quarta-feira, 4 de setembro de 2013

VALENTE/BA - 30 e 31/8 e 01/09/13


Seja perto ou seja longe a gente gosta é de pegar a estrada. Seja de asfalto, de terra, seja uma reta ou sinuosa a gente gosta de pegar a estrada e fazer o que se gosta é primordial para ser feliz! Colocar o Vírus da Liberdade na estrada é o nosso jeito de fazer o que gostamos. A estrada sempre nos dá boas surpresas para onde vamos... ("Eu vou fazer o que eu gosto. Atrás da curva do perigo existe. Alguma coisa bem mais nova e menos triste..." A Verdade Sobre a Nostalgia - Raul Seixas). 


E assim, fomos pra Valente/BA que fica bem pertinho, mais ou menos 238 km de Salvador/BA e colocamos parte do Vírus na estrada. Seguimos com Sandro e Danúbia num dia de muita chuva deixando Açucena e a novata Branquela, a VStron de Sandro completamente molhadas e sujas. Saímos depois das 14 horas e com a chuva nos atrasando a viagem chegamos já a noitinha em Valente.



A praça já estava toda arrumada à espera dos motociclistas para o V Moto Sisal Fest, espera essa que foi ficando cada vez menor por causa da chuva que teimava em cair. Os poucos motociclistas que já tinham chegado se esgueiravam para os quiosques se protegendo da chuva e do frio. Nos chamou a atenção um carro de cachorro quente "O Rei do Sabor" que oferece uma diversidade de hot dogs, saborosos e com um preço bem convidativo. Durante os dois dias de evento era um dos points mais frequentados.



Não demorou muito pra que nos recolhêssemos para os nossos aposentos provisórios, pois o frio e a chuva fina não nos animava em ficar a céu aberto. A noite foi muito fria e na barraca o que nos resta é ficar mais agarradinho, embrulhar-se nos lençóis ou sacos de dormir e diminuir ao máximo a ida ao banheiro. Quando acordamos uma densa neblina nos espreitava, deixando-nos em dúvida do que faríamos durante todo aquele sábado. Numa rápida estiada fomos para a padaria tomar café e depois passear pela feira, espreitando as curiosidades e enchendo os olhos com o colorido das frutas e verduras.



A cidade de Valente/BA não tem pontos turísticos, mas a grande pedra no centro da praça é o ponto para as fotografias. Ao seu redor são dispostos arcos que lembram os arcos da Lapa, no Rio de Janeiro.

Mesmo com a estiada o dia não parecia promissor sem a chegada de motociclistas. Ficamos "dando um tempo" na área do evento, alguns amigos chegaram também meio sem saber o que fazer e a gente tentado se animar. Não existe encontro motociclístico sem motociclista, não há melhor recompensa para o organizador de um evento do que a presença dos seus protagonistas..., mas ainda era cedo. 
Fomos convidados a irmos para a sede do MC Valente para o churrasco 0800. O terreno vazio timidamente ocupado por poucas motos aos pouquinhos foi se enchendo das tão esperadas máquinas.  A promessa de um big churrasco foi cumprida sem economia e com muita bebida gelada.
O churrasco estava se consagrando com grande sucesso de público e de qualidade no atendimento pelos organizadores Raul e Paulo. A chuva se foi, o céu se abriu e a vontade de ser "achadeiros" estalou e resolvemos ir até a cidade de Santa Luz para um passeio, uns 32 km dali. Estendemos o convite a alguns amigos que resolveram nos acompanhar e formos um comboio: Rogério e Carmen, Sandro e Danúbia, Heinz e Morena, Rogério e Andreia  Nego e Neia  Mário e Cláudia, Paulinho, Jamile e Felipe. A ideia era, chegando em Santa Luz, subir o Morro dos Lopes.
O Morro dos Lopes na verdade é um conjunto de grandes pedras amontoadas que ficam em meio a cactus e plastas típicas da região da seca. Tem esse nome por causa das terras em que estão localizadas terem sido de propriedade dos Lopes. Para chegar até o morro o acesso é por uma estrada de areia firme, bem tranquila para as nossas motos, inclusive a Custom de Hainz. A trilha para a pedra é bem fácil até chegar em sua base. A pedra, que de longe já parecia ser imensa, de perto sua grandiosidade enchi os nossos olhos.
A gigantesca beleza natural já se mostrava, a questão era como subir tudo aquilo? O caminho não era muito convidativo, mas porque deveria ser fácil se o difícil é que motiva a história? A subida era por uma fenda formada por pedras amontoadas as quais tínhamos que escalar... afff! Haja força nas pernas e braços... rsrsrs. Não era a primeira vez que subíamos o morro ao contrário de todos os nossos amigos de primeira viagem. Assim, Carmen foi na frente como guia, mostrando para os outros que era sim possível subir. O problema é que nem todos estavam com calçados adequados o que dificultou um pouco, mas não impediu e todos subiram. 
A dificuldade da subida logo é esquecida ao chegar no alto e sentir um frescor do vento e da beleza que se descortina à nossa frente. Há quem quisesse apenas ficar contemplando o horizonte e sentindo a brisa, outros ficavam saltitando entre as pedras ou se esgueirando entre fendas para "pegar" um visual mais bonito. 
Tudo que sobre, desce e a gente, é claro, tinha que descer... rsrsrs. Metade do grupo desceu pelo mesmo lugar, já conhecido, a outra metade desceu junto com a gente pelo outro lado. A ideia era continuar explorando, achando a beleza daquele lugar nos mínimos detalhes. A descida, tal qual a subida, tinha um pouco de dificuldade, mas nada que "achadeiros" de plantão não tivessem condição de superá-la.

Descemos e nos juntamos a outra metade do grupo. Na saída fomos conhecer a igreja de pedra da cidade. Assim terminou nosso mototurismo e retornamos à Valente para um breve descanso.
A noite de sábado foi bem diferente, sem chuva, com muitos motociclistas e muita zoeira. O esforço dos organizadores se concretizou com uma bonita festa. Os organizadores, enfim, puderam ver seus esforços recompensados. A pequena praça ficou lotada de motos, motociclistas e populares. Outra apetitosa atração da praça, além do cachorro-quente, é o carro do beiju, o Ninho do Beiju. Pensem num beiju de lamber e rebolar os beiços várias vezes? Com grande variedade, bom tamanho e preço o carro de Ninho vive cheio de clientes. Muito rápido no seu serviço, Ninho, curiosamente, entre uma farinha e outra que joga na chapa "varre" os farelos com folhas de pindoba, uma espécie de coqueiro da região. Segundo ele, as folhas de pindoba são ótimas para isso. 
Pronto! Fim de festa, fim de final de semana, hora de voltar pra casa. Fomos e fizemos o que gostamos e chegamos bem em casa. Tem uma frase que colocam em carros e caminhões: "quando Deus quer é assim". Ele permitiu e nós cumprimos mais uma missão, indo e voltando por retas e curvas, trazendo lembranças que irão ficar guardadas em fotos e memória. Valeu á pena!

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