terça-feira, 22 de maio de 2012

SALGUEIRO/PE - 18 a 20/5/12

A noite de quinta-feira foi de muita chuva em Salvador/BA e quando saímos de casa, na manhã de sexta-feira, parecia que não haveria trégua. Mas, depois de um pequeno trecho sob chuva, enfim alcançamos o sol nas imediações de Euclides da Cunha/BA e seguimos assim até chegarmos em Salgueiro/PE. Lá o sol estava castigando!

É a quarta vez que vamos a Salgueiro para participar do evento do Andarilho. Quando chegamos por volta das 14h30 fomos direto para o ginásio, local do camping destinado aos motociclistas. Um espaço amplo, arejado, bem estruturado com banheiros e uma cantina. Ainda havia poucas barracas, apesar do evento ter começado na noite anterior, e armamos nossa nova mansão azul. Isso mesmo, a segunda, porque a primeira queimou na descarga da moto naquela viagem de volta de Paulo Afonso/BA e nos deixou "sem teto" por duas semanas... Ninguém merece!

Depois da folia com a barraca fomos para a praça do evento. A recepção do VII Salgueiro Moto Fest estava um show de beleza com o grande baner do evento e do Andarilho, água, picolé e melancia para abrandar a sede. A inscrição foi imediata juntamente com a entrega do troféu que, diga-se de passagem, de grande versatilidade de cores para ser escolhida ao seu dispor.


Além disso, uma das coisas boas que nos levam anualmente a Salgueiro é desfrutar logo na recepção do carinho de amigos pernambucanos como o pessoal do Andarilho, Mariney e Mariano - do Livres Para Voar, Os Cobras, Lula - Kavaleiros de Aço e amigos de outros estados a exemplo de Wellington e Risalva - Velociraptor, de Sousa/PB e, da nossa Bahia, Paulo Barros - Aranhas do Asfalto, Nengo e Nadia - Dissidentes.


No sábado de manhã o café foi na cantina do ginásio: cuscuz com ovos, pão com queijo na chapa e café. Na área externa a concentração se formava para onde iríamos desbravar: 8 km de chão até a Barragem da Boa Vista (DNOCS).


O espelho d'água é um açude rodeado por vegetação rasteira e arbustiva bem característica do sertão. Usado em épocas de estiagem, o açude também oferece uma pequena estrutura de restaurante para atender ao visitante. Chegando lá o dono do restaurante, Pedro Baiano, um senhor muito simpático e conversador lhe dá um atendimento simples e atencioso em um ambiente típico do sertão.




A conversa com Seu Pedro nos fez conhecer um pouco da sua vida: baiano de Abaré está em Salgueiro há 51 anos e hoje com 70 anos está em lua de mel, pois tem 15 dias que se casou. Esse baiano não é fraco não!! rsrsr... Não bastasse o "conversê" fomos surpreendidos por três crianças fantasiadas de caretas em pleno mês de maio..., o faz de conta alimenta os sonhos de crianças de qualquer lugar do mundo.

De volta a zona urbana retornamos ao evento para a concentração para o passeio por Salgueiro. Enquanto isso mais e mais amigos chegavam: Sandro e Janaina - Paulo Afonso/BA, Jonga - Cabrobó/PE, PH - Conceição/PB, os meninos do Tribo de Davi - Petrolina/PE, Carioca - Paulista/PE.





Quando o carro de som posicionou-se na rua fomos convocados para o passeio e o que se via a cada buzinada era um mar de motos ruidosas pelas ruas de Salgueiro.




O final do passeio foi na chegada para o tão divulgado 0800, ou melhor, o maior e melhor 0800 do Nordeste. A chamada de divulgação do evento lhe intimava a procurá-lo e quem foi a Salgueiro naquele final de semana achou!




Foram cinco horas de cerveja gelada e churrasco sem qualquer restrição de repetição e contando sempre com a simpatia dos meninos e meninas do Andarilho. Vamos combinar? Eles arrebentam mesmo, sempre!!!!



Final de dia, final de 0800 o melhor era voltar pra barraca e dar uma descansada para a noite que se iniciava. No camping a resenha inevitável ficou por conta do 0800 e tai uma das vantagens do camping, é o lugar de maior integração dos motociclistas. Nos dê licença aos que preferem os hotéis e pousadas, nós também gostamos, mas nada se compara a esses momentos que compartilhamos com nossos amigos, estreitamos amizades, interagimos mais. Conhecemos casais que depois da primeira experiência se tornaram usuários dos campings. É claro que nos referimos a campings bem estruturados, com limpeza e segurança como o de Salgueiro e os oferecidos pela grande maioria dos eventos.

Na área dos shows o movimento era bem grande da população. Durante as duas noites cinco bandas se revezaram para a galera do motociclismo e da cidade. Acertadamente, não sabemos se intencionalmente, a organização colocou as bandas de pagode logo no primeiro horário, das 7 as 9 e no horário de maior chegada dos motociclistas as bandas tocaram rock e MPB. Agradou de forma democrática a todos.



Na volta pra casa no domingo Ferreira e Alda nos acompanhou e na nossa primeira parada em Bendegó/BA pra abastecimento Paulo Barros e Nengo se juntaram a nós e também Sinho e Queiroz. Em Euclides da Cunha/BA a moto de Sinho deu problema e ele e Queiróz ficaram pra resolver. Seguimos juntos até Serrinha/BA onde Nengo e Nadia se despediram e foram para Catu/BA.


Chegamos à BR 324 - Feira de Santana/Salvador e a chuva nos pegou de jeito e percebemos a grande contradição pela qual passamos. Vivenciamos um cenário de sol forte, terra seca, açudes sem água, gado tentando tirar da terra seu alimento..., é triste ver a seca, é triste ver de tão perto a realidade que a televisão mostra, é triste ver caminhos de areia onde passavam rios. Saímos com muito sol e chegamos com muita chuva... e o sertão ficou pra trás mas está presente na nossa memória. ("Riacho virou caminho. De pedras ardendo em fogo. No poço secou a água. Menino morreu sem nome. Na Caatinga o homem chora. O boi que morreu de sede. A roça que era verde. A seca torrou garrancho..." A Seca - Alceu Valença).

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