terça-feira, 10 de setembro de 2013

JEQUIÉ/BA - 06 A 08/09/13

É verdade..., parece que a chuva resolveu mesmo ser nossa companheira de viagem. Nos últimos três finais de semana, as viagens e os encontros foram regados com muita água, só rezando! ("Pois eu vou fazer uma prece. Pra Deus, nosso Senhor. Pra chuva parar..." Chove Chuva - Jorge Ben Jor). A nossa frente o que se desenhava era um horizonte escuro, com nuvens pesadas que nos acompanhou até um pouco depois de Santo Estevão/BA.

Com a gente, seguiram Gilsinho - Suzukeiros do Atacama e Flávio Coelho, motociclista independente.
A nossa expectativa era de que em Jequié/BA o cenário fosse mais promissor.  Pegar a BR 116 já é motivo suficiente para a atenção ser dobrada, devido ao tráfego intenso de cargas pesadas, deixando as ultrapassagens mais difíceis e cautelosas e com chuva a situação fica mais complexa e a atenção redobrada. Aos poucos, o céu foi se abrindo e um lindo azul nos deu as boas vindas à região da chapada, a vegetação se modifica e o relevo passa a ser de grandes pedras e serras.

A Cidade Sol, como é conhecida Jequié, fica a 365 km de Salvador/BA e chegamos nela com muito sol. A recepção do evento foi no próprio evento, uma recepção calorosa, com meninas bonitas, sombreiros, água gelada, fotos e o pessoal da organização também se apresentando e dando boas vindas aos viajantes convidados para o XI Encontro nacional de Motociclismo de Jequié.
Fomos levados até a área de camping por um dos membros do Jequié Moto Estrada, moto clube organizador do evento. A área disponibilizada foi a da sede do moto clube que, por sinal, era de primeira qualidade. Depois de nos arrumarmos retornamos para o evento e encontramos vários amigos de outras cidades da Bahia, como: Clézio - Mairi, Tanaka - Amélia Rodrigues, Jarrão - Ibirataia e Sapão - Jequié. 
A sexta-feira em todo evento é muito tímida de participação, mas aos pouquinhos as motos começavam a chegar.
Junto com alguns motociclistas quem também chegava era a nossa velha companheira, a chuva. Não é que a danada resolveu ir pra o encontro também? rsrsr. 
Pois é, chegou e chegou com força nos empurrando para baixo das tendas da praça destinadas os barzinhos e lanchonetes! Nesse meio tempo, mais alguns amigos chegavam inclusive Minho e Su, do Vírus da Liberdade.
A chuva não se resolvia, ora parava, ora molhava, mesmo assim a praça foi se enchendo e o colorido das motos com as luzes da noite foi deixando a noite mais animada.
A animação ficou por conta das ótimas bandas locais e do movimento de vai e vem das motos. Infelizmente, nem mesmo com a banda tocando, a zoeira era interminável, bem como a queimação de pneus. Mais tarde ficamos sabendo que este fato gerou outros fatos desagradáveis com o público que tanto ovacionava quanto repudiava e sofria com o barulho irritante. Definitivamente, a área do evento não é própria para esse tipo de exibicionismo. O barulho é bonito, o zerinho é um espetáculo e como tal deve ter um local apropriado para tal. Cabe aos organizadores aceitar ou não esse tipo de comportamento e do poder local de coibir.

No sábado o primeiro convite foi para o café da manhã servido na área do evento, o segundo, foi de Sapão - Solitários do Asfalto, para um passeio a uma cachoeira e o terceiro foi nosso mesmo..., convidamos a chuva a se retirar... rsrsr. O primeiro convite foi o mais gostoso de aceitar e de se realizar, quando chegamos já estava tudo arrumado e a organização toda presente nos dando um confortável "bom dia!". Compartilhamos essa deliciosa refeição matinal com os amigos presentes e os convidamos para o passeio com Sapão.
O segundo convite seguiu-se ao final da refeição e seguimos guiados por Sapão para cachoeira num recanto de nome engraçado, Lazer do Brabão. Por mais que rogássemos, o terceiro convite não foi acatado e a chuva voltou a cair, mesmo assim, após uns 14 km, entramos por uma estrada de barro. Nessa empreitada estávamos nós, Flávio Coelho, Minho e Sú, Sapão, Epitácio (de Ingá/PB), Thuco e Ju, Ota e Dirlene.

O conjunto chuva, neblina e morros desenham cenários bem diferentes dos quais temos e gostamos de ver. No meio do caminho a "árvore de skol" chama a atenção de quem passa pela estrada. Latinhas amarelas cuidadosamente amarradas contrastam com o verde das folhas. Todo mundo quer parar para fotografar e quem sabe até levar uma muda... rsrsr.
A quase imperceptível entrada de terra estava bem molhada, com alguns trechos que acirrava a atenção. O primeiro deles foi logo ao início, uma pequena ladeira em descida curta e íngreme que deixou dois motociclistas de orelhas em pé. Por motivos diferentes, Flávio Coelho e Minho, amarelaram!!! A moto de Flávio, uma Custom, não é a moto mais apropriada para esse tipo de moto turismo, daí ele hesitou e resolveu retornar para Jequié e esperar a gente por lá. Por outro lado, Minho, havia algum tempo que não pilotava e da última vez numa estrada semelhante lhe deixou com dois terrenos comprados... rsrsr.
Conversa vai, conversa vem, a pedido de Sú, Rogério desceu com a Transalp de Minho (que tem a perna mais curta? kakaka) e eles desceram a pé..., mais seguro... Em seguida Epitácio também desceu na sua Ténéré 250. O caminho continuava molhado, as subidas se sucediam e os buracos também.

No meio do percurso a surpresa veio com Flávio Coelho que, indignado não se deixou abater pela dificuldade, nos alcançou na sua Custom e seguiu com a gente. Todo o caminho era ladeado por vegetação local, muita plantação de cacau, era possível ver os pés carregados deles e o rio descendo livremente por entre pedras e mata ciliar. Uns 3 km de estrada e chegamos no Lazer do Brabão, um sítio com estrutura de piscina natural, restaurante, gangorra, plantação de cacau e cachoeira. Mas, por mais que rezássemos a chuva não parou..., desfrutamos como pudemos do local, deixou um desejo de quero mais, mas valeu a pena estar e entrar em contato com todo aquele espetáculo da natureza. ("... Se meus joelhos não doessem mais. Diante de um bom motivo que me traga fé. Que me traga fé...Valeu a pena... Êh! Êh! Valeu a pena... Êh! Êh! Sou pescador de ilusões..." Pescador de Ilusões - Rappa).

Comemos muito cacau tirado diretamente do pé e tilápia frita com farofa. A beleza do local e a incessante chuva nos fazia pensar com temor na volta, pois as subidas da ida se tornariam inevitavelmente em descidas e com tanta chuva era possível que o percurso tenha ficado bem pior. Não foi possível ir à cachoeira, a chuva não deixou e ficamos com "água na boca".  Cada um em sua moto, retornamos e o que parecia temor foi se tornando um percurso tranquilo.
O convite de Sapão englobava um almoço na casa dele. Dona Dete, mãe de Sapão, preparou um almoço daqueles de saborear e passar por debaixo da mesa: pirão de leite, carne do sol acebolada, arroz branco, salada, aipim frito e fruta pão com queijo. Melhor que isso, só repetindo... rsrsrs e foi exatamente o que todos fizeram. Certamente saímos com alguns quilos a mais, mas com aquele sabor guardado na nossa memória gustativa com muito prazer!

A noite a festa continuou, com mais motociclistas, mais motos e mais populares participando. O ápice da festa foi a entrega do troféu que, costumeiramente, em Jequié é entregue de forma cerimoniosa a cada presidente/representante dos moto clubes. Após os agradecimentos de praxe aos patrocinadores e apoiadores do evento, os organizadores procederam com a bonita cerimônia com direito ao Hino Nacional e oração emocionando a todos. Os troféus foram entregues a cada um dos participantes que também agradeceram e parabenizaram o Jequié Moto Estrada pela retomada do evento após dois anos de intervalo.
O amanhecer no camping, no domingo, é igual para todos mais cedo ou mais tarde. Desarmamos acampamento e pegamos o caminho de volta pra casa, da mesma forma como viemos, voltamos, com muita chuva. Voltamos juntos com Flávio Coelho, Clézio e Minho.  Se a chuva resolveu ser nossa companheira de viagem, respeitamos a sua vontade e tiramos o melhor dela. Fomos e voltamos e isso é o que importa!

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