segunda-feira, 7 de junho de 2010

JACOBINA/BA - 4 A 6/6/10

Enfim voltamos a fazer turismo! Após algumas viagens para cumprir compromissos afetivos, digamos assim, voltamos a ser "achadeiros". E essa viagem foi para nós vários achados, vocês verão!
Sempre que planejamos uma viagem, curtimos o roteiro que faremos, o que iremos conhecer entre a ida e a volta, tudo se torna interessante. De antemão, Clézio/Amantes do Motoiclismo nos informou que o caminho por Capim Grosso estava com alguns trechos recapeando e que uma alternativa seria ir pela Estrada do Feijão. Esse foi o nosso primeiro achado. Resolvemos conhecer essa tal estrada que recebeu esse nome por ser o caminho de escoamento da produção de feijão da região. O roteiro foi Feira de Santana - Ipirá - Baixa Grande - Mundo Novo - Piritiba - Miguel Calmon - Jacobina. O Google Mapas nos informava que seriam 395km.
Pois bem, saímos na sexta-feira (4/6/10) cedo, como de costume, e seguimos para Feira de Santana. Pegamos o início da BR 116 e após 5 km entramos à direita para a BA 052 ou a Estrada do Feijão.

A estrada toda é um tapete e com pouco fluxo de veículos o que dá uma certa tranquilidade. Mas até Baixa Grande a gente pegou uma reta que parecia não ter fim... rsrsr... raríssimas curvas.

Durante todo nosso trajeto o sol teimava em querer aparecer mas a quantidade de nuvens pesadas não permitiu, parecia que ia cair o maior pé d'água, mas ficou mesmo foi um chove-não-molha. De Baixa Grande até Jacobina surgem as curvas que deram mais dinamismo à viagem.


Mas não é que quando chegamos em Jacobina a chuva resolveu dar o ar da sua graça? Mas foi pouca coisa... Jacobina fazia um frio de doer nos ossos! Era só o prenúncio do que teríamos no final de semana... arghhh

Assim que entramos na cidade nos dirigimos para o local do evento e lá encontramos com Neves e seu figurino pra lá de excêntrico...

Lá no evento também encontramos com Clézio que nos levou até o local de acampamento, o Ginásio Municipal. Um local amplo e arejado, perfeito para armarmos nossa Mansão Azul... kakaka. Podemos esclarecer? É o seguinte, para que possamos cumprir a nossa agenda (!!) e ir a todos os eventos que programamos, uma média de três por mês, resolvemos economizar na hospedagem e adotamos o camping. Em nossas 16 viagens desse ano, em todas acampamos. E vimos em cada uma a melhoria dos locais que disponibilizam para o camping. Assim, da nossa parte, nos cabe ir melhorando nossa casa itinerante... rsrsr e essa deixou a todos de boca aberta pelo seu tamanho e como diz Carmen "é uma maravilha entrar e sair em pé"!


Do acampamento para a recepção do Moto Festival Jacobina 2010. Saboreamos algumas frutas e goiabada na casca, encontramos com amigos e nos informamos sobre o que poderíamos fazer em Jacobina.

Jacobina é conhecida como Cidade do Ouro, por ser rota dos bandeirantes no século XVII. Hoje, dizem, que suas serras são "ocas", pela quantidade de caminhos que a exploração deixou. Tínhamos alguns lugares a explorar e outros para achar. Primeiro subimos a serra até o Hotel Serra do Ouro, um dos pontos mais altos da cidade. De lá, por todos os lados, vimos Jacobina. Até chegar lá no alto, e não podia ser diferente, é só subida e o caminho é todo calçado por paralelepípedos... E haja subida! Não deve ser nada fácil morar lá em cima...


Antes de dar continuidade ao nosso passeio paramos numa churrascaria para dar uma forrada no estômago, afinal estávamos apenas com o café da manhã.

Dando continuidade ao nosso passeio resolvemos ir até o Alto do Cruzeiro, uma subida de 365 degraus!!! Isso mesmo, um para cada dia do ano, é mole?? Bom, não estávamos lá pra pagar promessas e já tínhamos feito uma dessas subidas lá em Piranhas, não queríamos repetir a bravura... rsrsr. Nos disseram que havia um caminho para ir de moto, sem pestanejar foi por ele que subimos. Um caminho meio de barro/cascalho, meio de paralelepípedos. E haja subida!!!


Uns 500m antes do cruzeiro a subida virou descida, uma descida íngreme com um terreno que misturava barro, areia fofa e pedras. Era uma missão e tanto! O jeito foi Carmen sair e Rogério descer sozinho... Era bom nem pensar na volta...

Depois de chegarmos nas antenas ainda percorremos uma descida de uns 200 m a pé... Ave Maria!!!

A visão de toda Jacobina do alto fez valer a pena todo esse percurso, pelo menos o de moto para nós... rsrsrs



Tudo muito bom, tudo muito lindo, mas e a volta???? O que era descida passou a ser subida e Carmen continuou andando... Até um certo pedaço a moto foi só com Rogério, depois nem mesmo ele estava dando conta e teve que ir no muque! A XT dançava mais que forrozeira... Quando chegou no alto, em porto seguro, a moto e a bota de Rogério eram só areia... E Carmen?? Andando e fotografando tudo!



Terminado nosso passeio conhecido, "vestimos" a capa de "achadeiros". Era hora de começar a explorar caminhos. Para quem quer de fato chegar ao lugar certo é só contratar um guia. Mas achadeiro que é achadeiro vai no seu faro. Às vezes o nariz pode estar entupido, o faro engana e não chagamos a lugar algum. Fazer o quê?? É o que gostamos de fazer, é assim que exploramos e desfrutamos cada pedaço de caminho, cada paisagem que se abre a nossa frente, cada cena que presenciamos.


Estávamos, dessa vez, a procura da Cachoeira do Curralinho. A medida que andávamos nos indicavam o caminho. Em um deles nos deparamos com um jeque. Não era um simples jegue. Era um jegue empacado. Nem mesmo a moto, praticamente encima dele, fez ele sair do lugar. Parecia nos dizer "mexa-se você"... rsrsr e o danado do bicho não saiu mesmo do lugar. O jeito foi desviar dele.
Encontramos mais dois pelo caminho porém mais "educados". Chegamos até um rio que atravessava o caminho. Não quisemos arriscar e voltamos. Já estava entardecendo e não queríamos ficar pelo meio do mato no escuro.



O evento estava armado na Praça da Matriz. Ficamos um pouco por lá, comemos uma carne do sol com mandioca frita e nos encontramos com Eglaer/Santa Cruz Moto Clube/Ilhéus.


À noite voltamos para a praça. Lá fizemos a inscrição, ou melhor a identificação informatizada do Vírus da Liberdade. A medida que o MC ia sendo presenteado com a lembrança do Moto Festival ia sendo deletado da tela... Hummm... No mínimo é estranho isso, para quem está acostumado a fazer inscricão, deixar os dados e o adesivo... Tempos modernos!!


Ainda por lá enontramos com o pessoal do Moto Grupo Serra Dourada, o primeiro de Jacobina e parceiro do organizador do Moto Festival. Andando pela praça encontramos com mais outros tantos amigos.



Sábado (5/6/10), enquanto os rapazes batiam um papo, Clézio já estava de saída para Santaluz e nós começamos a pensar no que faríamos, aonde iríamos.

As feiras dessas cidades do interior são sempre atrativas para nós. Nelas se vendem de tudo e se compra de tudo. Nessa de Jacobina, todos, homens e mulheres, usam um tipo de sacola feita da palha do coqueiro que eles chamam de cofo, aió ou bocapiu. Essas curiosidades, as cenas do cotidiano e o café sempre nos atraem. Por lá também encontramos os Fuleiros.



Saindo de Jacobina, pegamos a estrada ladeada por imponentes paredões das serras. Estávamos em busca de cahoeiras. Vimos uma placa "Cachoeira Grande". Seguimos todo o caminho achando que se tratava de uma cachoeira... Ledo engano, era uma localidade com esse nome. Mas, de fato, a localidade foi erguida sob uma pedra do que já foi uma cachoeira grande, segundo um morador, que também nos disse que a barragem detonou com a cachoeira. E, realmente, logo na entrada atravessamos uma ponte sobre um rio que corre pelo meio do lugar.




O jeito era continuar o caminho pra ver onde iria dar. O que acharíamos adiante? À frente foram 14 km que percorremos de estrada de barro... Encontramos pessoas fazendo a viagem a pé, animais e a barragem formada por um lindo lago azul. E aí nos perguntamos: qual o limite do progresso?




A lanterna da Azuleika estava chocalhando e o tipo de estrada em que estávamos só fazia aumentar o barulho. Carmen deu a idéia de prendê-la com um daqueles elásticos de dinheiro... Rogério, para satisfazer a ela, amarrou a lanterna, sem dar muito crédito ao feito... rsrsr... Mas não é que a idéia segurou a lanterna até Salvador???

Continuávamos a percorrer os tais 14 km e nada de cachoeira. Só achávamos animais pelo meio do caminho e belas paisagens que se sucediam... Ao final havíamos dado uma volta, passamos por Itaitú e retornamos para Jacobina... sei não... rsrsr




Não desanimamos! Chegando em Jacobina pegamos um caminho à direita, passamos por um rio de água clara e subimos a serra. Na verdade, nos embrenhamos por entre a mata, por um caminho de terra, sem, mais uma vez, saber aonde iria dar. Encontramos com Cássio acompanhado de um guia, eles sabiam para onde ir, nós queríamos achar e mais uma vez não achamos nada... Chegamos perto, mas não achamos... ("Sei lá, sei lá, a vida é só ilusão... Sei lá, sei lá, eu só sei que ela está com a razão...")


No mais era desfrutar os belos cenários que a nautreza nos proporcionava. Não conseguimos achar a Cachoeira dos Amores, que segundo contam foi onde os índios Iacob e Bina se amavam, daí o nome da cidade. Mas não foi dessa vez...



Voltamos para a praça do evento e econtramos vários amigos: Boy, Solange, Marilson e Sandra, Pimenta e Gasolina. Todos estavam reunidos para dar início a motoata, o passeio dos motociclistas pelas ruas da cidade.


Esse é um momento mágico, de verdadeiro encantamento. As motos roncado os seus motores e as buzinas ensurdecendo deixam a todos maravilhados.




Da Praça da Matriz até o clube onde aconteceu o churrasco 0800. Tudo na maior organização. E as mulheres, num gesto de gentileza do Moto Grupo Serra Dourada, foram recebidas com rosas vermelhas. Que chique!!!

Mais encontros e reencontros se sucederam ali. A festa estava muito animada. Encontramos com o pessoal de Pernambuco e marcamos um passeio até a cachoeira. Hum? Será que dessa vez a gente chegava lá?




Voltamos até o acampamento de onde nós nos encontramos com o pessoal de Pernambuco. O Vírus da Liberdade se juntou ao Tribo de Davi, Scorpion, Equipe Cobra D'Água e Kavaleiros de Aço para a aventura de encontrar a Cachoeira Véu de Noiva.

Essa Cachoeira fica a 15 km de Jacobina, em Itaitú, naquele caminho que fizemos anteriormente. Enfim, o fizemos de novo. E lá fomos nós subindo, subindo, subindo. Demos por falta de uma das motos. Retornamos e o que ocorreu é que a moto do Kavaleiros de Aço tinha furado o pneu. Dessa vez não fomos nós!!!! kakakak Enquanto a moto ficava no conserto, Rogério num ato heróico resgatou o motociclista sem moto até a entrada da cachoeira.




Depois de tanto subirmos fim de caminho para as motos. Dali em diante percorremos acerca de 1 km a pé, desdendo, descendo, descendo... Todos em grande euforia! Ninguém pensava na volta...



Descemos mata adentro e o que se abriu a nossos olhos era um verdadeiro espetáculo da natureza. A mais alta queda d'água da região, 60 m de queda que desembocam num poço de água negra e gelada. Não dava pra chegar até ali e não sentir na pele toda aquela energia que nos era oferecida. A água era muito gelada, um freezer natural, a impressão que tínhamos era que congelaríamos... Afff!!! Mas alguns não tiveram essa coragem e ficaram só de longe...




Bem era chegada a hora, a hora de voltar e estava já entardecendo... Pernas pra que te quero? As pernas não obedeciam a vontade de chegar logo no alto. Com muito custo e paradinhas, chegamo enfim! Saímos de lá no escuro... Um risco, uma aventura que valeu! Pelo menos dessa vez chegamos lá!


A noite estava muito fria e o cansaço nos abateu. Logo cedo estávamos no acampamento, no dia seguinte voltaríamos para casa.

Desarmamos nossa casa itinerante enquanto a maioria ainda dormia. Era domingo, 6/6/10, dia de voltar pra casa.


Em casa, a lembrança do Moto Festival de Jacobina 2010 foi adicionada aos demais. Fazendo um balanço e retomando ao que dissemos no início, foi uma viagem de achados. Achamos uma estrada que nos favoreceu uma viagem tranquila; achamos uma Jacobina cheia de belezas naturais ainda que não tenhamos achado todas as que procuramos; achamos um evento que proporcionou ao motociclista tudo a que ele tem direito como protagonistas da festa e achamos os amigos que sempre reencontramos. Essa viagem foi realmente um achado!!! Até a próxima.

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