terça-feira, 7 de dezembro de 2010

EUCLIDES DA CUNHA/BA - 3 A 5/12/10

Olha nós aqui, mais uma vez e sempre que tivermos viagens a fazer, histórias a contar e amigos que as leiam. Dessa vez a nossa inserção é de volta ao sertão, às cidades de Euclides da Cunha e Canudos, na Bahia. Atendendo ao convite de nosso amigo Clézio/Amantes do Motociclismo, de Mairi/Ba, para acompanhá-lo a Euclides da Cunha, desviamos nosso roteiro e o encontramos em Valente/Ba (sexta-feira - 03/12/10).


Juntos seguimos em direção a Queimadas. Paramos no portal da cidade e encontramos com Marcelo/No Name, de Valente.




Depois da curta parada rumamos para Monte Santo com a intenção de subir o monte sagrado. Ao chegar nos informaram que o único caminho só era possível fazer a pé! Nem moto, nem mesmo bicicleta! Nossas expectativas caíram por terra... Com as motos carregadas, de botas e com roupas de couro, não dava! Mesmo assim resolvemos subir até a primeira capela. Todo o caminho é ladeado por capelas que retratam o martírio de Jesus. Pois bem, até a primeira foram 140 passos contados por Carmen (danadinha, ela não iria perder a oportunidade da informação e da proeza... rsrsr), e acompanhados por Clézio e Rogério. A visão do alto é linda, mas realmente não dava pra ir a diante... Na descida, um casal que estava voltando da visitação nos informou que era preciso 1h30 para se chegar até a Igreja de Nossa Senhora das Dores, no alto do monte. Imaginem: 1h30 de caminhada numa ladeira íngreme, formada por pedras e alguns degraus! Ficou para uma próxima oportunidade...("Andar com fé eu vou, que a fé não costuma faiá...").




Nada mais a fazer, o calor esquentando, seguimos para Euclides da Cunha a uns 36 km dali. A estrada não estava nada boa, vários trechos com buracos e outros com desvio..., se continuar assim...

Chegamos em Euclides da Cunha e fomos recepcionados pela turma do I Moto Cumbe Fest e Tuninho/Estradeiros Dragões do Recôncavo também acabara de chegar. O nome Cumbe faz referência ao arraial que deu origem a cidade. Uma recepção calorosa e com o que a gente mais ansiava naquele momento, água geladinha!

Da recepção para o camping e de lá para o restaurante... fome, sede, calor, tudo junto, afff!


Rapidamente chegou a noite e era momento de ver como seria o primeiro dia do evento. Como de costume, fizemos a inscrição e recebemos o troféu. Depois fomos dar umas voltinhas e encontramos velhos conhecidos, o Papa Popó já estava lá e vimos muitos curiosos que se aglomeravam ao som do ruído das motos que chegavam ao local..., esse é o encanto do primeiro encontro...






Noite movimentada para o primeiro dia... Nos recolhemos para recompor as energias para o dia seguinte. Por falar em recompor as energias,Clézio não se fez de rogado e bateu uma pratada de cuzcuz com ensopado logo de manhã..., haja apetite!

A cidade de Euclides da Cunha recebeu esse nome em homenagem ao escritor que retratou a seca e a Guerra de Canudos, em Os Sertões. E foi para lá que seguimos na manhã de sábado (4/12/10) distante uns 80 km, sendo que os últimos 20 km percorridos em estrada de barro. Não fosse a poeira a estrada não seria tão ruim..., mas a vontade de conhecer um lugar que fez parte da nossa história faria valer a pena.

A atual Canudos é a terceira de uma série de destruições, ocasionadas pela Guerra de Canudos e inundações, pelas águas do Açude de Cocorobó. Primeiro, visitamos o Memorial Antonio Conselheiro que guarda um acervo de achados arqueológicos, mapas, roupas e a história da Guerra de Canudos e do seu mártir Antonio Conselheiro, morto durante a guerra.




No interior do Memorial há uma área destinada a preservação de plantas oriundas da região como os mandacarus, o umbuzeiro, o juazeiro e a algarobeira, dentre outras.



Os grupos teatrais são grandes atrativos da região.

Seguindo por uma estrada de barro (mais uma!!) chegamos até o Açude de Cocorobó ( parece ser uma variedade de capim), que guarda embaixo das suas águas as ruínas da segunda Canudos. Em tempos de grande estio as águas baixam e as ruínas aparecem..., por um lado, ainda bem que não as vimos...






Continuando nossa aventura cultural e já pegando o caminho de volta, fomos ao Memorial de Canudos. O local fica no alto de um morro com acesso através de uma ladeira formada por paralelepípedos. Lá se pode ver o cruzeiro, o mirante com uma bela vista para o açude, a estátua gigante de Antonio Conselheiro e a Serra das Araras.



Mais um pouco de estrada e chegamos ao Parque Estadual de Canudos que preserva alguns pontos onde ocorreram a batalha durante os anos de 1896 e 1897. Através de um monumental pórtico adentramos ao local e fomos recepcionados por atendentes educados e bem informados que nos deram orientações sobre os pontos a serem visitados.


Tínhamos para ver: o Vale da Morte (trincheiras conselheiristas), o Alto da Favela (cruzeiro em homenagem aos mortos e mirante), a Fazenda Velha (local de morte do comandante da guerra contra Canudos) e o Hospital de Sangue.
O sol quente já dava conta da hora e precisávamos voltar, assim só visitamos o Alto da Favela e passamos pelo Hospital de Sangue.



Com as mentes cheias de informações pegamos a estrada de volta para Euclides da Cunha. Ao chegarmos, os motociclistas já se aglomeravam na recepção para dar início ao passeio pela cidade. Foi um dos momentos mais bonitos do I Moto Cumbe Fest com adesão em massa dos motociclistas. O passeio movimentou a cidade e crianças, jovens e adutos espichavam os olhos curiosos com aquelas máquinas barulhentas pelas estreitas ruas. O buzinaço e as sirenes das motos fizeram o maior sucesso, além, é claro, do papa circulando encima de uma das motos!! Uhhhuuu...





O destino final do passeio foi o clube aonde aconteceria o churrasco 0800 que teve algumas cenas hilárias como Morcegão tentando colocar sua pipa morcego para voar, Marilson/Sebastianense de novo visual rastafari (rsrsrs) e o papa (?) dançando forró... eu hen!!!!






A noite a animação continuou na praça do evento com apresentação de bandas e as resenhas do passeio e do churrasco..., o mais animado era Marilson contando as "desventuras" de Ferreira/Motriz que além de perder o 0800, encontrou a porta do camping fechada e não pode tirar uma soneca... é... "parece que Euclides da Cunha não foi bom pra ele...", palavras de Marilson, um correspondente do blog... kakaka.



Acordamos cedo e nos arrumamos para voltar pra casa. Pelo menos o clima daquela manhã de domingo estava ameno... Saímos juntos nós, Ferreira e Alda, Tuninho e Clézio. Clézio nos acompanhou até Serrinha e seguiu para Mairi, Tuninho continuou com a gente até a entrada para Santo Amaro... O que podemos dizer mais? Uma festa bonita, a harmonia permaneceu durante todo o tempo, a alegria de estar juntos de amigos, a companhia de amigos na estrada e a maravilhosa aventura do conhecimento... O que dizer? Apenas, nós amamos tudo isso!!!

Nenhum comentário:

Postar um comentário