeiro e ficamos surpresos com o encontramos literalmente seco.

Difícil de entender essa seca numa região bem abastecida, com rios cheios como o Rio da Dona que temos que passar para ir até a praia. O caminho de terra batida não é transtorno mas precisa ter cautela devido a alguns trechos de areia.




Todo o caminho vale à pena ao chegar e ver a maravilha de paisagem, da composição de cenário que faz da Praia do Garcez ser considerada um pequeno pedaço do paraíso. Nosso criador abusou do bom gosto e com muita boa vontade nos deu de presente esse paraíso!




Quase inabitada, ainda guarda a rusticidade das barracas e a baixa frequência de banhistas favorece a calma e tranquilidade. O bom mesmo é poder desfrutar de tudo isso...Comer um delicioso peixe frito, queijo coalho, "tirar o sal do corpo" com um banho de balde de água doce e jogar conversa fora com os nativos e descobrir que é gente como a gente e que também gosta de carnaval, é chicleteiro e está fugindo da folia...

Na volta entramos da Ilha d'Ajuda, que não é mais uma ilha pois aterraram o acesso, pra comprarmos lambretas por R$ 3,00 a dúzia. Levamos 10 dúzias de grandes lambretas e mais algumas "choradas" que se perderam no caminho pois o saco com as lambretas que estavam com Su, queimou na descarga da moto e a maioria das danadas saíram saltitantes pela estrada...


Deixamos o que sobrou das lambretas em casa, descansamos na porta dos vizinhos, o sol baixou e fomos para a Fonte de Gonçalo. Quando estávamos saindo fomos surpreendidos por um grupo de caretas, crianças mascaradas, que fizeram a nossa alegria e assustaram algumas crianças, lembrando os antigos carnavais.

A fonte de água natural faz a alegria de quem chega para se refrescar, água limpa, doce e quase morna é um convite ao relaxamento com direito a um belo por do sol e se deliciar com o camarão ao óleo e alho à moda de Gonçalo, imperdível!!!

Pronto! Chegamos na Pancada Grande, em Ituberá/BA mas não foi dessa vez que iríamos sentir a água gelada que desce de 60 m de queda. Tivemos uma triste surpresa com o afogamento de um garoto de quinze anos e isso deixou a todos muito sem graça. Tiramos algumas fotos mas o clima estava muito pesado, não dava pra tomar banho, não dava pra ficar... Ma uma coisa era certa estávamos sedentos por banho!! Plano B, retornar a Camassandi e ir pra fonte, ideia acatada por todos.
Chegamos na fonte, relaxamos na água, comemos camarões, tudo de novo, tudo imperdível.
Ao retornar pra casa já noite encontramos com Paulo Barros - Aranhas do Asfalto e os paulistas, aqueles que encontramos em Planalto/BA na viagem a Vitória da Conquista/BA. Marquinhos - Cachorro Louco, Gordinho e Talita juntos com Paulo também apareceram por lá.  Um atrás do outro, foram chegando, fizemos a nossa festa e o nosso coração carnavalesco se encheu de alegria ("Eu fui atrás de um caminhão. Fazer meu carnaval, e o carnaval é feito no coração.." Chiclete Com Banana).
 
A casa pequena mas o coração é enorme e a varanda também. Onde já dormiam oito dava jeito pra dormir mais quatro, todo mundo se arranjou como pode e ainda tivemos um trio no meio da rua animando o povoado. Melhor não podia ser.
Segunda-feira o encontrão se desfez, uma turma voltou para São Paulo e Vitória da Conquista, outra turma retornou pra Salvador e um grupo ficou para só sair na quarta-feira e aproveitar mais a região. Tudo valeu a pena. Deixamos para traz o Carnaval, mas fizemos o nosso carnaval, o estilo seja qual for é o da alegria. De pequenos encontros fizemos um encontrão com alegria, tranquilidade e paz! ("Tranqüilidade na cabeça, quem é da paz tem sangue bom. É do cabelo à raiz, é da cabeça feliz. Fazer a paz, fazer amor, fazer o som.
É do cabelo à raiz, é da cabeça feliz. Fazer a paz, fazer amor, fazer o som..." Cabelo Raspadinho - Chiclete Com Banana).

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