Saímos na sexta ainda no escuro, como tem sido ultimamente... rsrsrs. Assim que o dia raiou paramos para um cafezinho e dessa vez a chuva não nos alcançou, deu uma folguinha e deixou a paisagem do alto sertão com um cenário verde, terrenos alagados, animais pastando... É a vida resistente do sertão! ("A vida aqui só é ruim. Quando não chove no chão. Mas se chover dá de tudo. Fartura tem de porção. Tomara que chova logo. Tomara, meu Deus, tomara. Só deixo o meu Cariri. No último pau de arara...").
A estrada boa e pouco trânsito de veículos pesados nos ajudou a fazer uma viagem bem tranquila.
Chegamos a divisa de Bahia/Pernambuco e seguimos pela BR 116.
Quando chegamos ao Ceará percebemos que a BR 116 recebe o nome de Rodovia Santos Dummont..., a BR 116 é uma rodovia longa que passa por 10 estados. Nas proximidades de Brejo Santo uma revoada de borboletas branquinhas e amarelas voam em nossa direção, passam por nós, se batem nos nossos couros, viseiras e moto numa correria pela migração.
Passamos pela entrada para Juazeiro do Norte, a Juazeiro do Padre Cícero e por Milagres. Após esse trecho a estrada está em recuperação causando alguns poucos transtornos...
Passamos por Cachoeira dos Índios e atravessamos a divisa CE/PB e poucos km depois já nos aproximávamos de Cajazeiras. Paramos para ligar para Cheldon/Cabras de Aço para nos dar o endereço do evento. Quando demos continuidade a viagem chegavam também Carioca/Clã-Destino e alguns integrantes do Andarilhos/Salgueiro. Seguimos juntos para Cajazeiras até nos encontrarmos com Tito/Metamorfose Ambulante na área do evento que nos levou até a sua casa para saborear um , até então para nós desconhecido, frango a capote. Quer saber? Uma delícia!
Nos instalamos numa das salas do CAIC que se transformaram em apartamentos onde armamos nossa mansão azul! A noitinha seguimos para a Praça Leblon e o movimento de motociclistas e da população era grande... e nem era dia de evento ainda...
Sábado (29/1/11), dia do I Bate e Fica de Cajazeiras, organizado por Tito Max e os moto clubes Metamorfose Ambulante e Coyotes. Pra começar, uma recepção superanimada, uma mesa de frutas de dar água na boca, inscrição, troféu... tudo como manda o figurino!! Aos poucos, motociclistas iam chegando e algumas máquinas curiosas chamavam a atenção. E pra melhorar, o visual era um espetáculo: a Praça Leblon fica ao ladinho de um grande açude com vistas para o nosso camping.
Saímos da recepção para ir a um dos pontos turísticos de Cajazeiras, o Morro do Cristo Rei. Uma subida íngrime toda em paralelepípedos. Na subida percebemos que o barulho da corrente havia aumentado, dando umas trincadas... sei não, vamos ter que trocar quando chegarmos em casa... Bem, voltando ao morro, o Cristo divide a paisagem com algumas antenas deixando-o como coadjuvante do morro que lhe dá o nome. Do morro temos uma visão panorâmica de toda Cajazeiras. Muito lindo!
Retornamos ao evento para nos concentrarmos com outros amigos que chegavam deixando o local mais ainda movimentado. A música tocando, o calor esquentando e o locutor da rádio local convocava a população para ver de perto toda aquela agitação.
Por volta das 12h, Tito deu o comando para o início do passeio. As ruas ficaram estreitas para a quantidade de motos e triciclos que seguiam uma após as outras. Motores roncando, buzinas e sirenes chamavam a atenção daquela, até então, pacata cidade. Por onde passávamos o povo ficava em polvorosa cheios de admiração pela agitação daqueles "invasores barulhentos". Foi emocionante!!! Uma bela demosntração de harmonia e união pelo mesmo ideal!
Chegamos ao fim do passeio em um clube onde já nos aguardava uma deliciosa e farta feijoada com churrasco. Tava bom demais!!! Sem alvoroço, na maior organização todos iam chegando e se arrumando... a música ambiente na voz e violão deu um sentido relaxante ao local.
Tito era pura emoção e alegria com tanta manifestação de apoio e carinho ao I Bate e Fica de Cajazeiras. E mais uma emoção estava a caminho que o levou a chorar: a homenagem que o padrinho do seu MC Metamorfose Ambulante - facção, Cheldon, do Cabras de Aço/Cabrobó lhe fez entregando uma placa pela data comemorativa.
Outras surpresas estavam por acontecer, alguns brindes foram conseguidos e um deles coube pra nós pelos 771 km percorridos de Salvador a Cajazeiras. Um brinde pela quilometragem, valeu!!!
Depois de tanta comilança fomos dar uma descansada. Do alto do nosso "quarto" pudemos vislumbrar a paisagem que se abria na nossa janela, compondo com um lindo céu azul um belo cenário.
O apelo do locutor da rádio deu certo, a noite a praça estava apinhada de gente, motos e mtociclistas. Os stands de produtos motociclísticos sempre visitados nos proporcionou comprar um acessório novo pra Azuleica. Uma banda de pop rock começou a agitar a galera e a praça foi ficando mais cheia.
O 1º Bate e Fica de Cajazeiras/PB foi show! Show de empenho, organização e emoção... Um evento que tinha tudo para ser modesto: primeiro encontro, cidade pequena, organizado por dois moto clubes (Metamorfose Ambulante e Coyotes). Modéstia a parte, o encontro ganhou proporção e reuniu muita gente, motos e motociclistas na maior animação. O passeio pela cidade que movimentou a pequena Cajazeiras, teve todo o apoio da PM local para arrumar o trânsito. Tudo vai ficar na nossa memória como um emocionante encontro.
Final de noite para nós, hora de tirar a nossa bandeira do lugar mais alto da festa.
Agradecemos a amizade e o carinho em especial do nosso amigo Tito e aos moto clubes Metamorfose Ambulante e Coyotes que juntos buscaram parcerias que fizeram o 1º Bate e Fica ser um sucesso. O Bate e Fica de Cajazeiras veio pra ficar!!! A nós cabia seguir para casa, com alguns quilos a mais... na bagagem! rsrsrs
No domingo não deu pra sair cedinho porque a chuva caiu com vontade. O atraso na saída nos deu mais tranquilidade na estrada, não chovia mas uma forte neblina nos acompanhou por um longo trecho... o caminho de volta foi tão tranquilo quanto a vinda.
Passamos a ponte em Ibó/PE sobre o Rio São Francisco e já estávamos na nossa boa terra. O sol e uma leve brisa nos acompanharam..., quando chegamos em Serrinha o coração já começava a bater forte pela proximidade com a nossa Salvador. Pensamos que íamos chegar no início da noite, mas Rogerinho deu umas aceleradas seguras e conseguimos chegar ainda no final da tarde. Chegamos em Feira de Santana e pegamos a BR 324 para os intermináveis 100 km que faltavam para chegarmos em casa. Enfim, foram 1563 km e chegamos já pensando no próximo final de semana!!!
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