segunda-feira, 25 de março de 2013

PRADO/BA - 7 A 10/3/13

Cumuruxatiba! Mais devagar: Cu-mu-ru-xa-ti-ba! Um local de beleza que evoca uma emoção contagiante dos que chegam até lá. A cada vez que vamos é uma emoção diferente, um estado de espírito diferente, companheiros diferentes como bem parece ser o seu significado em tupi: diferença entre a maré baixa e alta. Viva a diferença que a natureza nos presenteia! Foi atrás de rever essa diversidade natural da bela praia de Cumuruxatiba que fomos mais uma vez a Prado/BA participar do Prado Moto Rock 2013.

Se o nome é comprido e difícil de falar, a viagem a Prado não é diferente são 794 km saindo de Salvador/BA. Pra encurtar o caminho atravessamos, nós e Paulinho - Tribo Atroari, a ensolarada Baia de Todos os Santos pra Ilha de Itaparica, reduzimos uns 120 km e ganhamos um lindo visual. Ainda bem que pegamos o Ana Nery, um pouco mais rápido e mais confortável.
Ainda cedo chegamos em Camassandi e aproveitamos um dia para passear com Paulinho e é claro que nós o levamos para conhecer o "nosso" pedaço do paraíso, a Praia do Garcez. 

Camassandi é uma pequena vila de Jaguaripe, antiga vila colonizada pelos jesuítas, sede de olarias, de extração da piaçava e do dendê, muito movimentada na época dos saveiros que atracavam no porto cheios de mercadorias e viajantes... Velhos tempos!! ("Eu me lembro com saudade o tempo que passou. O tempo passa tão depressa, mas em mim deixou... Jovens tardes de domingo, tantas alegrias.Velhos tempos, belos dias...").
O trecho de terra batida estava melhor do que da última vez que estivemos há um mês. Havia chovido, os terrenos estavam encharcados, o verde estava mais vivo e o Rio do Castro cheio voltou a nos fazer sorrir.
A Praia dos Garcez encanta desde a sua chegada quando saímos da estrada e entramos pela porta da natureza que se descortina a nossa frente. Entre coqueiros, árvores, choupanas, areia branca e mar azul, podemos desfrutar de muita tranquilidade, beleza e preservação. Um banho rápido foi o suficiente para recarregar as energias... Rogério, pra variar, quis provar de umas frutinhas vermelhas de uma árvore, a qual mais tarde soubemos ser massaranduba. A frutinha bem vermelhinha parece ser doce com um visgo semelhante ao da jaca e, por mais que ele tentasse, elas só caem do pé quando "querem"... rsrsr
Na sexta-feira, bem cedinho, ainda escuro seguimos para Prado. A tranquilidade da estrada pouco movimentada só foi quebrada pela intensa neblina que quase fez Paulinho, que estava à nossa frente, sumir. Mais a frente, nas imediações de Itabuna/BA nos encontramos com Minho e Su - Vírus da Liberdade e, mais um pouquinho a frente em Eunápolis/BA, também com Zé - Vírus da Liberdade e Rosane. Todos juntos, seguimos para os últimos 150 km até Prado.

Chegamos em Prado e fomos direto nos instalar no camping destinado aos motociclistas, no ginásio, há cinco anos trocamos nossa casa por essa moradia temporária...
À noite, antes de irmos ao evento descobrimos que o pneu da Açucena estava muito baixo e fomos atrás de uma borracharia. Um lugar bem arrumado, apesar de ser uma borracharia, cheios de dizeres espalhados pelas paredes, um borracheiro cheio de histórias para entreter e uma espécie de museu de objetos encontrados em diversos pneus.
O evento de Prado se diferencia dos outros do calendário baiano pela grande diversidade de motociclistas do Rio de Janeiro, Brasília, São Paulo, Minas, Espírito Santo, Alagoas e muitos outros... Um dos maiores encontros de moto da Bahia em que a possibilidade de encontrar baianos é quase zero, mas em compensação ampliam-se as oportunidades de conhecer motociclistas de estados vizinhos, é um grande show de integração, diversificação de atividades no evento, muitos stands, muita banda, muito Rock.
O amanhecer no camping é sempre movimentado principalmente e tem um diferencial de oferecerem café da manhã, todos os dias, aí o burburinho é certo, faltou um pouco de organização e educação, mas deu pra todos. O camping no ginásio em Prado tem melhorado bastante nos últimos anos, principalmente nos quesitos de organização, limpeza, água e segurança..., se todos ajudam, colaboram, do motociclista aos organizadores, tudo fica bem, a gente agradece, divulga e volta no ano seguinte. A velha máxima de que respeito é bom e todo mundo gosta se aplica muito bem!



Sempre em nossas conversas há o comentário de como o motociclismo chama a atenção, aproxima os desconhecidos, amplia as oportunidades de experiências e troca de vivências. É isso aí, o motociclismo é agregador, não é excludente. Tivemos um exemplo desses: enquanto esperávamos por Zé e Rosane, chegou um camarada dizendo ter uma moto igual a Açucena, uma Ténéré 660 e começamos a conversar trocar ideias e dicas.



Pra encurtar a história convidamos o cara, Crassus, para nos acompanhar no passeio a Cumuruxatiba. Como mágica, estávamos todos juntos passeando por 34 km de pura terra e areia, numa gostosa integração como se fôssemos velhos conhecidos.
A beleza e magnitude das coloridas falésias encantam e faz a imaginação da gente voar. Mais um pouquinho e chegamos na vila de Cumuruxatiba, um lugar que ainda guarda uma perfeita harmonia e convivência com a natureza, a emoção é contagiante. As praias quase desertas, a água morna, pouca onda, são um convite para caminhadas, banho e muitas fotos. Ter o privilégio de admirar a natureza é uma dádiva! Por fim, depois de muito banho de mar, de pele salgada, nos deleitamos na água doce da represa de Cumuruxatiba formada pelo Rio do Peixe..., é de dar água na boca e o melhor está lá para podermos desfrutar mais um pouquinho a cada ano. Ante de voltarmos para Prado, almoçamos no Restaurante da Ema, um local aconchegante, com um preço convidativo e um tempero bem gostoso!
 

A recepção do evento em Prado já é um evento dentro do Moto Rock 2013, isso porque o visitante é recebido num amplo espaço, com acarajé, caldo de cana, água gelada, muita gente, música e inscrição.
O espaço cheio de cadeiras e bancos rústicos, mural de adesivos, informativos, chama a atenção de todos. Isso é que é boas vindas!!!

Já era quase final da tarde, voltamos para o camping, tomamos banho, descansamos um pouco e voltamos para o evento. A cada ano, no stand de tatoo, Rogério aumenta a sua tatuagem com Marquinhos. Dessa vez ele acrescentou uma flor de lótus à sua caveira azul. Enquanto Rogério sofria com as picadas, na rua acontecia o Moto Tartaruga que está se tornando uma tradição e mobiliza muitos curiosos. Fazer a tatuagem foi um pouco dolorido mas ele aguentou firme..., é bom mesmo, porque ano que vem tem mais... rsrsr. O sacrifício valeu á pena, ficou lindo!
Domingo é hora de pensar em encarar o caminho de volta, dormimos cedo e cedo acordamos. Paulinho seguiu viagem para Macaé; Zé e Rosane entraram em Porto Seguro e Minho e Su foram com a gente mais adiante e entraram para Vitória da Conquista. Devagar e sempre chegamos por voltas das 13 horas em Valença/BA onde paramos para almoçar. Muitas coisas deixamos para fazer no ano que vem para ter a "desculpa" para voltar a Prado, mas certamente tudo vai ser diferente, tão certo como a sombra que nos acompanha...

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