terça-feira, 2 de julho de 2013

INAJÁ/PE - 14 A 16/6/13

O cartaz/convite do 3º Aniversário do Moto Clube Cristo Rei não deixava dúvida de que iríamos na sua festa. De forma imperativa, o Cristo Rei, já determinava: "façam uma boa viagem, pois já estamos esperando por vocês". Já havíamos participado no ano passado e certamente não iríamos perder essa festa.  A boa viagem ficava por conta da gente e do nosso Amigo Divino e se o Cristo Rei já estava à nossa espera já tava na hora de pegar a estrada...
O caminho, nosso velho conhecido até Paulo Afonso e a partir daí resolvemos pegar novos caminhos e fomos até Mata Grande quando a surpresa da estrada nos pegou pela frente... Até ali já tinham ido uns 545 km e faltavam mais uns 30 km de pura estrada de barro, muita poeira, sol forte e belas paisagens em pleno sertão pernambucano.

Devagar e sempre, chegamos a Inajá/PE. A recepção já estava a todo vapor, com muita água de coco e melancia docíssima, afinal estávamos na Terra da Melancia, como o próprio portal da cidade já dizia. Netinho, nosso anfitrião, Pereira, Hélio e outros amigos nos receberam com grande alegria.
  
 O bom de cidade pequena é que tudo é muito próximo, a recepção, a área de camping, o evento. Dali foi um pulo para o ginásio onde ficamos a primeira noite porque no dia seguinte fomos para outro lugar. Isso porque o evento mesmo era no sábado e o colégio para camping só seria disponibilizado no sábado. 

Daí é que começa o diferencial dessa festa. Sabendo que muitos motociclistas chegariam na sexta, Netinho providenciou local provisório para camping, incluindo aí a sua própria casa. No ginásio, a movimentação de motociclistas chegando e armando as barracas chama a atenção principalmente das crianças que ficam entusiasmadas com o nosso estilo de vida.
Quem sabe, faz a diferença! A noite chegou e Netinho, familiares e amigos nos deu uma noite extra de festa, convidando a todos para a sua casa. Rua fechada para os seus reais convidados, som ao vivo, bebida gelada a preço de amigo e um churrasquinho 0800. Quem chegou um dia antes, não se arrependeu. A festa antecipada entrou pela noite, com grande participação de motociclistas, deixando pra trás muitos eventos que vemos por aí e proporcionando uma grande interação. Estavam lá Cláudio e Jacy - Carcarás Estradeiros, Felinho e Waleska - Panteras do Asfalto, Carioca - Clã-Destino, Silvio, Ildete e Allan - Estradeiros Vida Loka, Hélio - Bofes de Elite, Adelson - Teco Teco, dentre outros... Que festa!


No sábado a palavra de ordem era mudança. "Despejados" do ginásio arrumamos as nossas tralhas em cima da moto e fomos para o colégio, por sorte era bem perto de onde estávamos e o balaio em cima da moto não correu risco de cair... rsrsrs. Novamente armamos a barraca e saímos para tomar café.

Barriga cheia, a palavra de ordem agora era passear e, como diz nossos amigos Bartô e Dal, fomos "caçar" água! O passeio era até a represa de Ibimirim, cidade vizinha, bem pertinho, uns 60 km. A distância pequena, a estrada boa, a demora ficou por conta de um imprevisto intestinal no meio do caminho... rsrsr.  Problema resolvido, o céu encoberto de nuvens não impediu o calor e a ameaça de chuva ficou em alguns pingos que sequer molhava a viseira do capacete... pobre sertão, terra seca, galhos secos e retorcidos, rios que se tornaram caminhos de areia e pedra, tão precisado sertão! ("Quando olhei a terra ardendo. Qual fogueira de São João. Eu perguntei a Deus do céu, ai! Por que tamanha judiação..." Asa Branca - Luiz Gonzaga).
Em Ibimirim achar a represa foi bem fácil era só pegar uma estrada de terra e estávamos lá. Encontramos o Açude Poço da Cruz, com o nível de água bem abaixo do normal as pedras do que já foi o fundo do rio ficam à mostra. Um grande caminho de água que se embrenha pelo sertão pernambucano, represado por uma grande barragem e faz parte da Bacia do Rio Moxotó e, pra nossa surpresa, também alimentado pelo Rio São Francisco. Será que algum dia esse sertão vai virar mar? ("O homem chega e já desfaz a natureza. Tira a gente põe represa, diz que tudo vai mudar. O São Francisco lá prá cima da Bahia. Diz que dia menos dia, vai subir bem devagar E passo a passo vai cumprindo a profecia. Do beato que dizia que o sertão ia alagar. O sertão vai virar mar... Dá no coração. O medo que algum dia o mar também vire sertão..." Sobradinho - Sá e Guarabyra).
De volta a Inajá, a recepção e o calor estavam pegando fogo e a grande expectativa era uma caravana que estava chegando capitaneada pela turma de João Cabelo - No Limit. Tá aí mais um diferencial para os que não foram ficarem esperto para o ano que vem. A recepção se transformou em mais um evento dentro do evento. A interação e os encontros se multiplicavam!
Dali mesmo, Netinho fez a chamada para o almoço 0800..., ali pertinho, do outro lado da rua, no ginásio. As motos foram se enfileirando deixando o outrora vazio ginásio num estacionamento repleto de diferentes e coloridas máquinas. E querem saber? Zoeira nenhuma!!! Com som ao vivo, mesa arrumada, fartura de iguarias nordestinas, fila formada, pratos cheios, festa das boas com muitos amigos: Maia - Abutres, Ademir - Clandestino, Bartô e Dal - Rota 104, Morcegão, Hamilton - Ororubá!!!
Uma festa atrás da outra em uma só festa e ainda tinha o evento da noite. O ponto culminante foi a entrega dos troféus a cada presidente de moto clube, no palco, com direito a bolo em comemoração ao 3º Aniversário do Cristo Rei. As bandas se apresentaram e fizeram a animação de motociclistas e populares.
O estacionamento do camping estava abarrotado, as salas e áreas externas cheias de barracas e á noite ainda teve o sopão, quem provou, aprovou! Aprovado também foi o camping, os usuários e o zelo e segurança tendo à frente a nossa amiga Magali, sempre atenta e solícita.
O domingo é marcado pela desarrumação e arrumação das barracas e motos. De longe ou de perto ninguém vai embora antes da festa de Netinho acabar. No futebol, o jogo só termina quando o juiz apita o final. No aniversário do Cristo Rei, a festa só termina depois do maravilhoso café da manhã, mais um diferencial para ir a Inajá e prestigiar o encontro.
No meio motociclístico ouvimos muito falar de irmandade, companheirismo e liberdade. No nosso meio, vamos a encontros em que a motocicleta é o ímã e são nesses encontros que temos a oportunidade de pegar a estrada e praticar essas três preciosas palavras. Esses encontros acontecem em cidades muito grades ou muito pequenas e nesses dois extremos a festa quem faz somos nós! As vezes os lugares para onde vamos não tem nada a oferecer, mas os motociclistas, de longe ou de perto, pegam a estrada para colocarem em prática esse espírito motociclístico. Esse é o nosso pensamento, esse é o pensamento de muitos, esse deve ter sido o pensamento dos que foram a pequena Inajá/PE. Quando tudo parece ser obstáculo - distância, estrada precária, calor intenso, a seca que faz o Rio Moxotó quase desaparecer, a gente encontra pessoas que se desdobram para nos oferecer o melhor apenas em troca da nossa participação. Quando tudo isso se junta e se mistura o resultado é um só: sucesso!

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