terça-feira, 6 de agosto de 2013

AMARGOSA/BA - 19 A 21/7/13

Toda viagem gera expectativa principalmente se, além do local ser novidade, o evento for o primeiro da cidade. As ideias fervilham e ficamos a, silenciosamente, imaginar como será, quem iremos encontrar, quem e o que iremos conhecer... As expectativas  são muitas e as surpresas vão surgindo naturalmente. De certo mesmo só tínhamos o destino, a cidade de Amargosa/BA e a proteção de Deus. ("Como será amanhã? Responda quem puder. O que irá me acontecer? O meu destino será como Deus quiser..." O AMANHÃ - João Sérgio).
A primeira surpresa chegou à noite quando nos encontramos na fila do Ferry Boat com Jean, Manu e a pequena e doce Isabela - Tribo de Davi, de Petrolina/PE. Numa viagem inesperada de lá pra cá quiseram aproveitar o final de semana para ir com a gente ao encontro de motos. Ainda portando um par de muletas devido ao acidente de moto no início do ano, Jean e sua pequena família resolveu curtir essa festa junto com a gente. A noite estava um pouco fria e chuvosa, por sorte embarcamos no catamarã que é mais rápido do que o ferry e não sentimos muito o balançar das ondas.
Apesar de Amargosa não ser muito distante de Salvador/BA,  uns 238 km, resolvemos diminuir a distância e o tempo de viagem atravessando a Baía de Todos os Santos e pernoitamos em Camassandi/BA. Chegamos bem de noitinha, a chuva ficou mesmo naquele chove não molha e o que nos esperava era uma gostosa moqueca de guaricema, fechamos bem a noite, né mesmo? Uma gostosa surpresa... rsrsr.

Durante toda a noite choveu em Camassandi e o dia amanheceu ainda com um pouco de chuva... Seguimos para Valença/BA a convite de Alex e Dea - Companheiros do Asfalto, que iria oferecer um café da manhã para os viajantes que seguiriam para Amargosa/BA juntos. Fomos os primeiros a chegar na casa dos nossos amigos e a mesa arrumada já nos convidava à refeição matinal.

Seguindo a nós, chegou Dani, Barão e Baronesa, Ari e Arlete - todos Companheiros do Asfalto e também três motociclistas de Caruaru/PE. 
Enfim, seguimos todos para Amargosa/BA, apenas mais 120 km. No meio do percurso uma das motos deu pane seca, porque não tinha gasolina no posto mais próximo... essa é uma surpresa chata, rsrsr.



Problema resolvido, seguimos pelo Vale do Jiquiriçá aproveitando as belas paisagens da região, o ótimo asfalto e as gostosas curvas.

Amargosa/BA é uma pequena cidade que faz parte do Vale do Jiquiriçá localizada no alto de uma serra. A nossa intenção em irmos até Amargosa foi para participarmos do 1º Bate e Fica de Amargosa. A recepção bem calorosa com parte dos organizadores inovou com a oferta de lencinhos perfumados. O pessoal muito solícito nos ofereceu água, tiramos fotos e nos orientou quanto a hospedagem tanto para pousadas quanto sobre o camping. Conhecemos BA, nosso contato por telefone, que também se encontrava na recepção e nos levou até a praça do evento.

A praça do evento ainda estava ornamentada com a decoração colorida das bandeirolas dos festejos juninos, aliás, Amargosa é conhecida na região por oferecer uma das melhores festas juninas, época em que a cidade fica lotada.



Para nossa grata surpresa a área de camping era defronte ao evento, nada mais conveniente para os motociclistas admiradores de uma cerveja gelada..., nem precisavam preocupar-se! O camping foi na área de uma casa de shows, bem decorada com coloridas sombrinhas abertas no teto e enormes painéis de artistas famosos. Os primeiros motociclistas que chegaram marcaram seus terrenos próximos aos painéis de Raul Seixas, Tim Maia, Beatles e Ivete Sangalo. Restaram dois painéis: Luis Gonzaga e Roberto Carlos. adivinhem só qual escolhemos??? Sem querer desmerecer nosso eterno Rei do Baião, preferimos ficar sob a guarda de RC.
Território marcado, tudo arrumado, hora de comer, porque saco vazio não fica em pé. Por sugestão de Dea, fomos todos à feira e almoçamos no Rei da Carne do Sol. Carne de boa qualidade, da forma que o freguês quiser, seja do self service, rodízio, comercial, prato feito, porção, como se queira, o importante é comer.
Quando retornamos para o camping a área já estava mais ocupada, muitos amigos chegaram e um deles, Da Hora nos presenteou com uma bandeirinha da Bahia, dessas para colocar na moto. A bandeirinha irá com a gente para a nossa viagem de férias com destino ao Oiapoque/AP e Guiana Francesa. Valeu, Da Hora!
Bom, sem ter pra onde ir, a chuva fina insistia em molhar, fomos para a área do evento. O 1º Bate e Fica estava surpreendendo com a quantidade de motociclistas que chegavam para participar da festa. Os amigos chegavam, as motos chegavam e desfilavam pelo belo portal e túnel onde desapareciam e de forma ensurdecedora colocavam seus motores para roncarem ruidosamente. Um momento bonito de se ouvir, bem diferente da insistente e irritante zoeira, pena que esses mesmos motociclistas se entusiasmaram e durante toda a noite zoaram sem parar...

Na programação do evento não havia nenhum 0800, apesar de fazer falta, não impediu da integração e interação acontecer. Estávamos todos juntos e próximos daqueles que são amigos, que compartilham, que riem juntos, que comemoram juntos a amizade e foram muitos os amigos que encontramos. 
 A um chamado do organizador, nos dirigimos para fazer o passeio pela cidade. Foi mesmo um belo passeio em que as ruidosas motos foram insistentemente admiradas por todo o caminho até a chegada no portal.
Chegamos ao evento junto com a noite, tempo suficiente para tomar banho, trocar de roupa e voltar para o evento. A festa já começa também no camping quando revemos amigos de outros estados como Márcio e Tati - Lagartos no Asfalto, de Sergipe, Bartô e Dal - Rota 104, de Alagoas e gau - Irritant's, de São Paulo e mais outros amigos como Volf, Thuco, Marilson, Sandra, Gilsinho, Cibely, Santana, dentre outros.
Depois da farra no camping, era hora de fazer uma farra para o estômago e, sem termos marcado nada antes, fomos a uma pizzaria bem pitoresca da cidade. Ocupamos uma grande mesa redonda que lembrou a todos a história do Rei Artur e a Távola Redonda, uma bela história que expressa a igualdade entre os pares, bem apropriado para aquela nossa inusitada reunião de amigos. À mesa estávamos nós, Márcio e Tati - Lagartos do Asfalto, Gilsinho - Suzukeiros do Atacama e Cibely, Marilson e Sandra - Sebastianense, Paulo - Aranhas do Asfalto e Santana - Suzukeiros do Atacama. Foram duas enormes pizzas para conseguir calar a boca desse povo, que como crianças faziam barulho, riam e brincavam com o centro móvel da mesa.
Enquanto nos refazíamos da comilança, Marilson nos surpreendeu e discursou sobre àquela reunião inusitada em um dia que se comemorava o Dia do Amigo, da força da irmandade realizada a partir de um mesmo ideal do motociclismo, da alegria de poder estar juntos em uma data especial, que esse sentimento fosse espalhado para outros amigos e permanecesse sempre nos nossos corações. Com um brinde e abraço coletivo reforçamos a nossa amizade!


Foram muitas as emoções, lágrimas até rolaram em alguns rostos mais sensíveis, ai, ai... Emoções a parte, voltamos para o evento e a praça estava abarrotada.
Algumas bandas já davam seus primeiros acordes e uma boate tocava um som animado pela performance de um "motoqueiro fantasma". A gente, é claro, aproveitou a farra!

Deixamos a praça com as bandas já animando o pessoal. No camping, ouvíamos tão claramente as música que parecia que ainda estávamos lá. Foi de longe também que ouvimos a descompensada rivalidade entre o som das bandas e os incômodos e desrespeitosos motociclistas que insistiam em manter a zoeira. Mais tarde soubemos que essa falta de respeito foi levada ao extremo e houve desentendimentos.
Manhã de domingo, hora de tomar um bom café na padaria, pegar a saída pela esquerda e voltar pra casa. A boa estrada, um pouco perigosa com inúmeras curvas fechadas fazem os motociclistas ficarem mais cautelosos, inibindo as belas e  velozes esportivas, até que chegamos no entroncamento para Santo Antônio de Jesus/BA e rapidinho estávamos no ferry. As expectativas foram deixadas para trás naquelas curvas, entre subidas e descidas tivemos belas surpresas que nos fizeram fortalecer amizades e acreditar no nosso ideal de viajar na aventura do conhecer. Não havia cigana para ler o nosso destino, nem jogo de búzios e nem cristal, acertamos o nosso destino, o amanhecer chegou e fomos muito felizes! ("E vai chegando o amanhecer. Leio a mensagem zodiacal. E o realejo diz: Que eu serei feliz. Sempre feliz...").

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